Cuiabá, Domingo, 14 de Dezembro de 2025
GRATIFICAÇÃO
14.05.2020 | 14h43 Tamanho do texto A- A+

Casa Civil: "É mais econômico ter efetivos em cargos de chefia"

Projeto de Lei foi aprovado pela Assembleia Legislativa em primeira votação na noite desta quarta-feira

Victor Ostetti/MidiaNews

O chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, que defendeu projeto de lei

O chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, que defendeu projeto de lei

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O secretário chefe da Casa Civil Mauro Carvalho saiu em defesa do projeto de lei complementar que concede aumento de gratificação para servidores efetivos do Estado que ocupam cargos de confiança.

 

Dentre as mudanças mais substanciais descritas no projeto, está a que eleva o percentual de gratificação a servidores efetivos em cargos de comissão. Os servidores que ocuparem cargo de chefia no Executivo dobraram a gratificação recebida (entenda abaixo).

 

A alteração, no entanto, não deverá afetar os cofres públicos do Estado, segundo a Casa Civil. Mauro Carvalho diz que o governo espera que os cargos fiquem mais atrativos para os efetivos, aumentando o número de servidores públicos ocupando cargos comissionados.

 

“É muito mais econômico para o Estado ter servidores públicos nessas funções do que contratar alguém da iniciativa privada que irá receber a integralidade do cargo comissionado e não apenas uma porcentagem”, destacou o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho.

 

É muito mais econômico para o Estado ter servidores públicos nessas funções do que contratar alguém da iniciativa privada que irá receber a integralidade do cargo comissionado e não apenas uma porcentagem

Conforme dados do governo, atualmente 70% desses cargos já são ocupados por efetivos.

 

O secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra, explicou que a medida é necessária, uma vez que o governo encontra “graves problemas de gestão, porque servidores não querem assumir determinados cargos, pela baixa remuneração”.

 

“Por exemplo, um servidor que é diretor de uma cadeia pública recebe para assumir esse cargo R$ 700 líquidos e tem uma responsabilidade imensa. Temos muitas dificuldades de encontrar pessoas interessadas em assumir essas funções”, afirmou.

 

Fórum sindical defende

 

Conforme o Executivo, o PLC foi realizado após um pedido do Fórum Sindical – entidade que representa servidores públicos do Estado de Mato Grosso – feito nas eleições para governador em 2018.

 

O secretário-geral do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig), Antônio Wagner Oliveira, afirmou ser favorável ao projeto, uma vez que a grande maioria dos cargos em comissão é ocupada por servidores efetivos.

 

“Nem todos os que estão em cargos de comissão são secretários, adjuntos ou presidentes de autarquias. Dos cargos comissionados, 95% são de gerentes de alguma secretaria ou setor e recebem R$ 500 ou R$ 600 para assumir esse cargo”, explicou ele em vídeo em suas redes sociais.

 

“Cargo que muitas vezes tem uma complexidade absurda, com uma série de responsabilidades e podendo ser penalizado. O servidor acaba gastando para assumir determinados cargos”, disse.

 

Tramitação na AL

 

O PLC foi aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa na noite de quarta-feira (14).

 

O presidente do Legislativo, Eduardo Botelho, convocou uma sessão extraordinária para a noite desta quinta-feira (14) para a segunda votação projeto.

 

A aprovação do texto, no entanto, foi realizada sobre tensão no Legislativo. Inicialmente o projeto foi anunciado como rejeitado pelo presidente Eduardo Botelho. Pelo placar da votação, apenas 12 parlamentares foram favoráveis, quando o Regimento Interno determina que são necessários 13 votos.

 

Ocorre que a conexão da internet dos deputados Sebastião Resende (PSC) e Max Russi (PSB) falhou e estes não apareceram online no momento em que foi anunciada a rejeição ao projeto.

 

Russi citou a o artigo 238 do Regimento Interno da Casa Leis, que estabelece que o deputado pode votar até o final de sessão, e encaminhou seu voto favorável a Botelho. Assim, com 13 votos favoráveis, o projeto foi aprovado.

 

Entenda projeto

 

Atualmente, um servidor de carreira que ocupa um cargo de secretário de Estado, por exemplo, recebe o seu subsídio e mais 35% de gratificação sobre o valor do DGA-1 – que é R$ 18,2 mil. Essa gratificação passará a ser de 70% sobre o valor do DGA.

 

É o caso, por exemplo do secretário de Fazenda Rogério Gallo – que é procurador do Estado. Pelo cargo que ocupa, ele tem um salário de R$ 33,6 mil e recebe mais R$ 6,3 mil de gratificação.

 

Se aprovada a lei, essa gratificação passará a ser de R$ 12,7 mil.

 

A mesma elevação de 70% se aplica ao DGA-2, que atualmente é de R$ 9,3 mil e paga uma gratificação de 40% aos efetivos em cargo comissionado. Este seria o caso, por exemplo, do delegado-geral da Polícia Judiciária Civil, Mario Demerval.

 

Hoje, ele recebe R$ 33,5 mil de salário e R$ 3,7 mil de gratificação. Este último será elevado a R$ 6,5 mil, em caso de aprovação do projeto.

 

Veja quanto é pago e qual a proposta:

 

 

 

DGA-1     R$ 6.387,82

R$ 12.775,63

DGA-2     R$ 3.750,00

R$ 6.562,50

DGA-3     R$ 2.531,25

R$ 4.500,00

DGA-4     R$ 2.250,00

R$ 4.000,00

DGA-5     R$ 1.750,00

R$ 2.800,00

DGA-6     R$ 1.375,00

R$ 2.200,00

DGA-7     R$ 1.100,00

R$ 1.800,00

DGA-8     R$ 962,50

R$ 1.575,00

DGA-9     R$ 675,00

R$ 1.012,50

DGA-10   R$ 595,00

R$ 765,00

 

Leia mais sobre o assunto:

 

AL volta a apreciar projeto de lei que eleva salários no Executivo

 

Em 1ª votação, AL aprova projeto que eleva salários no Executivo

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Jose Maria  15.05.20 08h44
Tratar este assunto como sendo de interesse do servidor público (ainda mais neste momento) é um desrespeito sem limites. Só para constar, sou servidor do estado e acho VERGONHOSO isso aí.
8
0
Beto  14.05.20 19h57
Acho importante você valorizar o servidor de carreira, mas todo cargo tem sua responsabilidade, então porque não valorizar também os exclusivamente comissionados, aumentando o valor do DGA, que está defazado desde 2013. Pois independente ser servidor de carreira ou exclusivamente comissionados, ambos respondem pelos atos praticados pelo grau de responsabilidade do cargo. Está é minha opinião. Obrigado
3
4
FABIO ARRUDA DE ALMEIDA  14.05.20 15h28
Sr. Mauro,o momento não e um dos melhores, eu acho que um salario de 33.000,00 ja e suficiente, gasta esses dinheiros nos hospitais, na policia, principalmente para educação, por que vcs não dao um aumento desses para os professores nao os qualificam melhores as escolas estão todas caido aos pedaços, que Deus tenha misericordia do senhor pessoa de mal coração.
23
2
Robson Souza  14.05.20 14h58
Esta correta a colocação do Secretário Mauro Carvalho. Pagar percentual do salário é mais economico do que salário cheio. Outra coisa os servidores efetivos que desempenham atividades de comissionados tiveram seu ultimo aumento no primeiro mandato do governador Blairo Maggi.
23
21