Cuiabá, Segunda-Feira, 8 de Dezembro de 2025
"CAIXA 2"
17.12.2015 | 16h00 Tamanho do texto A- A+

TRE julga recurso de Walace, que tenta voltar à Prefeitura de VG

Para tentar voltar ao poder, ex-prefeito já entrou com processos no TSE e no STF, mas teve pedidos rejeitados

MidiaNews

Walace Guimarães (PMDB) tenta reverter decisão de juiz José Lindote, que cassou seu mandato por prática de

Walace Guimarães (PMDB) tenta reverter decisão de juiz José Lindote, que cassou seu mandato por prática de "Caixa 2"

AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO

O Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso julga, nesta sexta-feira (18), recurso do ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), e de seu vice, Wilton Pereira (PR), que tentam reverter a cassação de seus mandatos.

 

Walace e Wilton foram cassados em maio deste ano pelo juiz José Luiz Lindote, da 58ª Zona Eleitoral, pela prática de “Caixa 2” na campanha eleitoral de 2012.

 

O mérito do recurso impetrado pelos dois políticos está sob relatoria do juiz Lídio Modesto da Silva Filho.

 

Os dois políticos pleiteiam que a decisão do juiz Lindote seja revogada e, com isso, que seja determinado o retorno de ambos à Prefeitura de Várzea Grande.

 

Com a cassação do peemedebista, quem assumiu o comando do Município foi Lucimar Campos (DEM), segunda mais votada nas últimas eleições municipais.

 

Recursos

 

Para tentar voltar ao poder, Walace Guimarães e seu grupo político e econômico ingressaram com diversos recursos no próprio TRE-MT, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, até mesmo, no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

No entanto, nenhuma das tentativas de reassumir o cargo surtiu efeito até o momento.

 

No TRE-MT, foram dez recursos interpostos. Em um destes recursos, Walace e Wilton requereram que os mandatos de prefeito e vice fossem devolvidos até que o tribunal julgasse, definitivamente, o recurso que pedia a revogação da decisão que os cassou.

 

O pedido foi negado pelo juiz Lídio Modesto da Silva Filho, no dia 9 de novembro.

 

O magistrado entendeu que a alegação da defesa dos políticos – que apontou modificações no Código Eleitoral Brasileiro, em que a cassação do mandato de um gestor só poderá ocorrer na prática se for confirmada pelo voto de todos os membros do TRE –  não se aplicava ao caso de Walace, já que o processo de investigação que culminou na cassação foi iniciado em 2013, antes da promulgação da nova lei.

 

“Desse modo, é imperioso aquilatar que, em nosso ordenamento, os princípios têm precedência sobre as normas, de modo que, ao presente caso, deve ser aplicado o princípio tem pus regit actum, significando que o tempo rege o ato, ou seja, os atos jurídicos são regidos pela lei do tempo em que ocorreram”, afirmou o magistrado, em trecho de sua decisão.

 

Apenas no TSE, foram sete mandados de seguranças impetrados por Walace e seu vice; pelo irmão do prefeito cassado, Josias Santos Guimarães; e pelos empresários envolvidos no suposto esquema de “Caixa 2” na campanha eleitoral do político (Evandro Gustavo, da Gráfica Intergraf;  Mauro Sabatini Filho; e a Líder Comércio e Serviços de Telefonia Ltda.).

 

Além de todos esses recursos, tanto o presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, vereador Jaime Calistro (PMDB), quanto o próprio Legislativo ingressaram com ações visando a desconstituir parte da sentença de cassação, propondo recursos e ações no TRE-MT e, até mesmo, no STF.

 

Em maio, assim que Walace saiu da Prefeitura, o ministro Luiz Fux negou seguimento à reclamação feita pelo presidente da Câmara, que tinha por objetivo tirar do cargo a prefeita Lucimar Campos.

 

Pratica de “Caixa 2”

 

O advogado Ronimárcio Naves, que moveu a ação contra Walace, por meio do Partido Democratas (DEM), demonstrou, em petição contendo 80 páginas, três vertentes principais, segundo relatou Lindote em sua decisão.

A primeira: a reprovação das contas de campanha e existência de Caixa 2. A segunda: os ilícitos e fraudes praticados pelos requeridos. E a terceira: a indicação do Núcleo Financeiro que operou o abuso de poder econômico e “Caixa 2”. 

Naves relacionou na ação vários ilícitos praticados por Walace e seu núcleo duro de campanha, como realização de despesas antes da abertura da conta corrente de campanha, no montante de R$ 56.995,00; realização de despesas com produção de material audiovisual no importe de R$ 70.000,00, valor inferior ao de mercado; e realização de despesas com produção de material impresso no montante de R$ 296.373,38, valor também inferior ao de mercado.

 

O advogado relatou, ainda, a ocorrência de fraude na despesa com combustível, considerando a frota de 115 veículos e o valor gasto de R$ 56.783,00; fraude em face da não declaração com produção de site da campanha; gasto ilícito de campanha no transporte de eleitores; e fraude com o pagamento "por fora" de pesquisa eleitoral, registrada sob n. 00202/2012 e paga para a empresa M Sabatini & Cia Ltda., no valor de R$ 12.000,00.

 

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