LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A falta de trabalhadores em Mato Grosso para atuar nas obras da Copa do Mundo tem comprometido o andamento das construções das trincheiras do Verdão e do Santa Rosa, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
De acordo com a o secretário extraordinário da Copa do Mundo (Secopa), Maurício Guimarães, o déficit nos canteiros de obras continua em torno de 700 operários, apesar das ações já feitas nos bairros da Capital para contratar novos funcionários.

"Hoje, o déficit é de 700 funcionários, se não mais. [...] Atualmente, o impacto é real nas trincheiras do Verdão e do Santa Rosa", diz secretário da Copa
“Hoje, o déficit é de 700 funcionários, no mínimo. Nós conseguimos incorporar 120 homens, mas foram abrindo novas frentes de trabalho na cidade. Atualmente, o impacto é real nas trincheiras do Verdão e do Santa Rosa. Ali está o nosso grande gargalo em termos de mão-de-obra”, afirmou.
Em entrevista ao
MidiaNews, Guimarães assegurou que novas parcerias estão sendo fechadas com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e entidades sindicais que representam os trabalhadores da Construção Civil e Pesada em Mato Grosso, a fim de suprir as vagas em aberto nos canteiros de obras de Cuiabá e Várzea Grande.
Denominado “Pacto pela Copa”, o acordo prevê melhorias salariais e pagamento de benefícios acima do que já é oferecido pelo mercado local aos operários, a fim de suprir o déficit de pessoal.
Segundo o secretário, atualmente, cerca de dois mil operários já estão envolvidos nas obras. Porém, faltam operários para atuarem nas obras de mobilidade urbana, construção da Arena Pantanal e ampliação e reforma do Aeroporto Internacional Marechal Rondon.
“Esse pacto nos dará condições de atrair um número maior de trabalhadores para as obras da Copa. Estamos fazendo ajustes e flexibilizando as regras trabalhistas. Ou seja, o trabalhador poderá sair de duas horas extras para quatro horas ao dia, poderá trabalhar em horários diferenciados. Esse pacto serve para criar condições, dar oportunidade às pessoas que queiram ampliar um pouco mais sua jornada de trabalho”, explicou.
Guimarães acredita que, com a formalização do projeto até o final de janeiro de 2013, será possível garantir a atuação de aproximadamente seis mil trabalhadores nas obras da Copa, já entre março e abril do próximo ano.
“Apagão”

"A maior dificuldade não é a qualificação, mas sim encontrar o trabalhador", afirma Maurício Guimarães
De acordo com o secretário, há vagas para várias áreas em aberto, não por falta de qualificação – que também é oferecida pelas empresas –, mas por falta de pessoas disponíveis para o trabalho.
“A maior dificuldade não é a qualificação, mas sim encontrar o trabalhador. Porque hoje você tem ofertas para todas as áreas. Há vagas para pedreiro, carpinteiro, ajudante e disponibilidade das empresas para fazer a qualificação”, disse.
Essa não é a primeira vez que a Secopa tenta agregar trabalhadores para as obras da Copa do Mundo. Em outubro deste ano, em entrevista ao site, o secretário da Copa afirmou que a falta de trabalhadores preocupa o Governo do Estado e tem causando verdadeiras “guerras” entre as empresas e consórcios responsáveis pela execução das obras já em andamento na cidade –
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Para tanto, a pasta fechou uma parceria com Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que resultou no oferecimento de 700 vagas para os interessados em trabalhar nas obras do Mundial. No entanto, nem todas as vagas foram preenchidas e metade dos interessados não possuía a qualificação necessária para contratação imediata –
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O secretário ressaltou, porém, que essa oferta continua valendo e que, quem tiver interesse, por procurar o Centro de Referência em Assistência Social do seu bairro para fazer o cadastramento.
“A parceria anterior com o MPT continua e nós faremos outra ação nos bairros em janeiro do próximo ano. Esse pacto pela Copa é parte dessa parceria e vamos fazer a aproximação entre demanda e oferta de trabalho”, afirmou.
Edson Rodrigues/Secopa
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"Déficit não atrapalha o cronograma das obras", diz secretário Maurício Guimarães
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Sem atrasosApesar das obras não estarem seguindo totalmente o cronograma esperado pelo Governo do Estado, Guimarães afirmou que está tranquilo e que o impacto da ausência de mão-de-obra existir, não irá comprometer a realização do Mundial de 2014.
“Esse déficit não atrapalha o cronograma das obras. Claro que hoje está impactando. Se eu tivesse 200 trabalhadores a mais nesses canteiros, essas obras estariam um pouco mais adiantadas. Mas isso será amenizado não vai afetar o cronograma”, assegurou.
Além de buscar trabalhadores locais para atuarem nas obras da Grande Cuiabá, a Secopa também aposta na chegada de novos operários que, até então, estavam lotados em outras grandes obras da Copa, nas demais sedes do país.
“Nós estamos terminando grandes obras hoje no Brasil, como as arenas que vão sediar a Copa das Confederações. Daí as empresas – principalmente o Consórcio VLT Cuiabá – estão cadastrando esses trabalhadores para que eles saiam de um canteiro de obras para outro. Por isso que na programação nós estamos um pouco tranquilos quanto aos momentos de pico”, afirmou.