A Polícia Federal suspeita que o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, acusado de operar um esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), tenha forjado a piora de sua saúde por meio de uma greve de fome voluntária para obter prisão domiciliar.
A informação levou o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o retorno dele ao regime fechado, nesta quarta-feira (12).
Em julho, Zanin havia autorizado que Andreson cumprisse prisão domiciliar em Primavera do Leste após a defesa alegar que o lobista estava debilitado e apresentava perda de peso significativa.
Quatro meses depois, porém, a PF informou ao ministro que ele havia se recuperado e suspeitava que a suposta piora tivesse sido simulada. Com base nesse relatório, o magistrado revogou o benefício e mandou o lobista de volta ao presídio. A decisão está sob sigilo.
Conforme apurado pela reportagem, o lobista foi transferido para Brasília no início da tarde. Ele deve ficar recluso no Complexo Penitenciário da Papuda, onde estava antes de ser colocado em prisão domiciliar,
Em nota, o advogado Eugênio Pacelli, que defende Andreson, rechaçou a suspeita e criticou o retorno dele ao regime fechado.
“Decisão tão surpreendente quanto desfundamentada. Esqueceram o laudo do IML e seu diagnóstico com base em exames de imagem e outros, para validar 50 minutos de dois policiais médicos na casa dele. A ser assim, se ele se suicidar, dirão que, como foi voluntário o suicídio, ele deverá ser enterrado no presídio”, afirmou em nota enviada ao MidiaNews.
O lobista foi preso em Cuiabá no dia 26 de novembro de 2024, no âmbito da Operação Sisamnes, que investiga crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
As investigações tiveram início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023.
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