Cuiabá, Quinta-Feira, 18 de Setembro de 2025
TRIBUNAL DO JÚRI
18.09.2025 | 12h23 Tamanho do texto A- A+

Homem que matou noiva a facadas culpa vítima e chora; veja vídeo

Wendel Silva é réu pelo feminicídio de Leidiane Ferro da Silva, ocorrido em abril de 2024, em Peixoto de Azevedo

Reprodução

O réu Wendel dos Santos Silva durante depoimento no julgamento em Peixoto de Azevedo. No detalhe, imagens do crime

O réu Wendel dos Santos Silva durante depoimento no julgamento em Peixoto de Azevedo. No detalhe, imagens do crime

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

Em depoimento no Tribunal do Júri, Wendel dos Santos Silva, réu pelo feminicídio de sua noiva, Leidiane Ferro da Silva, em 2024, em Peixoto de Azevedo, tentou culpar a vítima, acusando-a de tê-lo humilhado constantemente durante os cinco anos que se relacionaram.

 

O julgamento de Wendel teve início na manhã desta quinta-feira (18), na comarca de Peixoto de Azevedo. O juiz que preside a sessão é João Zibordi Lara,  da Segunda Vara Criminal.

 

O réu falou por cerca de 45 minutos, sendo  inicialmente questionado pela promotora de Justiça Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes, que pediu que ele contasse a sucessão dos fatos ocorridos no dia 14 de abril, na residência do casal.

 

No dia do crime, Wendel disse que eles decidiram pela separação, e foi quando teria pedido as alianças de volta. Leidiane teria se recusado a dar o objeto, e ele então questionou se ela queria usar com outra pessoa. A resposta da vítima, segundo ele, foi que "cada um poderia usar com quem quisesse porque foi ela quem pagou". E ele a matou.

 

Matou com faca

 

A promotora perguntou se ele se lembrava do que aconteceu depois, mas ele negou e disse "só lembro de ter pegado a faca". 

 

Após o crime, ainda conforme a acusação, Wendel publicou uma mensagem nas redes sociais ofendendo Leidiane e criticando a Lei Maria da Penha. A mensagem foi lida pela promotora e confirmada pelo próprio réu que a escreveu.

 

"Essa maldita lei que defende as mulheres para ficar humilhando os homens. As vagabundas traem e o homem tem que ficar calado, porque se fala alto com elas, elas mandam prender. Pois agora vocês vão me prender morto, lei desgraçada. Essa vagabunda que eu fazia tudo por ela, e ainda vinha e [me] chamava de doente, porque eu só pedia para ela não pisar na bola comigo", leu a promotora.

 

Não suficiente, o réu ainda teria enviado mensagens a uma amiga de Leidiane, identificada como Ana Paula Carvalho Silva, também culpando-a. "Oi, vagabunda. Está satisfeita agora? Você vivia chamando ela para sair para se bronzear", relembrou a promotora ao ler as mensagens. 

 

Por fim, a promotora Andreia ainda questionou o porquê Wendel continuou com a vítima, já que a acusava de ser uma pessoa que o humilhava e o ofendia durante todo o relacionamento.

 

"O senhor só narrou fatos contrários à vítima, que não está mais aqui apra se defender. Por que o senhor não deu fim a esse relacionamento? Porque o senhor matou ela? Se ela fez tanta coisa com o senhor, te humilhou tanto, porque ficou 5 anos com a vitima até matá-las a facadas? Porque o senhor não tomou iniciativa para terminar esse relacionamento que o senhor tanto sofria?", disse.

 

Culpabilização da vítima

 

Durante cerca de 30 minutos de seu depoimento, o réu contou sobre o suposto relacionamento conturbado que tinha com a vítima, e alegou que sofria de violência psicólogica por parte dela. Wendel ainda disse que nunca havia agredido Leidiane, porém a afirmação foi contestada pela acusação.

 

Conforme a promotora de Justiça, Wendel teria dado um golpe da mata-leão em Leidiane cerca de dois meses antes de matá-la, além de ter diversos processos relativos a violência doméstica cometida contra outras mulheres com quem se relacionou. O réu confirmou as informações.

 

Segundo ele, devido a Leidiane ter melhores condições financeiras, ele não podia dar palpites dentro da casa, nem perguntar sobre a vida dela, onde ela ia, até o dia em que ela teria "jogado na cara" que não ficaria com ele somente porque ele estava pagando uma conta de luz ou de água, que ela poderia "arrumar coisa melhor" e eles terminaram.

 

Um ano depois, de acordo com Wendel, eles reataram o relacionamento, ocasião em que Leidiane teria prometido que não o "machucaria com palavras", porém quatro meses depois, teria começado a ofendê-lo novamente e até alegou uma possível traição por parte da vítima.

 

O feminicídio

 

O crime ocorreu na casa do casal, no dia 14 de abril, e foi filmado por câmeras de segurança. As imagens mostram o assassino andando entre a cozinha e outro cômodo, enquanto a Leidiane está em pé, ao lado da filha do réu, Ketlin Jacqueline Cozer Silva, que está sentada à mesa.

 

Após Wendel e Lediane trocarem algumas palavras, a mulher vai até o fogão servir um prato de comida. O assassino, então, retorna à cozinha com o dedo em riste, pega uma faca e golpeia a mulher nas costas, próximo à nuca, que cai no chão. Em seguida, ele afugenta o filho de Leidiane, que também estava na casa, e desfere mais golpes na vítima.

 

Veja trecho da audiência:

 

 

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