Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
CANTEIROS DA COPA
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Conselheiro defende a ampliação da jornada de trabalho

Antônio Joaquim defende celeridade nas obras e pontua dificuldades do Estado

Edson Rodrigues/Secopa

Decisão da Justiça do Trabalho inviabiliza ampliação de jornada de trabalho nos canteiros da Copa

Decisão da Justiça do Trabalho inviabiliza ampliação de jornada de trabalho nos canteiros da Copa

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O conselheiro Antonio Joaquim, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), criticou o “legalismo exacerbado” do Estado para conseguir autorização para ampliação da jornada de trabalho nos canteiros de obras da Copa do Mundo, em Cuiabá e Várzea Grande.

Durante a apresentação do 4º relatório da situação físico-financeira das obras na Grande Cuiabá, na terça-feira (4), o conselheiro pontuou as dificuldades enfrentadas pelo Governo para garantir a celeridade na execução dos projetos e afirmou que esse é um dos maiores problemas enfrentados pela gestão, atualmente.

"Se há acordo entre patrão e empregado, pagando o equivalente à hora extra, não há motivo para essa proibição. Por que não endossar?"

“Se há acordo entre patrão e empregado, pagando o equivalente à hora extra, não há motivo para essa proibição. Por que não endossar? As autoridades precisam ter prudência em alguns momentos, usar o bom senso”, disse.

Antonio Joaquim salientou que a falta de mão-de-obra qualificada é a principal dificuldade a ser superada pelo Governo do Estado, o que inviabiliza a adoção da jornada noturna de trabalho em todas as obras.

Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), o déficit atual nos canteiros de obras é de 2,5 mil trabalhadores.

“Teria que ter mais funcionários para a existência de turnos ininterruptos de trabalho, mas não tem mão-de-obra suficiente para isso”, afirmou.

Segundo ele, a questão foi agravada com as situações climáticas atípicas, registradas este ano.

“Choveu demais esse ano e eu imagino a dificuldade do Governo, mas há necessidade de providências imediatas”, disse.

Sem terceiro turno

Segundo o auditor da Secretaria de Controle Externo de Obras e Serviços de Engenharia do TCE-MT, André Luiz Souza Ramos – que participa da elaboração de relatórios das obras da Copa –, a adoção do terceiro turno nos canteiros é praticamente inviável, pela dificuldade em se trazer trabalhadores de fora do Estado.

"O terceiro turno não será generalizado, mas em serviços que sejam essenciais para a abertura de novas frentes"

“Está sendo difícil trazer pessoas de fora. O terceiro turno não será generalizado, mas em serviços que sejam essenciais para a abertura de novas frentes”, afirmou.

Risco de acidentes


Na última sexta-feira (31), representantes do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE-MT) negaram ao Estado a aplicação de quatro horas extras diárias nos canteiros das obras.

Durante a reunião, que contou com a participação da Secopa e dos sindicatos dos trabalhadores, o chefe de fiscalização do SRTE, Amarildo Oliveira, a aplicação de tal medida colocaria em risco a saúde do empregado.

“Pesquisas mostram que a maioria dos acidentes de trabalho acontece durante as horas extras, quando, geralmente, o trabalhador já está cansado e sua atenção é diminuída. O argumento da compensação salarial para o aumento da hora extra não é válido”, disse.

O mesmo argumento foi usado pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), William Brito, durante a apresentação do relatório.

Leia mais sobre o assunto:

TRT nega hora extra e obras da Copa ficam comprometidas



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Ivan  06.06.13 09h15
Sr. Conselheiro, ampliar o número de horas extras para além de duas por dia implica descumprir a lei. O seu argumento é simplesmente indefensável. Cabe ao empresariado criar mecanismos para atrair trabalhadores de outros Estados. Onde estão os 7 mil do maracanã, os 5 mil do mané garrincha, os 4 mil do mineirão, da fonte nova?. Tem gente para trabalhar sim, mas está faltando alguma coisa para atrai-los para a terra de Moreira Cabral. Não é com ilegalidades que se resolve problemas de gestão. Ivan
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Lucas  05.06.13 16h55
Eu como engenheiro sou otimista e acho que vai dar para concluir as obras ate a copa. Entretanto para isso tera que ampliar a jornada de trabalho para a noite tambem. Como acredito que não havera mão de obra deve-se reduzir a quantidade de funcionarios de obras que estão adiantadas e colocar esse pessoal a noite para ir adiantando alguma coisa. Outros deve ser contratados
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Gabriel  05.06.13 15h08
V E R G O N H A, agora estão culpando as chuvas, as chuvas este foram iguais ou menores das do que ocorreram no ano passado, é pura desculpa. Será que o governo, os responsaveis pelas obras não sabiam das chuvas? porque não iniciaram antes? porque tudo em cima da hora?
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Alexandre  05.06.13 12h58
Será que o problema é falta de mão de obra qualificada ou salário qualificado?
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