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04.09.2014 | 15h45 Tamanho do texto A- A+

Grupo Modelo oficializa pedido de falência na Justiça

Decisão foi tomada após tentativas frustradas de recuperação financeira; dívida é de R$ 184 milhões

Tony Ribeiro/MidiaNews

Grupo fechou suas últimas três lojas em Cuiabá no dia 30 de julho passado

Grupo fechou suas últimas três lojas em Cuiabá no dia 30 de julho passado

MAX AGUIAR
DA REDAÇÃO
Após tentativas frustradas para superar suas dificuldades financeiras, o Grupo Modelo, que controlava uma das maiores redes de supermercados de Mato Grosso, entrou na Justiça com pedido de falência.

Coincidentemente, a decisão é tomada no mês em que o grupo completaria 30 anos de atuação no Estado.

A empresa passava por um plano de reestruturação, que foi apresentada à Justiça no dia 30 de abril deste ano.

Com uma dívida orçada em R$ 184 milhões, o grupo estava em processo recuperação judicial, que começou em fevereiro de 2013.

O Pedido de Autofalência do Supermercado Modelo consta em protocolo com data de 1º de setembro, na Vara Especializada de Falência, Recuperação Judicial e Cartas Precatórias de Cuiabá.

A decisão caberá ao juiz Flávio Miraglia Fernandes.

De acordo com o processo, as ações movidas por bancos credores foram responsáveis pelo impacto mais “feroz" à saúde”de caixa dos supermercados do grupo.

"Será emitida a certidão de crédito para ser habilitado no processo de falência. O dinheiro que vier pagará primeiro o empregado"

Com o deferimento de uma liminar em favor do Banco Safra, por exemplo, todas as lojas da rede deixaram de receber cartões de crédito e débito das bandeiras Visa e Mastercard, para o pagamento de compras pelos clientes.

O processo de recuperação judicial foi uma tentativa de salvaguardar o caixa e manter a rede funcionando, conforme alegações da diretoria.

Com isso, a rede chegou de diminuir 30% de suas vendas que eram realizadas através de operações por meio de cartões.

A briga nos tribunais, que incluiu o leilão de um imóvel do grupo, localizado na Avenida Miguel Sutil, “fragilizou” o atendimento aos clientes, que, a cada dia, viam prateleiras cada vez mais vazias.

Incerteza

Com o fechamento parcial de algumas lojas, os funcionários do Modelo passaram a viver as incertezas sobre o futuro da empresa.

Só no Ministério do Trabalho, há mais de mil processos. Um mutirão para resolução dos casos deve ser feito, ainda neste, para que sejam pagos, pelo menos, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as guias do seguro-desemprego.

Por enquanto, apenas um caso foi resolvido. Somente o sindicato da categoria já ajuizou cerca de 120 ações individuais, enquanto conclui outros 800 processos de ex-funcionários.

"Neste desfecho, o crédito trabalhista é prioritário"

Conforme o advogado do Sindicato dos Empregados no Comércio de Cuiabá e Várzea Grande (Secc), Carlos Ricardi de Souza Pizzatto,  diante da atual situação, a falência do Modelo “era uma um caminho sem volta”.

Em entrevista ao jornal A Gazeta, Pizzatto disse que, neste desfecho, "o crédito trabalhista é prioritário”.

“Será emitida a certidão de crédito para ser habilitado no processo de falência. O dinheiro que vier pagará primeiro o empregado”, disse o advogado.

Segundo o advogado, a Justiça do Trabalho também está tratando a situação com sensibilidade, agendando uma pauta especial para atender os ex-funcionários dos supermercados.

O Grupo Modelo chegou a ser considerado a maior rede de supermercados de Mato Grosso, em atividade ininterrupta desde 1984 e com 14 lojas, em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Primavera do Leste.

Outro lado

Com escritório em Curitiba (PR), o advogado Arno Jung, novo representante do Modelo na Justiça, informou ao MidiaNews que vai aguardar a decisão do juiz para falar sobre o assunto.

Leia mais sobre o assunto:

Após 30 anos, Modelo encerra atividades em Mato Grosso

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COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

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maria das graças andrade bueno  07.09.14 16h43
Uma pena o fechamento do supermercado Modelo,por muitos anos esta empresa contribuiu e muito em nossa cuiaba,gerando emprego a muitas familias
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maria cecilia  05.09.14 20h02
É UMA PENA, SEMPRE COMPREI NO MODELO DO COXIPÓ, FUI BEM ATENDIDA, E ESTA FAZENDO FALTA,ESPERO QUE OS DONOS SAIAM DESTA FALENCIA, SE DEUS QUIZER , POIS LUTARAM 30 ANOS NA CAPITAL E MERECEM RESPEITO
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André  05.09.14 14h33
André, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
JAIR OLIVEIRA  05.09.14 14h30
ANA PAULA, TA CERTO QUE AGIRAM ERRADO COM VOCÊ. MAS PELO QUE LI VOCÊ TA DIZENDO BEM FEITO PARA OS DONOS DO MODELO. ATE CONCORDO CONTIGO, HOJE VOCE MORA EM LONDRES E ESPOSA DE UM EMPRESARIO E ETC. MAS PENSE EM QUANTOS FUNCIONARIOS QUE MANTINHAM O SUSTENTO DA FAMILIA COM O EMPREGO NO MERCADO, NAO SAO POUCOS, VOCE ESTA DE BOA E QUEM NAO RECEBEU SALARIO, ACERTO FGTS E NEM SABE QDO VAI, NESTES VOCÊ NAO PENSA , ESTA AGINDO IGUAL ELES NESTE COMENTARIO.
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Francisco Novelli  05.09.14 10h11
Me lembro do caso VARIG que precisava de R$100 ou R$ 200 milhões para continuar e o Governo não ajudou. Concordo com o comentário abaixo, de que o Governo ajuda times de futebol (vide timemania, e tantas outras) e gasta em estádio.
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