A promessa do Governo do Estado, por meio da Secopa, de entregar no mês que vem (julho) a primeira grande obra de mobilidade urbana que faz parte da matriz de responsabilidade que o Estado assinou com a FIFA para sediar quatro jogos da Copa do Mundo de 2014, reacendeu o otimismo do povo cuiabano em relação ao término das demais obras que estão em execução em diversos pontos da cidade e também de Várzea Grande, dentro do prazo exigido.
Não é para menos, o povo cuiabano quer fazer bonito no maior evento esportivo do planeta, pois sabe que as atenções do mundo estarão voltadas para cada uma das 12 sedes onde acontecerão os jogos da Copa do Mundo.
A inauguração do Viaduto do Despraiado, uma obra exuberante, com toda certeza, vai levantar a auto estima da nossa gente, assim como acontecerá quando forem inaugurados o viaduto e a trincheira do Tijucal, da Avenida do CPA, a trincheira da Miguel Sutil e do trevo do Santa Rosa, além do Fest Parque, no Dom Aquino e também a trincheira da FEB e viaduto que ligará a Avenida Beira Rio ao Cristo Rei, na cidade vizinha.
Porém, a obra mais esperada, que vai retratar a modernidade e significar um avanço grandioso da capital mato-grossense no setor de transporte coletivo, o VLT (Veículo Leve sobre Trilho), pode se transformar no “calcanhar de Aquiles” das autoridades envolvidas nessas obras, em que pese o governador Silval Barbosa e o presidente da Secopa, Maurício Guimarães, jurarem, de pés juntos, que será possível concluir sua implantação até o grande evento.
O problema é que não basta assentar os trilhos, construir as estações de parada e as grandes estações de integração (uma próximo ao Aeroporto Marechal Rondon e outra no Coxipó). O gargalo, na minha opinião, está um pouco mais à frente de tudo isso e se resume em: quem vai operar o VLT?.
Até o momento, só se fala em obras, em elevatórias, em obras do entorno da Arena Pantanal, porém, em nenhum momento foi feita qualquer menção sobre quem vai operar o VLT.
Com toda certeza, não serão os que operam o deficitário, caótico, desumano e ultrapassado sistema de transporte coletivo que atua em Cuiabá e Várzea Grande, já que é preciso “know how” para esse sistema que, de acordo com os especialistas, será o mais moderno da América Latina (?).
Nunca é demais lembrar que para contratar a operadora com esse cabedal é necessário desencadear um processo licitatório nacional, ou até mesmo internacional, o que torna o processo ainda mais lento e trabalhoso,
Temos ainda que considerar a possibilidade dos recursos durante o processo, o que atravanca a definição do gestor e praticamente remete todo o processo à fase inicial.
Na próxima sexta-feira (12), estaremos a exatos 365 dias (um ano) da realização da Copa do Mundo de 2014, sendo que abertura acontecerá no 12 de junho do ano que vem, em São Paulo, no estádio Itaquerão, em fase de conclusão e no dia 13 acontece o primeiro jogo da primeira fase, na Arena Pantanal, em Cuiabá.
É fato que, se as outras obras de mobilidade estiverem funcionando como manda o figurino, um eventual atraso na implantação do VLT não vai impactar a realização dos jogos.
Mas, vai ficar ruim visualmente para aqueles que aqui vierem, pois, de um lado, vão deparar com tantas mudanças altamente positivas para melhorar a nossa qualidade de vida e, ao mesmo tempo, darem de cara com um canteiro de obras cortando uma das principais vias de escoamento de trânsito da nossa cidade.
Seria bom que o governador e o presidente da Secopa dessem uma satisfação a respeito dessa licitação ao povo. Afinal, frustrar essa expectativa pode ser muito ruim para algumas autoridades que estarão em plena campanha eleitoral e doidos para aparecer como pai, padrinho, tio dessas “crianças”.
LUIZ ACOSTA é jornalista, secretário de Imprensa da Câmara Municipal de Cuiabá.