Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
MOÇÃO DE REPÚDIO
06.06.2012 | 11h05 Tamanho do texto A- A+

Câmara declara "guerra" à CAB; abastecimento é crítico

Vereadores reclamam de falta de respeito por parte do diretor da empresa, Ítalo Joffily

MidiaNews/Reprodução

O diretor Ítalo Joffily, da CAB, despertou a ira dos consumidores e da Câmara Municipal

O diretor Ítalo Joffily, da CAB, despertou a ira dos consumidores e da Câmara Municipal

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A insatisfação com a atuação da Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental), responsável pelo sistema de abastecimento em Cuiabá, saiu do burburinho das ruas - principalmente, da periferia, onde a falta de água é um problema crônico - e chegou ao Plenário da Câmara Municipal.

Na sessão ordinária de terça-feira (5), os vereadores aprovaram, por unanimidade, uma Moção de Repúdio à empresa, apresentada pela vereadora Lueci Ramos (PSDB), por entenderem que o diretor-geral da CAB, Ítalo Joffily, tratou os parlamentares com desrespeito.

Enquanto muitos cuiabanos reclamam de falta d’água nas torneiras ou da qualidade do líquido que está abastecendo as suas residências, os vereadores se irritaram com o comportamento apresentado por Joffily, em reunião realizada no último dia 31 de maio. Na ocasião, ele teria dito aos vereadores que “comprou a concessão [da Sanecap], pagou e não aceitará de forma alguma interferência política”.

Os parlamentares pressionaram o diretor a respeito de problemas de abastecimento e vazamento enfrentados pelos cuiabanos, diariamente, além da insatisfação quanto aos serviços gerais prestados pela empresa.

A resposta de Joffily teria sido a de que os cuiabanos devem ligar para o Serviço de Atendimento ao Cliente da CAB Ambiental (0800 646 61 15) para registrarem suas queixas.

De acordo com uma nota postada no site da Câmara, o prefeito Chico Galindo (PTB) se solidarizou com o Legislativo e apoiou a Moção de Repúdio oferecida pela casa.

A vereadora Lueci Ramos, que foi abertamente a favor da concessão dos serviços de água e esgoto da Capital, se defendeu. 

“Votamos na concessão com o intuito de disseminar o abastecimento, assim como melhorar o serviço e a qualidade da água. Não é por que votamos a favor da concessão que vamos aceitar tudo calados. Muito pelo contrário, representamos a população e a nossa função é fiscalizar e exigir que a empresa cumpra as regras estabelecidas no contrato. E é isso que faremos”, afirmou a tucana.

Requerimento

O vereador Lúdio Cabral (PT) já havia apresentado um requerimento convocando a diretoria da CAB Ambiental, bem como da Agência Municipal de Regulação de Água e Esgotamento Sanitário (Amaes), para prestar esclarecimentos na Câmara.

No entanto, até hoje, a Mesa Diretora não incluiu o requerimento na pauta, o que tem causado desconforto entre os demais parlamentares.

Insatisfação

Desde que assumiu os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na Capital, a CAB vem enfrentando a ira dos cuiabanos, que reclamam do aumento das taxas de serviço, apontam que o desconto de R$ 0,10 na tarifa não pôde nem ser comemorado e sofrem com torneiras secas.

Ainda na primeira semana de serviço, a Adutora Bom Clima sofreu um rompimento total, parou de funcionar e deixou os moradores da Região Leste de Cuiabá sem abastecimento. Ao todo, 16 bairros ficaram “na seca”, até que o problema fosse resolvido.

Na época, a CAB afirmou que uma série de estruturas deixadas pela antiga responsável pelo serviço, a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), estão seriamente comprometidas, por falta de manutenção.

Por essa razão, a empresa estaria se dedicando a “apagar incêndios”, durante as primeiras semanas em funcionamento – clique AQUI.

Em seguida, foi a vez de 88 bairros da Capital sofrerem com a falta de abastecimento, o que totalizou um mínimo de 250 mil pessoas sem água.

O fato aconteceu em maio, quando, mais uma vez, a Estação de Tratamento de Água do Tijucal (ETA Tijucal) apresentou problemas nas bombas de captação e deixou 44% da população cuiabana em uma situação caótica.

Moradores fizeram solicitação de caminhões-pipa e tentavam registrar suas queixas no SAC da empresa, mas o serviço de atendimento não funcionou da maneira como queriam.

Alguns acabavam rezando por chuva, para poderem aparar água nos reservatórios de suas casas ou corriam na casa de vizinhos para encherem baldes e garrafas d’água para atenderem às necessidades básicas – leia mais AQUI.

Outro lado

O MidiaNews tentou contato com a assessoria de imprensa da CAB Ambiental, mas, até a edição desta matéria, ninguém retornou às ligações.

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COMENTÁRIOS
32 Comentário(s).

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jackson felix de moraes  07.06.12 11h50
os politicos cuiabanos devian se orgulhar da cab uma vez que em toda historia de cuiaba a agua nunca prestou e agora querem que resolva o problema em dois meses se eles nao resolveram em 250 anos
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jony galden lei  07.06.12 11h43
jony galden lei, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Marcos Aurélio Rodrigues  07.06.12 09h27
KKKK ENGRAÇADO CUIABÁ SEMPRE TEVE PROBLEMAS NO ABASTICIMENTO DE ÁGUA, POR QUE OS NOBRES VEREADORES NÃO RECLAMAVAM QUANDO A SANECAP ÉRA UMA EMPRESA ESTATAL, NÃO TÔ DEFENDENCO A CAB, MAIS ESSES VEREADORES SÃO OS MESMOS QUE AUTORIZARAM O CHICO A VENDER A COMPANHIA..
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fabio  07.06.12 09h10
bom eu acho que os vereadores nao deviam reclamar pois não forao ele que venderao a sanecap. ja deverião saber que isso estava previsto.portanto eu acho que o DIRETOR DA CAB ESTA MUITO CERTO EM FALAR PARA ELES LIGAREM NO 0800........
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Ari  07.06.12 08h05
Esta semana pude conversar com um funcionário da CAB que tambem foi da antiga SANECAP, sobre como está a sua nova situação como empregado. Ele me disse que está satisfeito pois teve aumento salarial, tem unimed e vale refeição. A empresa está ajustando os processos internos para melhor. Sendo assim devemos dar tempo para a empresa organizr melhor as coisas. Devemos lembrar do uso indevido da empresa na campanha eleitoral, onde funcionarios quebravam equipamentos para que houvesse falta de água etc. E esses vereadores já estão pensando na sua reeleição, não na cidade a médio e longo prazo.
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