Cuiabá, Sexta-Feira, 19 de Setembro de 2025
ENCONTRADA MORTA; VÍDEOS
19.09.2025 | 17h46 Tamanho do texto A- A+

“Está desfigurada, não parece minha filha”, diz mãe de advogada

Mãe relatou marcas no corpo e pediu apuração; Viviane Fidelis foi encontrada morta nesta quinta

Victor Ostetti/MidiaNews

Sheyla Regina Barros de Souza, de 52 anos, mãe de advogada

Sheyla Regina Barros de Souza, de 52 anos, mãe de advogada

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

A advogada Sheyla Regina Barros de Souza, de 52 anos, afirmou não ter conseguido reconhecer a própria filha durante o velório. “Está toda desfigurada, não parece a minha filha”, disse.

Na funerária pediram para não ser uma roupa que mostre muito porque ela está com muitos hematomas

 

A morte da advogada Viviane de Souza Fidelis, de 30 anos, foi registrada pela Polícia Civil como suicídio, mas a mãe pede que todas as possibilidades sejam investigadas antes de uma conclusão definitiva.

 

Sheyla questiona a alteração da cena do crime e faz um apelo: “Para que as autoridades investiguem a fundo, que não seja tratado apenas como suicídio, porque existem outras evidências que dizem o contrário. Que investiguem de forma muito completa para que seja descartada qualquer hipótese. Nós precisamos ter certeza de que foi suicídio mesmo”, disse. 

 

Segundo a Politec, a morte ocorreu por asfixia por enforcamento. Apesar de o namorado da vítima não ser citado nos boletins de ocorrência, a família desconfia das versões controversas que têm chegado até eles, inclusive a de um suposto término da relação.

 

Por não estar sendo investigado pela Polícia, o nome do arquiteto — namorado ou ex-namorado da vítima — não será revelado na matéria.

 

Viviane foi encontrada morta em casa na madrugada de quinta-feira (18), no Residencial Acácia, no Bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. De acordo com a versão do arquiteto repassada à família, Viviane teria enviado mensagens dizendo que “ia cometer alguma loucura”, e ele foi até a residência acompanhado do pai.

 

Irreconhecível

 

Segundo a família, Viviane estava com diversos hematomas pelo corpo — no rosto, pescoço, ombros e até nos braços. “Você percebe no caixão que foi muito maquiada, mas ainda aparecem todos os hematomas no rostinho dela. Tem nos braços também”.

 

Sheyla foi impedida de fazer o reconhecimento da filha, que acabou sendo feito por papiloscopia. 

 

“Na funerária pediram para não ser uma roupa que mostre muito porque ela está com muitos hematomas”.

 

A maquiagem, segundo a família, foi carregada na tentativa de cobrir as marcas. “Ela tá com o rostinho todo roxo, boca roxa, vários locais com roxo, está muito inchada”.

 

Aceso ao apartamento

 

O arquiteto teria afirmado que interfonou no apartamento da ex, mas como não teve retorno, acionou uma vizinha, que inicialmente se negou a liberar o acesso.

 

“Quem entra primeiro no apartamento é a vizinha e ela detecta que ela já está de óbito, e avisa ele que entra, e num rompante de desespero, ele se debruça sobre o corpo e tira o corpo do lugar. Ele falou que ele ficou desesperado, e por isso mexeu no corpo”.

 

Na versão inicial, apresentada pelo pai do arquiteto à família, o rapaz sequer teria subido ao apartamento. Mas, segundo Sheyla, vizinhas da filha confirmaram que ele não só subiu, como mexeu o corpo de lugar e o estendeu no chão. “São várias versões contadas, acho que tem coisa a mais por trás dessa situação”.

 

“O delegado foi irredutível dizendo que, pelo que ele constatou, pelas interrogações das testemunhas, o que ele concluiu era que tinha sido um suicídio e que era uma certeza. E que o laudo da perícia, que vai sair daqui a 45 dias, iria comprovar e era incontestável esse laudo”.

Arquivo pessoal

Viviane de Souza Fidelis

Viviane de Souza Fidelis, que foi encontrada morta em casa

 

 Suposto término

 

O arquiteto afirmou que o casal já estava separado havia pelo menos duas semanas. Mas outras contradições levantaram suspeitas na família.


“Ele falou: ‘eu tinha terminado com ela, falado para ela que não dava mais certo, já tinha duas semanas, a gente voltou, tentou, mas não dava certo, porque eu não amava mais ela’. Ele falou que ela não aceitou”, contou Sheyla.

 

Segundo a família, no entanto, no último sábado (14) Viviane esteve em um casamento e apresentou o arquiteto como namorado. Já nesta terça-feira (16), ele apareceu no prédio dela e entregou duas sacolas de presentes de uma loja de grife.

 

Viviane não tinha histórico de depressão e não aparentava estar sofrendo com um suposto término.


“As unhas estavam feitas, é sinal que ela foi no salão essa semana. Não dá pra acreditar que ela estava sofrendo por um término de relacionamento, ela estava se cuidando. Não dá pra acreditar”, afirmou a mãe. 

Não consigo acreditar que ela faria uma coisa dessa. Ela era medrosa

 

Relação conturbada

 

Amigas de Viviane entraram em contato com a família e relataram um comportamento abusivo e possessivo do arquiteto, descrito como um “ciúme incontrolável”. Uma delas também citou a intenção de Viviane em terminar a relação e pedir uma medida protetiva contra ele.

 

“Na quarta ela falou com uma amiga que queria pedir uma medida protetiva contra ele por conta das agressões, que ele era muito ciumento e que já tinha agredido ela. Outra amiga mandou um print em que ela falou que ele empurrou ela num sofá”, disse Eduarda de Souza Barbosa, de 28 anos, prima de Viviane.

 

Segundo a família, Viviane descreveu algumas situações como “surtos” do namorado, que depois se resolviam.


“Ela comentou comigo algumas vezes que ele tinha um ciúme muito fora do normal. Eu presenciei isso uma vez que nós estávamos em um shopping, ele mandava toda hora mensagem, ela não interagia comigo, porque ficava o tempo todo respondendo ele, que não acreditava que ela estava comigo. Aí ela fez uma foto e um vídeo e mandou para ele, que estava comigo”.

 

O arquiteto foi o primeiro namorado que Viviane apresentou à família. Os dois estavam juntos havia cerca de seis meses.

 

Viviane foi descrita como uma mulher meiga, estudiosa e trabalhadora, mas também medrosa.


“Não consigo acreditar que ela faria uma coisa dessa. Ela era medrosa. Eu até poderia aceitar se fosse ingestão de medicamento, mas enforcamento não. Ela conseguiu dar lances em duas cartas de crédito para comprar o Yaris Cross que ela queria. A habilitação dela estava finalizando. Ela estava se preparando pra comprar um apartamento”, disse Sheyla.

 

Veja: 

 

 

 

 

 

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Velório da Viviani Souza

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Eduarda de Souza

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