Operários denunciam atraso de salário e insegurança em obra

Trabalhadores do canteiro de obras do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Barra do Pari, em Várzea Grande, denunciaram ao sindicato da categoria que estão sofrendo com constantes atrasos salariais e falta de Equipamentos de Proteção de Individual (EPIs).

A obra consta na Matriz de Responsabilidade, assinada entre o Estado e a Federação Internacional de Futebol (Fifa), como essencial para a realização da Copa do Mundo de 2014.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicccm), uma panfletagem será realizada no canteiro de obras no início da manhã de quarta-feira (19), em apoio à situação vivida pelos operários.

De acordo com a entidade, as irregularidades trabalhistas encontradas na obra colocam em risco a saúde e a segurança do trabalhador.

Atualmente, 86 trabalhadores atuam na construção do COT do Pari, cujo prazo de conclusão da obra está agendado para dezembro deste ano.

Orçada em R$ 25,5 milhões, a obra está sendo executada pelo Consórcio Barra do Pari e foi iniciada em janeiro deste ano.

Edson Rodrigues/Secopa

Operários denunciam constantes atrasos salariais

Estado de greve

A categoria está em estado de greve e busca, durante toda a semana, convocar os operários da construção civil para a luta por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

De acordo com o presidente da entidade sindical, Joaquim Santana, já houve uma rodada de negociação com o sindicato patronal, mas o aumento oferecido estaria aquém do solicitado pela categoria.

Hoje, segundo Santana, o valor máximo pago a um profissional é de R$ 1.003,20.

Com o reajuste oferecido pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), de 7%, esse valor subiria para R$ 1.073,65.

No caso dos serventes e auxiliares, que hoje recebem um piso salarial de R$ 743,60, o valor da remuneração subiria para R$ 797,14.

“Nós pleiteamos um aumento de 17%, que é possível de ser concedido atualmente. Com isso, o salário dos profissionais subiria para R$ 1.173,74. E o piso salarial dos serventes iria para R$ 870”, afirmou.

Movimento nacional

Os sindicatos do setor da construção querem que seja estabelecido um piso único no país. Um dos valores que se tem como base é o piso do Rio de Janeiro, de R$ 1.540,00.

Eles também cobram outros benefícios, como cesta básica; redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salário; aumento do percentual pago pela hora extra; redução do valor descontado no salário referente à alimentação, que hoje é de 10%, passando a ser um valor simbólico e plano de saúde.

Outro lado

O MidiaNews entrou em contato com a assessoria da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) para buscar um posicionamento sobre as irregularidades citadas pelo sindicato, mas até a publicação desta matéria, a pasta não se pronunciou sobre o assunto.