Cuiabá, Quinta-Feira, 30 de Outubro de 2025
CONTRA HOSPITAL
30.10.2025 | 09h00 Tamanho do texto A- A+

Ex-secretária cobra R$ 2,4 mi por morte da filha e neta no parto

Laísa Júlia Reis e sua filha recém-nascida, Ayla Souza Reis, morreram em setembro de 2024, em Cuiabá

Divulgação

A bacharel em Direito Laísa Júlia Reis e a mãe, Paolla Reis

A bacharel em Direito Laísa Júlia Reis e a mãe, Paolla Reis

DA REDAÇÃO

A ex-secretária-adjunta da Casa Civil e ex-candidata a vereadora por Cuiabá, Paolla Reis, ingressou com uma ação de indenização contra o Hospital Beneficente Santa Helena pela morte da filha, a bacharel em Direito Laísa Júlia Reis Oliveira Lira e da neta recém-nascida Ayla Souza Reis.

 

Essa dor é irreparável, mas quem fez isso não pode ficar impune

A ação pede o pagamento de R$ 2,4 milhões por danos morais e materiais. Segundo Paolla, todo o valor será destinado a ações sociais que Laísa desenvolvia em vida, voltadas à proteção de mulheres e à promoção da justiça social.

 

As mortes ocorreram em 4 de setembro de 2024.

 

O processo aponta falhas médicas, omissão de socorro e negligência no atendimento prestado à gestante, que procurou o hospital três vezes em dois dias antes do desfecho fatal.

 

De acordo com os autos, Laísa, com 38 semanas de gestão, buscou atendimento pela primeira vez em 2 de setembro, apresentando febre alta, dores no corpo, náuseas e batimentos fetais acelerados. Mesmo com os sinais de alerta, ela foi liberada após receber medicação sintomática, sem a realização de exames laboratoriais. O médico plantonista, conforme o processo, ainda registrou o nome da paciente de forma incorreta no prontuário.

 

No dia seguinte, Laísa voltou à unidade com febre de 38,4°C e batimentos cardíacos fetais acima de 180 bpm, mas novamente foi orientada a aguardar o resultado dos exames em casa.

 

Na madrugada do dia 4, já debilitada e com fortes dores abdominais, ela procurou o hospital pela terceira vez. Só então os exames apontaram um quadro infeccioso em evolução. Mesmo assim, segundo a ação, nenhuma medida efetiva de internação ou transferência foi adotada, contrariando protocolos de urgência obstétrica.

 

Sem o suporte necessário, a família decidiu levá-la por conta própria ao Hospital Geral Universitário (HGU), onde foi feita uma cesariana de emergência. Laísa e a bebê Ayla não resistiram à infecção generalizada. O quadro evoluiu rapidamente para atonia uterina e uma série de complicações que culminaram em parada cardíaca.

 

A mãe e avó, Paolla Reis, disse que a motivação para ingressar com o processo vai além da dor pessoal e representa um ato de voz em defesa de outras famílias.

 

“Mesmo neste momento de dor, o que me move é falar em nome das famílias que perdem filhas e netos por falta de cuidado e humanidade no atendimento. Destruiu minha vida ver minha filha entrar viva em um hospital e sair morta, junto com minha neta. Essa dor é irreparável, mas quem fez isso não pode ficar impune. Busco justiça por Laísa, por Ayla, por nós, familiares e amigos. Que nenhuma outra família precise passar por isso”, declarou.

 

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ROSILAYNE PRADO  30.10.25 09h08
E mto triste perdi minha mãe com um erro médico grotesco, a dor e tamanha que não conseguimos nem entrar com ação porque a cada lembrança a alma grita, mais vai em frente não podemos deixar isso ficar em pune, precisamos de profissionais humanos que atendam seus pacientes como vc da sua família. parabéns pela atitude.... o caso da minha mãe tenho certeza que terá justiça divina.....
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