O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para interceder a favor do Banco Master. As informações são da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.
Moraes teria procurado Galípolo pelo menos quatro vezes, segundo o jornal. Três delas teriam sido por telefone e uma presencial, para tentar tratar dos problemas do banco de Daniel Vorcaro, preso em novembro por suspeita de fraude em uma transação bilionária. Ele foi solto dias depois, usando tornozeleira eletrônica.
O ministro teria defendido o banco a Galípolo. Segundo a publicação, fontes dizem que o próprio Moraes disse gostar de Vorcaro e pediu que o BC apoiasse o negócio junto ao BRB, que comprou produtos de investimento irregulares do Master, epicentro do escândalo.
O escritório de advocacia da mulher de Moraes, Viviane Barci, tinha negócios com o Master. Ainda segundo o jornal O Globo, o contrato previa um pagamento de R$ 3,6 milhões por mês durante três anos — o que totalizaria R$ 129 milhões.
Segundo os relatos, o presidente do BC disse a Moraes sobre as fraudes, o que fez o ministro recuar. Interlocutores contaram à publicação que, diante da fraude, o ministro teria reconhecido que não havia como o negócio ser feito.
Ao UOL, a assessoria do STF disse não ter informações sobre o caso. A reportagem procurou ainda o Banco Central e tenta contato com o escritório de Viviane, mas não teve sucesso. Caso haja qualquer retorno, a matéria será atualizada. Ao jornal O Globo, nem Moraes, nem o presidente do BC quiseram comentar.
Fraude de R$ 12 bilhões
O dono do Master, Daniel Vorcaro, foi preso em 18 de novembro na Operação Compliance Zero e deixou o presídio no dia 29. A ação apura suspeitas de crimes envolvendo o Master e o BRB (Banco de Brasília), que pretendia comprar a instituição financeira de Vorcaro.
A suspeita é que o Master "fabricou" carteiras de crédito e repassou essas carteiras ao BRB. O valor de R$ 12 bilhões acabou abastecendo artificialmente o Master a fim de impedir sua liquidação.
O caso estava na Justiça Federal de Brasília, mas agora está no STF. O ministro Dias Toffoli decidiu que os próximos atos da investigação ficarão provisoriamente com o Supremo, após pedido da defesa de Vorcaro.
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