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21.03.2017 | 11h39 Tamanho do texto A- A+

Taques: operação não pode contaminar conquistas de mercados

Governador se encontrou com o presidente em Brasília nesta terça-feira para tratar do tema

Gcom-MT/Mayke Toscano

O presidente Michel Temer e o governador Pedro Taques: reunião em Brasília

O presidente Michel Temer e o governador Pedro Taques: reunião em Brasília

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O governador Pedro Taques (PSDB) pediu, após encontro com o presidente Michel Temer (PMDB) na manhã desta terça-feira (21), em Brasília, que o Governo Federal não deixe que a Operação Carne Fraca prejudique as exportações de carne brasileira.

 

A operação da Polícia Federal, deflagrada na semana passada, desvendou um esquema de venda de carnes podres e vencidas, possibilitado pela corrupção de fiscais federais. Foram atingidos alguns dos principais nomes de empresas do setor, como a JBS/Friboi e a BRF Foods.

 

“Nós não podemos fazer deste fato um instrumento para perturbar as conquistas de mercados internacionais. Precisamos ter a defesa sanitária, isso é fato. O Indea [Instituto de Defesa Agropecuária] vem fazendo isso. Então, não podemos permitir que este fato possa contaminar o nosso mercado”, disse em conversa com a imprensa.

 

No encontro com o presidente, o tucano levou uma caixa contendo vários cortes de carne, da marca Celeiro, produzida em Mato Grosso.

 

Segundo o tucano, a visita serviu para defender a qualidade dos produtos do segmento produzidos no Estado, assim como o rigor no controle de qualidade.

 

Não podemos fazer deste fato um instrumento para perturbar as conquistas de mercados internacionais

“Como todos sabemos, Mato Grosso é o maior produtor de cabeça de gado. São mais de 30 milhões. Nós já tínhamos tomado providências no sentido de melhorar a defesa sanitária animal do nosso Estado, fortalecendo o Indea e também criando o Imac, Instituto Mato-grossense da Carne”, afirmou.

 

“Com esta crise que se instalou na semana passada, vemos que o fato é grave, mas não podemos generalizar. São 21 frigoríficos e nenhum em Mato Grosso. E são 33 servidores dentre 11 mil do Ministério da Agricultura”, disse.

 

O governador ainda se manifestou sobre a possibilidade de extinguir indicações políticas para cargos de superintendente no Ministério da Agricultura. Para ele, o ideal é que sejam indicações técnicas, mas que os técnicos podem ser indicados politicamente.

 

“O bom é que sejam técnicos, mas os técnicos podem ser indicados politicamente. O problema não é a indicação, é alguém que comete o ilícito e tem que ser responsabilizado, obedecendo o contraditório”, afirmou.

 

Ele também defendeu que haja um rodízio de fiscais nas plantas frigoríficas.

 

Operação

 

Ao todo, foram expedidos 38 mandados de prisão. A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas investigadas.

 

O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, também é citado na investigação. Ele aparece em grampo interceptado pela operação conversando com o suposto líder do esquema criminoso, o qual chama de "grande chefe".

 

A investigação apontou o uso de carnes podres, maquiadas com ácido ascórbico, por alguns frigoríficos, e a re-embalagem de produtos vencidos.

 

Segundo a PF, essa é a maior operação já realizada na história da instituição. Foram mobilizados 1.100 policiais em seis Estados (Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) e no Distrito Federal.

 

Os grupos acusados, JBS e BRF, possuem 28 unidades industriais em Mato Grosso.

 

Em Mato Grosso, o grupo JBS informa em seu site que possui 24 plantas, entre unidades de processamento de bovinos, de confinamento de bovinos, de couro, centros de distribuição e unidades e centros de distribuição de aves.

 

Já a BRF possui quatro unidades industriais, além de um centro de distribuição, em Várzea Grande, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Nova Marilandia e Campo Verde.

 

De acordo com o superintendente federal da Agricultura do Estado, José Assis Guaresqui, embora as unidades em Mato Grosso não tenham sido alvo no esquema apurado, não é possível descartar a possibilidade de os frigoríficos serem investigados em desdobramentos da operação.

 

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Paulo  21.03.17 19h40
Essas aí que estao cheias de etiquetas são pra exportação , as nossas que vende no mercado são cheias de sebo e gordura
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