Christiano Antonucci/Secom-MT
O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho: crítica à Anvisa
O Governo do Estado criticou, na tarde desta terça-feira (27), a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em negar os pedidos de aval à importação excepcional da vacina Sputnik V. O imunizante é desenvolvido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.
Em nota, o Executivo afirmou que a agência ignorou a Lei 14.124/2021, que estabelece o rito automático de aprovação quando uma vacina encontrar-se apta em pelo menos uma de 11 principais agências reguladoras internacionais.
Segundo o Governo, a vacina russa já está aprovada em três dessas agências.
“A vacina já está sendo utilizada em 62 países ao redor do planeta. [...] Lamentamos que a Anvisa não tenha adotado esse procedimento previsto na lei brasileira”, disse o Paiaguás.
O Governo do Estado afirmou, ainda, que representantes dos dez estados que tentam adquirir a vacina já entraram em contato com o Instituto Gamaleya, com a agência reguladora russa e com o Ministério da Saúde da Rússia.
“Os três órgãos confirmaram que os documentos solicitados pela Anvisa encontram-se no processo encaminhado à referida agência. Independente disso, essa documentação será reapresentada à Anvisa, juntamente de uma solução para cada questionamento, conforme os critérios internacionais de saúde”, afirmou.
No caso de Mato Grosso, o desejo era de comprar R$ 2,4 milhões de doses, o que daria para imunizar 1,2 milhão de pessoas. Seriam gastos cerca de R$ 67,3 milhões.
Segundo diretores e equipe técnica da Anvisa, a falta de dados mínimos e a identificação de pontos críticos – como falhas no desenvolvimento que trazem incertezas sobre a segurança da vacina – levaram à não aprovação.
Veja a nota na íntegra:
Sobre a reunião da Anvisa que analisou a vacina Sputnik V na terça-feira (26.04), o Governo de Mato Grosso esclarece:
1 – A vacina já está sendo utilizada em 62 países ao redor do planeta;
2 – A legislação brasileira, por meio da Lei 14.124/2021, estabelece o rito automático de aprovação quando uma vacina encontrar-se apta em pelo menos uma das 11 principais agências reguladoras internacionais. A Sputnik V já está aprovada em três dessas agências e lamentamos que a Anvisa não tenha adotado esse procedimento previsto na lei brasileira;
3 – Representantes dos consórcios do Norte e do Nordeste, dos quais Mato Grosso se aliou para realizar a compra dos imunizantes, já entraram em contato com o Instituto Gamaleya, com a agência reguladora russa e com o Ministério da Saúde da Rússia. Os três órgãos confirmaram que os documentos solicitados pela Anvisa encontram-se no processo encaminhado à referida agência. Independente disso, essa documentação será reapresentada à Anvisa, juntamente de uma solução para cada questionamento, conforme os critérios internacionais de saúde;
4 – Neste momento, um grupo de técnicos ligados aos estados compradores, juntamente com a assessoria da agência reguladora russa, o Ministério da Saúde da Rússia e um comitê científico brasileiro estão trabalhando para reapresentar todas as informações solicitadas pela Anvisa.
Leia mais sobre o assunto:
Anvisa proíbe vacina russa; MT iria comprar 2,4 milhões de doses
Comentários (9)
Política é essa declaração. Basta ler os argumentos da Anvisa. A Rússia negou acesso a várias informações e em um dos frascos foi encontrado vírus ativo!!!!!
enviada por: Camila Data: 28/04/2021 20:08:40
Pq será que nos EUA e na Europa ela foi recusada? Alguém quer ser cobaia? Jamais tomarei vacina russa! O Putin é digno de confiança? Me poupe, a função da Anvisa é proteger o cidadão!!!
enviada por: mariana mutti Data: 28/04/2021 10:10:37
Meus Deus! Não dá para comparar cloroquina com a vacina Sputnik V. São realidades totalmente diferentes. A cloroquina tem mais de 70 nos de patente livre (https://www.focus.jor.br/cloroquina-velho-e-barato-medicamento-pode-ser-a-luz-no-fim-do-tunel-contra-o-covid-19/ ), com mais de 100 anos de uso (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55009830 ). Isto significa que a comunidade médica e científica conhece todos os seus efeitos; e o mais interessante é o preço, muito barato. Sobre vacina, para ter uma boa noção sobre desenvolvimento e distribuição, ver o site World Health Organization (https://www.who.int/pt/news-room/feature-stories/detail/manufacturing-safety-and-quality-control?adgroupsurvey={adgroupsurvey}&gclid=CjwKCAjw7J6EBhBDEiwA5UUM2rTsm_cdO2uWECvnfOzuB7XpH_UkFcHis9YZuav-2NoBtAzCqeigahoCvc8QAvD_BwE ). É importante ressaltar que a população não é contra vacinação, porém, é contra como a classe política regional tem conduzido tal situação, com cristalina observação de que estamos sendo submetidos à uma experiência. Forçar judicialmente a aquisição e uso de uma vacina, preterindo autorização técnica autônoma do órgão responsável, é fazer do povo mato-grossense cobaia, sim, infelizmente. O tratamento profilático com tais remédios (não é só a cloroquina) é com base no método empírico atestado por inúmeros médicos. Logo, ninguém é louco de tirar da própria cabeça a indicação de um remédio ou outro. Da mesma forma, é direito de cada um, com a concordância de se médico, buscar todo tratamento possível, inclusive profilático. O próprio CFM já deixou isto bem claro! Realmente, está muito complicado e cansativo toda essa situação.
enviada por: Sebastião Augusto Corrêa de Moraes Data: 28/04/2021 10:10:19
kkkkkkkkkkk não querem tomar a vacina que é desaprovada pela Anvisa, mas tomam a cloroquina que é desaprovada pela Anvisa e indicada pelo bolsonaro.
enviada por: José Oliveira Data: 28/04/2021 08:08:23
Secretário querendo estar acima da Anvisa. Parece que não sabe que a Anvisa enviou uma equipe à Rússia pra ver o processo de fabricação da vacina e lhes negaram acesso a todo processo. Estão pulando porque criticaram o tempo todo o governo Federal e agira querem dar uma de herói. Precisam entender que existem regras a serem seguidas; não é só achar que pode fazer o que bem querem. Estão provando do mesmo veneno que destilaram.
enviada por: Paulo Data: 28/04/2021 06:06:31
É no mínimo preocupante quando o Poder Público se pauta para tomar decisões apenas o que outros países dizem, como se fosse suficiente. Ora, a reportagem em voga diz que o Governo estadual argumenta que a vacina russa já está aprovada em três agências, e por isto a Anvisa estaria ignorando o rito automático de aprovação previsto na Lei n. 14.124/2021. Todavia, as coisas não funcionam assim, ou não deveria, pelo menos, ainda mais quando envolve a saúde das pessoas. Mas, o que observo em outros tantos veículos de informação, é que a decisão que rejeitou a importação e o uso interno da vacina Sputnik V, foi tomada de forma unânime pela Diretoria da Anvisa. Foram apontadas falhas e pendências na documentação apresentada pela fabricante. Gerentes de três departamentos da agencia reguladora nacional apresentaram pareceres técnicos contra a compra da Sputnik V. Nisto, entendeu a Anvisa que o imunizante russo pode trazer risco à saúde do brasileiro, e por isto, e decisão de rejeição da Diretoria, de forma unânime. O rito automático de aprovação previsto na Lei n. 14. 124/2021, arguido pelo Governo estadual como não observado pela Anvisa, é mais uma aberração jurídica criada pelo legislador nacional, desconsiderando toda tecnicidade e responsabilidade que o assunto exige. Jamais se poderia ter considerado a lei, como condição determinante para autorização de medicamento, a demonstração de que fora autorizada por agencia estrangeira. Poderia, talvez, servir de parâmetro, mas, nunca de forma coercitiva. É não se preocupar, absolutamente, com a saúde do povo brasileiro. É como se o Brasil fosse um país sem preparo, incapaz, desprovido de profissionais competentes para lidar com esse tipo de problemas; o que não verdade. A verdade é que a nossa classe política que é desqualificada. Por fim, já que o assunto é apenas texto de lei, basta, então, a Anvisa registrar a exclusiva responsabilidade do Estado tal, que quer a referida vacina, o mesmo que está fazendo o Min. Lewandowski, do STF, quando autoriza aquisição e distribuição da vacina russa, para que determinado Estado possa aplicar na população local. Um país onde todos mandam, mas nenhum quer ser responsabilizado.
enviada por: Sebastião Augusto Corrêa de Moraes Data: 27/04/2021 23:11:34
Aí você toma esse troço de fundo de quintal, pois é o que parece, pois falta a documentação básica exigida, e contrai futuramente uma doença autoimune, esse é o risco colocado pela Anvisa. Pode ter certeza que nossos governadores vão tomar de outro fornecedor.
enviada por: Raimundo Data: 27/04/2021 21:09:49
E o governo não quer saber qual a opinião do povo. Ninguem quer tomar isso daí com toda essa insegurança.
enviada por: João Data: 27/04/2021 21:09:32
Deem chance a vida! Quantos ainda necessitam perdê-la por falta de vacinas!
enviada por: Lisandro Peixoto Filho Data: 27/04/2021 21:09:24