ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O vereador Deucimar Silva (PP), que está sendo investigado na CPI que apura um rombo de R$ 1,1 milhão na reforma da Câmara de Cuiabá, em 2009, atribuiu a culpa pelo superfaturamento à Prefeitura na Capital, na figura do secretário de Habitação, João Emanuel. O progressista disse que está disposto a quebrar seu o sigilo bancário e, inclusive, de toda sua família, para provar que não embolsou o montante.
Ele afirmou que o secretário sabe que quem fez o orçamento foi a Prefeitura, na época, sob Wilson Santos (PSDB). Tanto é que, segundo ele, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou, no processo de número 9565/6, a responsabilidade da Habitação no quesito “sobrepreço”.
“Acho ridículo o João dizer que o timbre da secretaria pode ter sido retirado da internet. Não me importa isso, eu quero saber é das assinaturas que constam nos documentos”, rebateu o vereador, em entrevista na
Rádio Cidade, nesta terça (27), se referindo ao fato de o engenheiro civil Carlos Anselmo, que foi cedido pela Secretaria de Habitação, ter assinado todo o projeto.
Sobre o depoimento da presidente da Comissão de Licitação da Câmara, Izanete Gomes da Silva, Deucimar disse que ela teria assumido a função de chefe das licitação um ano antes da reforma.
“Desde novembro (não citou de que ano), ela estava à frente da licitação. Ela ficou um ano e será que só fez esse processo? Mas, eu até entendo: ela estava muito nervosa no depoimento, tanto é que não parava de rir”, disse ele.
Vale esclarecer que Izanete afirmou em, seu depoimento - de fato, em meio a gargalhadas -, que apenas fez "o combinado com Deucimar": só assinou os documentos no dia da licitação, em 30 de dezembro. Ela disse que não leu nada e nem participou de nada, só assinou.
"Malandragem"Deucimar Silva aproveitou a entrevista à emissora para fazer um desabafo. Afirmou que, diante de tantas polêmicas envolvendo seu nome, a população já "criou" uma figura pessoal dele, e que há um pensamento coletivo de que “Deucimar é malandro”.
Na tentativa de se defender, o vereador atacou, até mesmo, a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e o prefeito Chico Galindo (PTB).
“Eu não sou Deus para acertar 100%. A Dilma e o Galindo tinham que ser cassados, também. O teto da policlínica do Planalto caiu... Foi a prefeitura que fez a praça em frente à Câmara e todos diziam que era eu. Muita gente caiu do cavalo”, completou ele.
O vereador e o dono da empreiteira Alos Construtora, contratada para executar as obras, vão depor à CPI na tarde de quarta-feira (28).
Entenda o caso
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