LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) deverá finalizar, na próxima semana, o projeto “Pacto pela Copa”, que será assinado pelo Governo do Estado, Sindicatos da Construção Civil Média e Pesada, Ministério do Trabalho e empresas envolvidas em obras do Mundial.
Em entrevista ao
MidiaNews, o secretário da Copa, Maurício Guimarães, afirmou que a demanda por mão-de-obra nos canteiros deverá ser suprida com o fechamento do projeto.
“Só existe um ingrediente nesse bolo [de obras da Copa] que pode desandá-lo: a falta de mão-de-obra. E por isso nós estamos construindo o Pacto pela Copa. Na próxima semana, nós vamos sentar e fechar o pacto, para garantir efetivamente a mão de obra”, afirmou.
O pacto prevê, entre outras coisas, benefícios aos operários contratados e flexibilização da hora extra permitida atualmente pela lei trabalhista.
“O Ministério do Trabalho está flexibilizando a hora extra, tirando hoje do legal de duas para quatro horas, para quem quiser. Isso é uma demanda não só das empresas, mas também dos trabalhadores. O operário que vem de fora do Estado para trabalhar aqui quer ganhar dinheiro e hoje está impedido disso pela lei trabalhista”, disse.
Segundo o secretário, o pacto também dará a possibilidade de ter horários alternativos de trabalho nos canteiros de obras, no período noturno e aos sábados e domingos, bem como o pagamento de benefícios acima do que já é oferecido pelo mercado local aos operários.
“As empresas também vão trazer um diferencial nesse acordo, oferecendo algum benefício adicional, como por exemplo, uma cesta básica”, exemplificou.
O Governo do Estado, de acordo com Guimarães, entrará com a parte social no pacto, realizando trabalhos de autoestima com os trabalhadores e valorizando os serviços prestados pelos operários nas obras da Copa.
“O Estado entra com a parte social, capacitando a mão-de-obra dos canteiros, valorizando a questão da mão-de-obra na construção civil, que hoje tem uma importância fundamental nos trabalhos que estamos realizando. Depois da Copa, o trabalhador terá em seu currículo a experiência de ter participado das maiores obras desse Estado. Esse é o legado social que vai ficar”, afirmou.
Mão-de-obraAtualmente, cerca de dois mil operários já estão envolvidos nas obras da Copa. Porém, faltam cerca de 700 operários para atuarem nas obras de mobilidade urbana, construção da Arena Pantanal e ampliação e reforma do Aeroporto Internacional Marechal Rondon.
Segundo Guimarães, o Sindicato da Construção Civil possui 2,8 mil canteiros de obras na Capital, com um número de operários que já supriria o déficit atual.
“Se o sindicato trouxer um trabalhador de cada canteiro, eu tenho 2.800 trabalhadores nas obras da Copa e supro a minha demanda”, disse.