Deputado diz que decisão do STF desanima: "Mudou o cenário"

O presidente do Progressistas (PP) em Mato Grosso, deputado estadual Paulo Araújo, afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que mantém em 24 o número de cadeiras na Assembleia Legislativa alterou completamente o cenário político para as eleições de 2026.

Candidato para ganhar ele vai ter que fazer no mínimo 17 mil votos. Isso afugentou muitos pré-candidatos

A decisão é do ministro Luiz Fux, que atendeu um pedido para suspender a aplicação das mudanças na distribuição de vagas dos deputados federais e estaduais para que não ocorra no ano que vem.

Segundo Paulo, o limite para o número de candidatos por partido tornaram a disputa mais restrita e menos atrativa e, com isso, muitas chapas podem se desestimular.

“Com a decisão do Supremo limitando o número de vagas a 24 vagas, o xadrez político das montagens de chapa mudou consideravelmente. Nós temos um limitador de 20%, ou seja, candidato para ganhar ele vai ter que fazer no mínimo 17 mil votos. Isso afugentou muitos pré-candidatos que viam possibilidade de vitória com menos votos”, disse.

Para o parlamentar, a tendência é que apenas nove partidos consigam eleger deputados estaduais no próximo pleito, e que dificilmente algum conseguirá mais de quatro vagas.

Com cinco deputados estaduais dentro da federação entre União Brasil e Progressitas (PP), Paulo defende um alinhamento entre as siglas aliadas para manter as lideranças eleitas.

“A tese que eu tenho defendido é uma tese de distribuição de deputados aliados a esse grupo político, para que a gente consiga aí fazer o maior número de deputados estaduais nesses partidos que entendo que vão eleger deputados no próximo mandato”, disse.

Ele ainda classificou a decisão do STF como ruim para Mato Grosso, já que o Estado deixa de ganhar duas cadeiras na Câmara Federal e mais seis na Assembleia Legislativa.

“Porque, na verdade, contraria mais uma vez a constituição. Se os deputados federais representam o povo, o povo de Mato Grosso não está sendo representado na sua plenitude. Alguns estados levam vantagem”, disse.