Nos últimos anos, medicamentos como a semaglutida e a tirzepatida ganharam espaço no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Chamados de agonistas de GLP-1 ou agonistas duais de incretina, eles atuam diretamente no cérebro e no trato digestivo para reduzir a fome, aumentar a saciedade e melhorar o controle da glicose no sangue.
Mas apesar do impacto positivo, a ciência mostra que eles não são soluções mágicas. Seu verdadeiro poder aparece quando estão inseridos em um estilo de vida bem estruturado.
O papel da alimentação: mais do que “comer menos”:
Pesquisas recentes demonstram que o uso desses medicamentos pode levar não apenas à perda de gordura, mas também à diminuição de massa muscular. Isso exige atenção: cada refeição deve conter proteínas de qualidade (como peixe, ovos, leguminosas ou tofu), que ajudam a preservar músculos e manter a energia.
Além disso, priorizar carboidratos complexos (aveia, batata-doce, arroz integral) e gorduras saudáveis (azeite, abacate, castanhas) garante saciedade prolongada e estabilidade metabólica. Essa combinação reduz efeitos colaterais como náuseas, refluxo e constipação.
Hidratação e movimento: aliados invisíveis
Outro ponto essencial é a hidratação adequada. O uso de GLP-1 pode favorecer a desidratação, por isso recomenda-se o consumo de 2 a 3 litros de líquidos por dia, preferencialmente água.
O mesmo vale para a atividade física. Estudos mostram que manter uma rotina de exercícios aeróbicos associados ao fortalecimento muscular 2 a 3 vezes por semana é a chave para conservar massa magra e evitar o reganho de peso.
Mais riscos do que benefícios em dietas extremas
Apesar da ansiedade por resultados rápidos, dietas muito restritivas ou práticas alimentares radicais podem comprometer a saúde, levando a déficits de vitaminas, queda de energia e até problemas renais. O caminho mais seguro está na moderação e no acompanhamento profissional.
Como manter os resultados a longo prazo
Um dos maiores desafios é o medo de recuperar o peso perdido ao suspender a medicação. A boa notícia é que, quando há hábitos estruturados — alimentação equilibrada, treino regular e monitoramento contínuo —, a chance de reganho diminui consideravelmente.
Não se trata apenas de números na balança, mas de construir uma rotina que sustente saúde, energia e longevidade.
Conclusão
A ciência é clara: os medicamentos GLP-1 e a tirzepatida revolucionaram o tratamento da obesidade, mas sozinhos não transformam vidas. O que realmente gera impacto é o conjunto — medicação, nutrição de qualidade, hidratação, atividade física e acompanhamento próximo.
Em outras palavras, não basta começar. É preciso organizar, repetir e sustentar. Quando a saúde segue um método, os resultados deixam de ser temporários e passam a ser duradouros.
Max Wagner de Lima é cardiologista.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
0 Comentário(s).
|