LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A Arena Pantanal, estádio que está sendo construído em Cuiabá com vistas à Copa do Mundo de 2014, já possui 67,8% dos serviços concluídos, segundo o 4º relatório físico-financeiro elaborado e divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta semana.
O relatório foi apresentado pelo conselheiro Antônio Joaquim na última terça-feira (4).
O documento, que avalia a situação da obra até 30 de abril deste ano, aponta que houve uma “evolução positiva no ritmo dos serviços”. Em comparação com a medição anterior, realizada em 30 de março, a obra avançou 5,53%.
Os auditores do TCE avaliaram, ainda, que a obra apresenta um atraso de 30 dias em relação ao cronograma elaborado pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa). O previsto era que a Arena já estivesse com 75,39% dos serviços executados até abril deste ano.

"A parte que cabia à Secopa junto ao Ministério dos Esportes já foi feita. Falta agora a empresa cumprir os pré-requisitos de credenciamento para ter direito aos incentivos fiscais"
Apesar do incremento no ritmo das obras – inclusive com adoção de terceiro turno, segundo os auditores –, o relatório aponta a necessidade de atenção especial em alguns serviços críticos, como é o caso da estrutura metálica de cobertura do estádio.
Segundo o conselheiro Antônio Joaquim, a Secopa esperava ter concluído 100% dessa fase da obra até abril deste ano, porém apenas 69,72% do serviço foi executado até então.
“Mas, como o ritmo foi intensificado no último mês, pode ser que os 30% que faltam já tenham sido concluídos”, disse.
A Arena Pantanal está orçada em R$ 420 milhões e tem prazo de entrega agendado para outubro deste ano. Até abril deste ano, a construtora Mendes Júnior, responsável pela obra, já havia recebido R$ 284,8 milhões do Governo do Estado.
Recopa
Antônio Joaquim criticou, mais uma vez, a não adesão por parte da Secopa ao programa de isenção tributária do Governo Federal, o Recopa, que pode ser aplicado nas obras dos estádios para o Mundial de Futebol.
Em Cuiabá, o “desconto” poderia chegar a R$ 16 milhões, segundo um dos auditores responsáveis pela elaboração do relatório, André Luiz Souza Ramos.
“A parte que cabia à Secopa junto ao Ministério dos Esportes já foi feita. Falta agora a empresa cumprir os pré-requisitos de credenciamento para ter direito aos incentivos fiscais. A Secopa deve exigir da empresa essa adesão ao benefícios”, afirmou.
O auditor ressaltou que o benefício não é retroativo e, partindo do pressuposto de que R$ 284 milhões já foram pagos, R$ 10,6 milhões (equivalente a dois terços da isenção prevista) já teriam sido perdidos.
Divulgação
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Imagem mostra como deverá ficar a Arena Pantanal, depois de pronta
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Antônio Joaquim salientou que, a não adesão ao Recopa, pode configurar em sérios prejuízos aos cofres públicos estaduais no futuro, o que deverá ser avaliado quando do julgamento das contas da Secopa, no qual ele será o relator.
“A empresa pode vir a ser responsabilizada por essa situação no futuro”, afirmou.
Pagamento indevidoJoaquim se mostrou positivo, ainda, quanto aos pagamentos indevidos feitos pela Secopa de forma antecipada ao então Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior (posteriormente dissolvido), referente à aquisição de aço e fabricação de estrutura metálica, lajes e peças de concreto ainda não montados na Arena.
“Houve uma evolução positiva, porque o valor na nova medição passou de R$ 35,3 milhões para R$ 21,7 milhões”, disse.
A obraO Complexo da Arena Pantanal possui 34 hectares. Só o estádio compreenderá quase 104 mil m² desse espaço e terá capacidade para abrigar 44.336 pessoas.
Os dois últimos pavimentos dos setores norte e sul do estádio são desmontáveis, o que possibilitará a redução de cerca de 17 mil dos assentos.
Tal diminuição da capacidade do estádio no período pós-Copa será analisada conforme a demanda real de público para eventos esportivos e culturais.
A parte interna terá 96 camarotes, além de 1,2 mil lugares reservados à imprensa, 70 banheiros, 20 escadas de acesso e 12 elevadores.
Quanto ao estacionamento, serão 380 vagas dentro da Arena e mais 2,4 mil do lado de fora.
Os projetos de paisagismo serão feitos, como a criação de lagos artificiais, bem como haverá a construção de uma escalinata – estrutura arquitetônica que funcionará como ponto de encontro para os torcedores.
Uma grande passarela irá ligar o estádio ao entorno, área com mais de 300 mil m2, deverá contar ainda com uma praça com áreas de lazer, pista de caminhadas e atividades esportivas, espelho d'água, lanchonetes e restaurantes.
De acordo com a Secopa, a arquitetura do estádio foi projetada para atender a realidade de uma cidade quente como Cuiabá. O projeto prevê ventilação cruzada com tomadas de ar pelos cantos localizados entre os setores de arquibancadas. Além disso, serão instalados pisos e coberturas que amenizam o calor.