Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
ELEIÇÕES EM RONDONÓPOLIS
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Disputa no 3º colégio eleitoral pode ser entre ex-prefeitos

Atual prefeito, Zé do Pátio é rejeitado pelo PMDB e amarga impopularidade

Divulgação

Sachetti, Pátio, Sale e Muniz, candidatos em potencial à Prefeitura de Rondonópolis, em 2012

Sachetti, Pátio, Sale e Muniz, candidatos em potencial à Prefeitura de Rondonópolis, em 2012

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

A disputa pela Prefeitura de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), o terceiro colégio eleitoral de Mato Grosso, neste ano, promete ser a mais acirrada do Estado. Dois ex-prefeitos já se colocaram no páreo - Percival Muniz (PPS) e Rogério Salles (PSDB) - e um terceiro - Adilton Sachetti (PDT) - se prepara para entrar na disputa.

O PR, por sua vez, também quer lançar candidato, mas ainda não definiu o nome. Além disso, a situação eleitoral do atual prefeito, José Carlos do Pátio (PMDB), não é das melhores, e resta dúvida se ele poderá entrar na corrida eleitoral.

Mais de 20 dias após ter sido cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por gastos ilícitos em 2008, por ter distribuído 2,8 mil camisetas no dia da eleição, o prefeito peemedebista continua no comando do município. A continuidade se deve à estratégia de sua defesa, que entrou com um recurso no próprio TRE (embargo de declaração), que adia a aplicação da sentença, ou seja, a cassação do mandato, até que seja julgado.

Apesar de se manter na cadeira de prefeito, Pátio patina para encontrar respaldo político para tentar a reeleição, inclusive, dentro do PMDB.

Embora os líderes da sigla não admitam publicamente, ainda há resquícios da crise originada na campanha eleitoral de 2010, quando Pátio não apoiou a candidatura do governador Silval Barbosa (PMDB) à reeleição, e subiu no palanque do adversário Wilson Santos (PSDB).

Além disso, o prefeito acumula altos índices de impopularidade, com baixo desempenho nas pesquisas de intenção de voto, e enfrenta desgaste político entre os aliados, tendo perdido, até mesmo, o apoio de sua vice, Marilia Salles (PSDB), mulher de Rogério Salles.

Se Pátio não conseguir reverter a cassação na Justiça, ele terá que deixar a cadeira de prefeito e, em seu lugar, assumirá o presidente da Câmara Municipal, vereador Ananias Filho (PR).

Corrida republicana

Se assumir a prefeitura interinamente, Ananias terá que convocar eleições indiretas em até 30 dias, para que os vereadores do município escolham um prefeito-tampão, que administrará Rondonópolis, até o final do ano.

Diante do cenário tumultuado e da falta de consenso na sigla, o PR ainda não definiu quem será o candidato do partido, embora os republicanos tenham afirmado, reiteradas vezes, que o partido terá candidato. A sigla se apoia na popularidade do senador Blairo Maggi (PR) e do presidente regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes.

Os nomes colocados são os deputados estaduais Ondanir Bortolini, o “Nininho”, e Sebastião Rezende, além do próprio Ananias. A escolha do candidato, agora, vai depender da conjuntura política.

As variáveis são se Pátio vai mesmo deixar a prefeitura, abrindo caminho para Ananias assumir o comando; se o vereador vai se eleger prefeito-tampão nas eleições indiretas; além do resultado da pesquisa quantitativa, que apontará qual dos três tem mais pontos na pesquisa de intenção de votos.

A decisão, porém, tem que sair até junho, quando serão realizadas as convenções partidárias, e o cenário pode não desenrolar até lá.

Revolta tucana

Ex-vice-governador e ex-prefeito de Rondonópolis, o tucano Rogério Salles decidiu se lançar na disputa pela sucessão de Pátio. Para isso, sua esposa, Marília Salles, que é vice-prefeita, teve que virar oposição ao Governo do qual faz parte.

No ano passado, o PSDB resolveu romper com a administração de Pátio, entregou as pastas que comandava e começou a trabalhar a candidatura própria.

Na ocasião, ainda não havia sinalização de que Pátio e Marília pudessem ser cassados pela distribuição das camisetas, afinal, eles haviam sido absolvidos em primeira instância. Desse modo, para de descolar da administração impopular de Pátio, eles resolveram se afastar.

Marília, porém, já enfrentava problemas com a Justiça, e acabou ficando inelegível, condenada por improbidade administrativa, devido a irregularidades cometidas quando esteve no comando da Fundação de Promoção Social do Estado de Mato Grosso (Prosol), já extinta.

Os tucanos concluíram que a melhor saída era lançar o ex-governador e, agora, trabalham para viabilizar a candidatura de Rogério Salles.

Mato Grosso Muito Mais

O deputado estadual Percival Muniz (PPS) já se anuncia como pré-candidato a prefeito, desde que assumiu a vaga na Assembleia Legislativa, no começo de 2011. O parlamentar, desde então, trabalha com a possibilidade de que terá o apoio dos partidos do movimento Mato Grosso Muito Mais (PPS-PDT-PSB-PV).

Empolgado com a candidatura, o ex-prefeito já bradou aos quatro ventos que enfrentar os outros dois ex-prefeitos e o atual gestor nas urnas seria o cenário ideal, pois a população mostraria qual gestão aprovou mais.

Porém, a filiação de Adilton Sachetti ao PDT, em setembro de 2011, foi um duro golpe nas expectativas de Percival. Sachetti era filiado ao PR quando foi prefeito, e o desejo do socialista era enfrentar seu ex-aliado naquele partido.

Ao se filiar ao PDT, um partido do movimento, Sachetti teria “tomado” um partido que era aliado de Percival, segundo avaliação do deputado em entrevistas. Desse modo, o parlamentar ficou dividido entre o desejo de enfrentar o ex-republicano nas urnas, e o desejo de ter o apoio do PDT. Para completar, ainda não sabe se contará com o tão sonhado apoio de todo o movimento Mato Grosso Muito Mais.

Racha no movimento

O ex-republicano, ex-presidente da Agecopa e ex-prefeito Adilton Sachetti se filiou ao PDT nos últimos dias antes do prazo permitido para que ele concorresse nas eleições deste ano. Porém, ele sempre afirmou para a imprensa que não pensava em ser candidato a prefeito este ano.

No entanto, seu nome é sempre ventilado para a disputa, e bem colocado nas pesquisas, e os rumores são de que ele já estaria repensando a decisão de não concorrer.

Sachetti foi candidato à reeleição em 2008, quando perdeu a disputa para Zé do Pátio. Agora, diante da rejeição ao atual prefeito, ele pode ter a chance de virar o jogo e reconquistar a prefeitura.

A escolha do PDT para se filiar, em vez de voltar ao antigo partido, foi apontada por muitos como estratégia para cooptar o apoio oficial de outras siglas, sem perder o apoio extra-oficial de seu padrinho político, Blairo Maggi (PR).




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5 Comentário(s).

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Ze Luis  10.05.12 21h16
Porque a imprenssa de MT insiste em dizer que foram 2800 camisetas, se na verdade foram apenas 500, pois 2300 os fiscais teriam que estar caracterizados com camisetas identificadas, o Ze do Patio esta sendo cassado por 500 camisetas, certamente eles queria que fossem tirada a medida de 2300 pessoas para confeccionar as camisetas. O Ze esta sendo cassado, e toda Rondonopolis sabe que e porque venceu Blairo e sua turma, nao existe outro motivo, e se justica for feita, ele sera o proximo prefeito de Rondonopolis
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Milena  30.04.12 17h03
Faz uma nova pesquisa com um instituto sério como o Ibope aqui na cidade de Rondonópolis e vocês vão ver que o Zé do Pátio está disparado na frente de qualquer adversário.
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Gabriel Souza  30.04.12 10h54
Esta matéria está totalmente equívocada, pois o Zé do Pátio hoje é o candidato mais forte a prefeito de Rondonópolis porque o povo percebeu que a sua cassação é armação de políticos adversários e o partido todo está a favor de sua reeleição até o Bezerra não vai mais se opor pois o povo está a chando que ele que está por trás dessa armação e todo mundo sabe que o Zé consegue liminar facilmente pra registrar candidatura.
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Henrique  30.04.12 08h37
Henrique, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
janaina feitosa  29.04.12 17h27
O caso é que com a reportagem de hoje da folha de sao paulo em que aparece um dos integrante sd a equipe do adilton recebendo $$$$$$ e com os escandalos que a própria folha deve explodir esta semana sobre os contratos da delta com a administração do adilton. provavelmente este será carta fora do baralho.
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