Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
MORTE DE DETENTO
06.11.2023 | 11h43 Tamanho do texto A- A+

Após 27 anos, secretário municipal é levado a júri em Cuiabá

Cláudio Andrade Gonçalves encontrado morto, após fugir do Carumbé

Reprodução

O Coronel Sales, que à época era comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar

O Coronel Sales, que à época era comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O coronel da reserva da PM Leovaldo Emanoel Sales da Silva, atual secretário municipal de Ordem Pública de Cuiabá, está sentado no banco dos réus nesta segunda-feira (6). Ele enfrenta o júri popular pela morte do detento Cláudio Andrade Gonçalves e um colega, em dezembro de 1996.

Começou a especulação sobre o seu desaparecimento do estabelecimento prisional, através do meio jornalístico

 

O julgamento está ocorrendo no Fórum de Cuiabá. 

 

Além de Salles, ainda respondem pela morte o capitão da PM Mariano Cassiano de Camargo, o sargento Ângelo Cassiano de Camargo e os soldados Douglas Moura Lopes e José Luiz Vallejo Torres.

 

O juiz Marcos Faleiros conduz a audiência na 1ª Vara Criminal de Cuiabá. 

 

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, em dezembro de 1996, uma rebelião no antigo presídio do Carumbé culminou na fuga de 50 presos. Por conta disso, o 3º Batalhão da Polícia Militar, que estava sob o comando do coronel Sales à época, foi acionado.

 

Horas depois, cerca de 15 presos foram recuperados nas redondezas do presídio, entre eles Cláudio Andrade Gonçalves, que sob o pretexto de que estava ferido, seria levado juntamente com um outro detento – sem identificação – ao então Pronto Socorro da Capital.

 

Ocorre que os dois presos desapareceram após o ocorrido.

 

Imagens da TV

 

Conforme a denúncia, Claúdio e o colega não foram levados ao hospital e sim executados. O MPE chegou a essa conclusão após reportagem da TV Centro América mostrar Claúdio sendo colocado em uma viatura sem ferimentos.

 

“Diante da repercussão causada pela imagem televisiva e posteriormente confirmada a ausência do detento Cláudio, por seus familiares, dois dias depois da rebelião, começou a especulação sobre o seu desaparecimento do estabelecimento prisional, através do meio jornalístico”, disse.

 

Em 6 de janeiro de 1997, um mês após a fuga, dois cadáveres, com sinais de execução, na estrada de Barão de Melgaço, e foram enterrados como indigentes no cemitério público municipal de Campo Santo, no Parque Cuiabá.

 

Tempos depois foi realizada a exumação dos corpos, a pedido do MPE, e se comprovou que um deles era Cláudio de Andrade.

 

“E, por esses motivos, teria, em tese, demonstrado a fuga dos detentos, bem como a execução destes perpetrada por Policiais Militares, com a determinação de seu Comandante”, consta em trecho dos autos.

 

A audiência

 

Testemunhas de defesa e acusação já foram ouvidas nesta manhã. 

 

A defesa do Coronel Sales é feita pelo advogado Hélio Castelo Branco; do PM Mariano Camargo pelo advogado Hélio Nishiyama; e de Douglas Lopes por Neyman Monteiro. Os réus Ângelo Cassiano de Camargo e José Luiz Vallejo Torres são representados pela Defensoria Pública.

 

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COMENTÁRIOS
2 Comentário(s).

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Caio  06.11.23 13h45
É inadmissivel demorar quase vinte anos para se proceder um julgamento.
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Graci Miranda   06.11.23 12h19
Deus ajude que Cel. Salles seja absolvido.
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