LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
A coligação “Um novo caminho para Cuiabá”, que tem como candidato a prefeito de Cuiabá o empresário Mauro Mendes (PSB), vai denunciar ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a coligação do adversário Lúdio Cabral (PT), por uso da máquina pública, abuso de autoridade e de poder político.
Mendes afirmou durante coletiva, no fim da manhã desta sexta-feira (26), que a coligação de Lúdio, com apoio do chefe da Casa Militar, Coronel Ildomar Nunes Macedo, “armou” o flagrante que resultou na prisão do ex-jogador do Mixto Paulo César, na noite de ontem (25). Conhecido como "Gatão", o ex-atleta foi preso no bairro Cidade Alta, na Capital, sob a suspeita de comprar votos para Mendes (leia
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“O incidente na noite de ontem foi mais uma armação dos nossos adversários e, o que é pior, com participação de agentes públicos que têm cargo no primeiro escalão do Governo do Estado”, disse Mendes.
A coligação acusa o coronel de ter abusado de sua autoridade para efetuar a prisão de Gatão, que é coordenador de mobilização da região oeste na campanha de Mendes. O senador Pedro Taques (PDT) condenou duramente o ocorrido.
“Qual é o limite para ganhar uma eleição? Vale mentir, usar o aparato de estado? A Polícia Militar não pode ser usada como guarda pretoriana do governador para ganhar uma eleição. O chefe da Casa Militar, Cel. Macedo, está expondo a Polícia Militar ao ridículo. O que ocorreu foi uso da máquina, abuso de poder econômico e político, o que é ilegal”, disparou.
“Parabenizo ao delegado, que é um homem de bem, e não foi fantoche de aceitar a ordem dos que exercem o poder no Estado”, completou o senador.
"O chefe da Casa Militar, Cel. Macedo, está expondo a Polícia Militar ao ridículo", diz Taques
O coordenador da campanha de Mendes, deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), ressaltou que Gatão foi liberado porque não havia evidências de compra de votos e questionou o fato de o ex-jogador ter sido conduzido pela Polícia Militar.
“Não havia evidências, o Gatão não estava com títulos de eleitor ou qualquer documento. Mesmo assim, o Cel. Macedo deu voz de prisão a ele e o encaminhou ao Cisc Planalto, quando todos sabemos que a competência para isso é da Polícia Federal. Quando o Gatão chegou ao Cisc, o circo estava armado, com jornalistas e toda a equipe de marketing do Lúdio Cabral esperando”, disse Pinheiro.
Questionado se acreditava no envolvimento do governador Silval Barbosa (PMDB) no caso, Mendes respondeu que não seria leviano de acusá-lo sem provas.
Abordagem Gatão foi detido, na noite de ontem, com uma lista de aproximadamente 60 nomes, segundo informou o investigador Eduardo Cesar Moreto, que recebeu a ocorrência. Segundo a assessoria jurídica de Mendes, a relação seria de presença de cabos eleitorais contratados.
O ex-jogador relatou que estava fazendo uma reunião de trabalho com cabos eleitorais no momento da abordagem policial. “Por volta das 18h30 de ontem, eu estava em frente à minha casa quando chegou uma pessoa de carro batendo fotos nossas, o que provocou uma pequena ira na equipe”, disse.
“Logo depois fomos para a rua fazer uma mobilização e logo apareceu a viatura. Os policiais confirmaram que se tratava mesmo de uma lista de presença e não tinha indício de irregularidade. Mas então chegou o Willian Dias (ex-tenente da PM) e o Cel. Macedo, que deu voz de prisão”, disse Gatão.
O ex-jogador, que hoje é servidor da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), disse que ficou constrangido por que os vizinhos viram tudo. “No Cisc, o delegado logo constatou que não havia motivo para minha prisão, me liberou e até pediu desculpas”, contou.
