LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
As obras que estão sendo executadas na Grande Cuiabá com vistas à Copa do Mundo de 2014 avançaram 5,94%, durante o mês de julho.
É o que aponta o 7º relatório físico-financeiro elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e divulgado na tarde desta quarta-feira (4).
Pela primeira vez, o documento, que tem como corte o dia 31 de julho deste ano, não avalia o andamento da obra da Arena Pantanal, no bairro Verdão, prevista para ser concluída em outubro deste ano.
De acordo com o relator, conselheiro Antônio Joaquim, o estádio terá um relatório exclusivo e detalhado sobre o andamento da obra, que deverá ser divulgado no próximo dia 16.
Com isso, o documento aponta que, das 26 obras analisadas pelos auditores do TCE, seis foram concluídas – cinco com atraso em relação ao cronograma inicialmente divulgado –, uma está dentro do prazo de execução e 19 apresentam atrasos que variam de 60 a mais de 180 dias.
Ao todo, excluindo as obras da Arena Pantanal, os auditores diagnosticaram que os contratos atingiram 37,43% de execução, o que implica, segundo Joaquim, na necessidade de incremento no ritmo de execução dos serviços.
"Não dá para dar uma informação hoje que ficará velha ainda mais rápida amanhã"
“As obras tiveram algum tipo de recuperação do tempo, mas não houve nada de “espetaculoso” em relação a avanços ou atrasos”, afirmou o conselheiro, durante entrevista coletiva.
As mais atrasadasDentre as obras que mais preocupam os gestores devido ao tempo de atraso e ao ritmo lento de execução estão a Trincheira da Jurumirim, na Avenida Miguel Sutil; as obras para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e a construção dos Centros Oficiais de Treinamento (COTs), especialmente o que está sendo erguido na Barra do Pari, em Várzea Grande.
O documento aponta que, segundo o cronograma, a Trincheira da Jurumirim deveria estar, em julho deste ano, com 96,16% dos serviços concluídos, mas alcançou o percentual de 57,09%.
Já a obra do COT do Pari, a situação é crítica, segundo o conselheiro, uma vez que as medições apontam que 17,48% da obra está pronta, enquanto o esperado era que 74,97% já estivesse concluído.
“Assim como o COT da UFMT, está é uma obra essencial para a realização da Copa do Mundo da Fifa e deve receber atenção especial do gestor para que seja entregue dentro do prazo”, diz trecho do documento.
Exclusão da ArenaSegundo o conselheiro, a exclusão da obra da Arena Pantanal do relatório geral das obras da Copa do Mundo foi necessária para preservar a atualidade dos dados e evitar “ruídos de comunicação”.
"As obras tiveram algum tipo de recuperação do tempo, mas não houve nada de 'espetaculoso' em relação a avanços ou atrasos"
Segundo Joaquim, os 35 dias compreendidos entre a última medição e a divulgação do relatório fazem diferença – principalmente no caso de obras próximas da conclusão, como é o caso do estádio de futebol, e cuja conclusão é imprescindível para a realização do Mundial na Capital.
“Não dá para dar uma informação hoje que ficará velha ainda mais rápida amanhã. Estamos seguindo esse conceito para dar uma informação mais atualizada à população, porque hoje as obras estão mais adiantadas do que apontaria o relatório”, afirmou.
O conselheiro adiantou que, para divulgar uma medição mais atualizada da obra, quatro auditores irão passar oito dias dentro do canteiro de obras da arena, a partir de quinta-feira (8), para elaboração do novo relatório.
“As informações serão recebidas online e checadas ‘in loco’ na obra pelos auditores”, disse.
Juízo de valorSegundo Joaquim, na apresentação do relatório da arena, devido à proximidade do prazo de entrega da obra, que expira em 31 de outubro próximo, será possível emitir “juízo de valor” sobre a obra.
“Já poderei emitir uma opinião e afirmar se ela estará pronta dentro do prazo ou não”, disse.
O mesmo se aplica, segundo o conselheiro, para as obras de mobilidade urbana, quando da apresentação do último relatório do TCE deste ano, agendado para ser apresentado em 16 de dezembro.
“Aí poderemos dizer as obras que poderão ser finalizadas até a Copa do Mundo e as que apresentam impossibilidade de serem concluídas”, afirmou.
Segundo Joaquim, o momento de “paralisar as obras” já passou, independente do atraso encontrado nas obras.
“Mandar só parar a obra, não resolve nada”, disse.
