Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
SALÁRIO NA CÂMARA
19.01.2013 | 14h16 Tamanho do texto A- A+

Presidente descarta rever reajuste e critica Mendes

Presidente afirmou que aumento de 63% seguiu todos os trâmites legais

Thiago Bergamasco/MidiaNews

João Emanuel diz que vereadores não serão influenciados pelo veto do prefeito

João Emanuel diz que vereadores não serão influenciados pelo veto do prefeito

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel (PSD), descartou a possibilidade de anular o aumento de 63% do salário dos vereadores, aprovado no fim da última legislatura. Ele ainda classificou a atitude do prefeito Mauro Mendes (PSB), de vetar o aumento do próprio salário, de “populismo”.

João Emanuel afirmou que o veto de Mendes, oficializado na última sexta-feira (18), não vai influenciar os vereadores a seguirem o mesmo caminho, e cancelarem os próprios reajustes. “Se essa atitude do Mauro Mendes foi para tentar pressionar a Câmara a fazer o mesmo, dar algum recado ou algo parecido, ele está fazendo isso de modo errado. Ele está sendo populista ao tomar essa medida”, disparou o vereador.

“O prefeito vetou o próprio aumento para tentar consertar a imagem dele, que estava muito ruim nesse início de mandato, após ele insistir no aumento do IPTU e afirmar que sem isso não teria dinheiro para construir o novo Pronto-Socorro”, criticou Emanuel.

"O prefeito vetou o próprio aumento para tentar consertar a imagem dele, que estava muito ruim nesse início de mandato. Ele está sendo populista"


Pela proposta aprovada em dezembro, o salário de Mendes saltaria de R$ 15 mil para R$ 22 mil, um aumento de 46%, e ficaria maior até mesmo que o salário recebido pelo governador Silval Barbosa (PMDB).

“Não houve erros”

De acordo com João Emanuel, o aumento de R$ 9,2 mil para R$ 15 mil do salário dos vereadores é constitucional. O parlamentar garantiu, ainda, que não houve erros na tramitação e votação do projeto de aumento dos salários, ao contrário do ocorrido na votação do aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), realizada no mesmo dia.

“O subsídio daqueles que têm mandato eletivo é atrelado ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O aumento nada mais é do que uma adequação ao texto da Constituição Federal, que prevê que o salário do vereador é equivalente a 75% do salário do deputado estadual. É um efeito cascata automático”, disse.

O aumento do salário dos vereadores de Cuiabá foi proposto pela Mesa Diretora, então presidida por Júlio Pinheiro (PTB), e aprovado no dia 21 de dezembro passado, na sessão extraordinária que apreciou os projetos de lei de autoria do Legislativo.

No mesmo dia, houve outras três sessões extraordinárias – uma para votar mensagens do Executivo, outra para votar as emendas ao Orçamento, e a última, para votar o texto da Lei Orçamentária Anual.

A sessão que votou as mensagens do Executivo foi alvo de questionamento da atual presidência, que entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para barrar o aumento do IPTU, alegando falhas na tramitação do projeto.

Entre os erros apontados, está o fato de que a convocação para a sessão extraordinária não contém as assinaturas dos vereadores, e a pauta não foi divulgada com 24 horas de antecedência. Outra falha grave foi a falta de parecer das comissões da Câmara.

No entanto, de acordo com João Emanuel, a sessão que aprovou o aumento de salário obedeceu a todos os trâmites necessários. “Nós já avaliamos como foi a sessão, analisamos todos os documentos e as notas taquigráficas, e constatamos que não houve falhas na votação desse projeto. Todos os preceitos legais foram respeitados”, afirmou o presidente.

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93 Comentário(s).

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renato cabral  22.01.13 13h30
Essa é boa, dizer que o subsídio é atrelado ao dos ministros é uma das coisas mais absurdas que eu já ouvi. A Constituição Federal veda a vinculação ou equiparação salarial (art. 37, inciso XIII), o subsídio dos ministros do STF é utilizado como teto máximo apenas, não existe efeito cascata, não há aumento automático do subsídio. E mesmo se o vereador estivesse certo o reajuste deveria ter sido de 5% que foi o reajuste do subsídio dos ministros do STF. A constituição brasileira não diz que o subsídio dos vereadores deverão ser equivalente a 75% do subsídio dos deputados e sim fixa esse percentual como limite (teto) para os municípios com mais de 500000 habitantes (art. 29, inciso VI, letra "f" da CF). Não minta para o povo presidente da câmara.
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Amália  21.01.13 17h56
Esse João Emanuel é um populista que quer aparecer!!! "Mostrar serviço" prejudicando os interesses do prefeito.
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Fabio  21.01.13 16h29
Acho que salário de vereador não deveria ser baseado em salário de deputado, tinha que ser baseado no salário mínimo. Na verdade todos os cargos políticos tinham que ser baseados em salário mínimo, quem sabe ganhando salário mínimo eles entendem como a população sofre com os abusos que eles fazem em seus mandatos. Se não aumentam impostos de qualquer tipo, não há necessidade de ganham mais. Essa história de aumentar salário mínimo também é furada. Aumenta o salário mínimo e o preço de tudo aumenta junto, é só um aumento ilusório. o salário mínimo sempre irá lhe dar dinheiro para as mesmas coisas de sempre.
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JAIME TEIXEIRA  21.01.13 14h22
Ver. João Emanuel, cuide bem do povo, deu pra ver que ninguém é bobo não!
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Maria  21.01.13 14h22
É bom esclarecer que, ao contrário do que disse o presidente da Câmara, o aumento do salário dos vereadores não é automático em razão de outros aumentos. A Constituição Federal não atrela os salários dos vereadores a qq outro. pelo contrário, estabelece um teto máximo, o que não indica que os aumentos serão automáticos.
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