Cuiabá, Sexta-Feira, 5 de Dezembro de 2025
COMPRA DE AERONAVES
05.03.2016 | 08h13 Tamanho do texto A- A+

Coronel diz que aquisições são complexas e se explicará a Taques

Relatório da CGE acusou chefe da Casa Militar e diretor da Arsec de fazer compra superfaturada

Arquivo

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Airton Siqueira Júnior

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Airton Siqueira Júnior

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Airton Siqueira Júnior, se posicionou pela primeira vez sobre o relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE) que o apontou como um dos responsáveis por um suposto superfaturamento na compra de uma aeronave pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

 

Em entrevista na noite de quinta-feira (03), durante solenidade de comemoração de 50 anos da criação da Casa Civil e Militar, Siqueira Júnior afirmou que as aquisições investigadas pela CGE são “complexas”.

 

“Quando se fala em aquisições que envolvem equipamentos aeronáuticos, é extremamente complexo. E talvez se pegar a referência de preço em um site e pegar o preço que vem de um representante, são números bem diferentes”, disse.

 

Quando se fala em aquisições que envolvem equipamentos aeronáuticos, é extremamente complexo

“No site, geralmente, são informações que vêm do exterior. Já o representante inclui uma série de situações. À época, o que fez esse processo avançar foi o diferencial que essa máquina proporcionava”, afirmou.

 

No entanto, o secretário disse ainda não estar a par de todo o teor da auditoria da CGE.

 

Ele disse ter ficado fora do Estado por mais de uma semana, fazendo uma viagem de carro pelo trajeto que o governador Pedro Taques (PSDB) deve fazer em abril pela América do Sul, com objetivo de encontrar uma saída para exportação pelo pacífico.

 

“Cheguei de viagem há pouco. Estava fora do país. Recebi mensagens de WhatsApp dizendo o que estava acontecendo, mas não estou inteirado. Eu coordenei o Ciopaer por três anos. Passaram na minha mão diversos processos licitatórios, sem nenhum problema”, afirmou.

 

“Mas vou me inteirar melhor dessa situação toda. Vou prestar os primeiros esclarecimentos ao governador do Estado, para as autoridades. E assim que me inteirar melhor, passarei todas as informações tranquilamente”, disse.

 

O secretário deve se reunir com o governador somente na noite desta sexta-feira (04), quando o tucano volta de uma agenda em Brasília.

 

“Quero me reunir com o governador o mais breve possível. E certamente convocaremos uma coletiva e prestaremos todos os esclarecimentos possíveis, porque a gente procura ser o mais transparente, com a maior lisura. E a minha carreira foi conduzida e está sendo conduzida desta forma”, afirmou.

 

Exoneração

 

Por fim, o secretário disse não acreditar que há "interesses escusos" na divulgação do relatório da CGE. Disse, ainda, não temer uma possível exoneração.

 

“Eu prefiro encarar que esse relatório foi um processo normal que precisa ser esclarecido. E estou pronto para prestar qualquer esclarecimento, para quem quer que seja”, disse.

 

Quem define a minha permanência ou saída é o governador do Estado. E como ele é uma pessoa extremamente justa, irá analisar profundamente tudo o que está acontecendo

“E não temo exoneração. Quem define a minha permanência ou saída é o governador do Estado. E como ele é uma pessoa extremamente justa, irá analisar profundamente tudo o que está acontecendo”, completou.

 

Reunião

 

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, disse que nenhuma medida administrativa será tomada antes que o coronel possa apresentar sua defesa.

 

“O coronel Siqueira passou a semana praticamente fora, chegou em Cuiabá hoje e veio direto para este evento . Não tivemos tempo de falar com ele. Nem eu, nem o governador. Mas vamos começar a fazer isso, vamos ouvi-lo e vamos saber o que ele tem a nos dizer sobre isso tudo”, afirmou.

 

Entenda o caso

 

Uma auditoria da CGE detectou um suposto superfaturamento na compra de uma aeronave pelo Ciopaer.

 

O relatório apontou irregularidades que teriam sido cometidas pelo então secretário de Estado de Segurança e hoje presidente da Arsec (Agência Municipal de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá), Alexandre Bustamante, e pelo atual secretário-chefe da Casa Militar, coronel Airton Siqueira Júnior.

 

Pela auditoria, Bustamante homologou a compra e autorizou 90% do pagamento de um avião semi-novo, adquirido a um valor superior ao de mercado em cerca de R$ 500 mil, no ano de 2014. O fiscal do contrato por parte do Governo do Estado era Airton Siqueira, então comandante do Ciopaer.

 

A aeronave Beechcraft Baron G58 foi adquirida da Tradewinds Aircraft Sales Incoporation, empresa com sede em Lakeland, no estado da Flórida, Estados Unidos, pelo valor de R$ 3,1 milhões.

 

Segundo o relatório, entre as irregularidades estariam a “falta de ampla pesquisa de preços” (já que apenas os orçamentos de duas empresas foram consultados antes do lançamento da licitação); a “conduta omissa do fiscal de contrato, que não assina as faturas ou recibos, e a falta do termo de recebimento provisório e definitivo e atraso na entrega da aeronave”.

 

Todas essas supostas negligências teriam culminado em um superfaturamento de 23% a 28% na compra da aeronave.

 

Leia também:

 

Relatório da CGE acusa chefe da Casa Militar e diretor da Arsec

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2 Comentário(s).

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Elton lopes  06.03.16 08h40
Cel Siqueira , o povo não entende que comprar aeronave usada é cheia de pequenos detalhes, como exemplo, horas de voos. Tem gente querendo te derrubar, comando! Tranquilidade!
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pedro paulo  04.03.16 10h23
Nada passa pelo CGE ou CGU, agora os culpados devem ser punidos.
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