Na primeira declaração desde o início da Conferência de ONU sobre o Clima, em Belém, o presidente Donald Trump foi às redes sociais para criticar o desmatamento causado pela construção de infraestrutura para o evento no Brasil.
Em sua plataforma Truth Social, ele afirmou: "Eles devastaram a Floresta Amazônica do Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas. Isso virou um grande escândalo!".
Na postagem, ele menciona uma reportagem da emissora Fox News, aliada ao governo Trump, que mostrou como a estrada foi construída e como ela obrigou as autoridades a cortarem árvores.
Trump, porém, não fez qualquer referência ao fato de que o desmatamento caiu no Brasil nos últimos anos e que foi justamente no governo de seu aliado, Jair Bolsonaro, que as taxas atingiram níveis inéditos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia convidado Trump para Belém. Mas a delegação americana sequer viajou para o evento. Trump deixou o Acordo de Paris e, em seu discurso na ONU em setembro, denunciou ambientalistas por estarem supostamente deturpando dados sobre o aquecimento do planeta.
Sua atitude negacionista gerou críticas por parte de governos e ativistas.
Na reportagem, a Fox News diz que o evento está se
transformando "em um desastre" e cita o fato de que 100 mil árvores teriam sido derrubadas.
A reportagem também destaca que poucos países se comprometeram com ações de redução de emissões.
A emissora apresenta os dados a partir de uma entrevista com Marc Morano, um conhecido negacionista climático e que vem atacando cientistas e ambientalistas.
A construção da Avenida Liberdade foi um projeto de mobilidade anterior a COP30 e muito criticado por ambientalistas brasileiros. Embora o governo do Pará alegue que a via seja sustentável, a rodovia — orçada em R$ 410 milhões e com 13,4 km — corta três municípios da região metropolitana, cruza áreas de floresta e comunidades tradicionais e afeta o Parque Estadual do Utinga e a Área de Proteção Ambiental de Belém, que se conectam.
Entre os ativistas, a declaração de Trump foi recebida como um sinal de que o governo americano deve agir por meio de intermediários e representantes de aliados para minar qualquer acordo em Belém.
O consenso é de que o republicano não está preocupado com o número de árvores derrubadas, mas sim em descredibilizar o evento climático da ONU.
Já semana passada, Trump adotou a mesma postura numa cúpula da Organização Marítima Internacional. Apesar de não fazer parte, o governo americano agiu para garantir um impasse nas negociações sobre emissões.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
|
0 Comentário(s).
|