Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
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Sindicatos apontam irregularidade trabalhista em canteiros

Operários carregam armações de ferro por falta de máquinas, diz sindicato

Divulgação

Trabalhadores denunciam irregularidades a entidade sindical

Trabalhadores denunciam irregularidades a entidade sindical

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Representantes de entidades sindicais dos operários da Construção Civil constataram diversas irregularidades trabalhistas no canteiro de obras do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Barra do Pari, em Várzea Grande, já denunciadas na quarta-feira (19) pelos próprios funcionários da obra.

De acordo com os presidentes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicccm) e da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso (Fetiemt), Joaquim Santana e Ronei de Lima, respectivamente, foram relatados problemas relativos aos vencimentos e às condições de trabalho.

Cerca de 150 operários trabalham na obra, iniciada em janeiro deste ano pelo Consórcio Barra do Pari – formado pelas empresas Três Irmãos Engenharia Ltda., Engeglobal Construções Ltda., e Valor Engenharia Ltda.

Eles reclamam que as empreiteiras pagam os salários sempre com atrasos e tem descontado o valor cheio referente à produção em caso de falta do trabalhador, o que é irregular.

A falta de máquinas para carregamento de materiais pesados também foi destacada à entidade sindical pelos trabalhadores.

Seguindo informações do sindicato, os operários são obrigados a carregarem armações de ferragem que pesam acima de 100 kg, por exemplo, porque na obra não há guindastes e muques.

Divulgação

Entidades sindicais estiveram no canteiro de obras do COT do Pari nesta quarta-feira

Isso já estaria causando problemas de saúde em alguns funcionários, como o armador W.S., que já sofre com dores nas colunas devido à atividade.

“Mas fazer o quê? A gente precisa trabalhar”, disse.

Segundo a entidade sindical, os operários reclamaram ainda da burocracia para conseguir ou substituir equipamentos de segurança, como luvas e óculos de proteção, além de falta de segurança no local de trabalho, fios e pregos podem ser encontrados soltos e colocam em risco a integridade física dos operários.

COT do Pari


Orçado em R$ 25,5 milhões, o COT Barra do Pari terá 52 mil m² e terá capacidade para abrigar três mil torcedores.

O centro contará com salas de imprensa, cabines transmissão, vestiários, estacionamento, camarotes, longe, salas de musculação e fisioterapia, alojamentos, lavanderia, cozinha, refeitório e restaurante.

A distância desse COT até à Arena Pantanal será de 2,7 km. Depois da Copa, o centro funcionará como um estádio para Várzea Grande, que, atualmente, não possui um.

Estado de greve

A categoria está em estado de greve e busca, durante toda a semana, convocar os operários da construção civil para a luta por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

Hoje, segundo Santana, o valor máximo pago a um profissional é de R$ 1.003,20.

"Nós pleiteamos um aumento de 17%, que é possível de ser concedido atualmente"

Com o reajuste oferecido pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), de 7%, esse valor subiria para R$ 1.073,65.

No caso dos serventes e auxiliares, que hoje recebem um piso salarial de R$ 743,60, o valor da remuneração subiria para R$ 797,14.

“Nós pleiteamos um aumento de 17%, que é possível de ser concedido atualmente. Com isso, o salário dos profissionais subiria para R$ 1.173,74. E o piso salarial dos serventes iria para R$ 870”, afirmou.

Os sindicatos do setor da construção querem que seja estabelecido um piso único no país. Um dos valores que se tem como base é o piso do Rio de Janeiro, de R$ 1.540,00.

Eles também cobram outros benefícios, como cesta básica; redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salário; aumento do percentual pago pela hora extra; redução do valor descontado no salário referente à alimentação (que hoje é de 10%) e plano de saúde.



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2 Comentário(s).

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Daniel lima  24.06.13 09h08
gostei da matéria! é isso ai precisamos ficar de olho nos direito de nosso operacional, pois o brasil no momento sofre com a mão de obra qualificada que esta escassa.
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greizi  21.06.13 16h28
Que país é esse???
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