LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O governador Silval Barbosa (PMDB) autorizou, nesta semana, o aporte de mais R$ 10 milhões nas seis obras que integram o pacote de Travessia Urbana, a fim de garantir a continuidades dos serviços e o cumprimento do cronograma.
As obras são resultado de um convênio firmado entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no valor de R$ 165,7 milhões, que visa ao tratamento viário e construção de obras de arte nas rodovias federais 163, 364 e 070 – que cortam Cuiabá e Várzea Grande pelas avenidas Miguel Sutil, Fernando Corrêa da Costa e FEB.
Sem poder contar com os recursos do DNIT para o pagamento das empresas há aproximadamente 90 dias, devido à greve dos servidores da autarquia, o Estado passou a usar recursos próprios para “dar fôlego” às empresas, segundo o secretário da Copa, Maurício Guimarães.

"O Estado está aportando, com recursos próprios, parte desse pagamento para cumprir com a nossa obrigação"
Até o momento, o Estado já repassou R$ 15 milhões às empresas, o que é considerado pouco, uma vez que a parcela em atraso do convênio é no valor de R$ 52 milhões.
“O Estado está aportando, com recursos próprios, parte desse pagamento para cumprir com a nossa obrigação. Isso não é suficiente, mas serve para dar fôlego às empresas, até que a situação do DNIT seja resolvida, para que elas possam ter condições mínimas de garantir a entrega [das obras] no prazo”, disse.
Segundo Guimarães, a expectativa é de que, ainda que a greve dos servidores continue por tempo indeterminado, o repasse da parcela em atraso para Mato Grosso seja resolvida até o final deste mês.
Antes da paralisação, o DNIT já havia liberado R$ 60 milhões para o Estado.
ConsequênciasA falta de repasses, segundo Guimarães, fez com que a pasta adiasse em dez dias a conclusão e inauguração da obra do Viaduto do Despraiado, prevista para o dia 29 de agosto deste mês, além de ter motivado a paralisação de mais de 150 trabalhadores no canteiro de obras da Trincheira da Jurumirim, na segunda-feira (19).
Neste último caso, o Consórcio Sobelltar-Secopa, responsável pela obra, estava sendo acusado pelos operários de não reembolsar gastos contraídos com viagens para visitar familiares e por não ter dinheiro para rescindir os contratos de alguns funcionários que estariam doentes e sem condições de continuar atuando no canteiro de obras.
Guimarães salientou, porém, que não apenas a falta de verbas causou a paralisação da obra, mas também a falta de avanço no diálogo do Estado com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para aumento da jornada de trabalho dos operários – solicitação feita pelos próprios trabalhadores.
“Eles querem fazer mais horas extras e, infelizmente, nós não estamos conseguindo a flexibilização das regras trabalhistas junto ao Ministério do Trabalho”, afirmou.