Servidores da Saúde de Cuiabá realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (7) na Câmara Municipal contra a redução do adicional de insalubridade, que pode resultar em cortes de até R$ 2 mil nos salários.
A medida atende a recomendação do Ministério Público Estadual (MPE) para cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo município em 2023, durante a intervenção estadual na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD).
O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen), Dejamir Soares, criticou a falta de diálogo do prefeito Abilio Brunini (PL) e não descartou a deflagração de uma greve na próxima semana caso não haja negociação.
Segundo ele, o sindicato já enviou cinco ofícios solicitando audiência com o prefeito desde que ele tomou posse, sem resposta. “A vinda nossa aqui é justamente para abrir uma mesa de negociação com o prefeito. Somos mais de 5 mil trabalhadores na saúde pública municipal, e o impacto dessa redução é gritante”, afirmou.
Soares destacou ainda a desvalorização histórica da categoria, que enfrentou a pandemia sem receber nenhum acréscimo de gestão. “Morremos nos leitos junto aos pacientes e, de novo, somos desvalorizados por uma gestão que acha que pode simplesmente cortar salários. Queremos sentar e construir uma medida plausível para ambos os lados. Se não houver abertura, a assembleia está marcada para sexta-feira (10) e, na quarta-feira (15), deflagraremos a greve”, avisou.
O sindicalista Antonio Wagner, presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Meio do Poder Executivo de Mato Grosso (Sinpaig/MT), reforçou que qualquer corte salarial deve ser precedido de diálogo.
“Mesmo que seja uma recomendação, não é uma lei. Cortar do dia para a noite sem estudo técnico ou aviso prévio prejudica milhares de famílias, impacta financiamentos e consignados, e pode gerar prejuízo em cadeia”, explicou.
“O correto seria que, antes de qualquer corte, se entrasse com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para revisar a norma e, só então, estabelecer uma forma adequada de pagamento da insalubridade”, afirmou.
Wagner criticou a forma como a medida está sendo implementada. “O que se discute é que todos recebem 40% de insalubridade. O que deveria ter sido feito nesses 10 meses de gestão do prefeito? Iniciar laudos para avaliar o grau de insalubridade de cada ambiente de trabalho e definir o percentual correto — 30%, 20%, 10%, conforme o setor. Isso não foi feito".
O sindicalista também criticou a postura do MPE. “Me espanta que o Ministério Público atue para retirar direitos de uma categoria tão fundamental à saúde da população, correndo o risco de provocar uma greve geral. O salário de grande parte dos servidores da saúde não passa de R$ 5 mil, R$ 7 mil ou R$ 8 mil. Para esses profissionais, a insalubridade é um complemento essencial para a sobrevivência das famílias e uma obrigação da gestão”, concluiu.
Veja:
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1 Comentário(s).
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MARCIO 07.10.25 13h30 | ||||
É tudo culpa do Lula | ||||
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