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20.05.2012 | 16h10 Tamanho do texto A- A+

Aumento de vagas facilita o "toma lá, dá cá" em câmaras

Cuiabá está entre as 22 capitais que optaram por eleger mais vereadores

Luiz Alves/Secom

Câmara de Cuiabá vai eleger mais seis vereadores, aumentando bancada para 25 parlamentares

Câmara de Cuiabá vai eleger mais seis vereadores, aumentando bancada para 25 parlamentares

ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO

Cuiabá figura entre as 22 capitais brasileiras que optaram por eleger mais vereadores neste ano. Com a Emenda Constitucional de nº 58, de 2009, que garante o aumento proporcional à quantidade de habitantes, o município elegerá mais seis parlamentares para a Câmara Municipal.

Além da capital de Mato Grosso, Campo Grande, João Pessoa, Recife, Boa Vista, Florianópolis, Salvador, Natal, São Luís, Fortaleza, Manaus, Porto Velho e Teresina também adotaram a medida. Apenas Curitiba, Vitória, Belém e Porto Alegre preferiram não permitir a eleição de mais vereadores.

 
 


Para o analista político João Edisom (foto ao lado),  o aumento de vagas é positivo para a democracias, mas, segundo ele, a imagem grande parte dos beneficiários da medida está desgastada. Além disso, lembra ele, por lei, não é permitido o aumento de recursos para cobrir as despesas extras nas câmaras.

“O problema é o caráter das pessoas. Eles teriam que se virar para pagar os salários e as verbas indenizatórias, mas existe um conluio entre Câmara e Prefeitura para negociar orçamentos, votar projetos. Um ajuda o outro. As negociatas prejudicam a população”, exemplificou o analista.

Edisom frisou que, na realidade, essa mudança poderá causar maior lentidão na máquina pública, já que haverá mais políticos para serem subornados. “Vai piorar tudo. A Prefeitura vai ser chantageada por mais pessoas e isso vai causar maior lentidão na máquina. Sou a favor do aumento, mas nesse formato é ruim. Podíamos ter 50 vereadores, mas o 'toma lá, dá cá' causado por interesses particulares prejudica a sociedade”, disse João Edisom.


O analista político Lourembergue Alves destacou alguns pontos que, segundo ele, resumem os interesses e as conseqüências do aumento

Louremberg Alves diz que medida é irreversível

de vereadores na Câmara Municipal.

Para ele, o aumento irá acomodar melhor os partidos e apadrinhados políticos. “Os maiores defensores desse aumento são os partidos, já que fica mais fácil acomodar os afilhados dos caciques e traz benefícios diretos aos líderes de legendas. Não há necessidade de aumentar cargos, sendo que continuarão sem desempenhar seu papel. Só dão nome de rua e título de cidadão cuiabano”, criticou ele.

Lourembergue observou, ainda, que a emenda é irreversível e que somente com uma intervenção do Congresso Nacional poderá alterá-la. “A Justiça Eleitoral não pode mais mudar a situação e é improvável que ocorra uma mudança, já que atinge vários interesses políticos”, disse ele.

O analista explicou que a PEC 58 tem um texto diferente, pois trata apenas do número máximo de vereadores e que isso não significaria que é obrigatório atingir o índice.

Em relação Cuiabá, o texto diz que pode haver de 23 a 25 vereadores na Câmara. Além disso, para a emenda tornar-se realidade, uma outra emenda municipal precisou ser aprovada e sancionada, o que teria sido feito sem grande esforço.

O site UOL publicou um levantamento feito em todas as capitais do Brasil e mostra em quais a PEC 58 foi aplicada.

 Confira a reportagem e assista os vídeos AQUI.

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Gutemberg Gomes de Abreu  20.05.12 18h29
o povo precisa aprender a escolher melhor os seus representantes e o mais importante é acompanhar a atuação do poder legislativo e espero que haja uma renovação para acabar com os profissionais da politíca que agem como funcionários e esquecem de legislar a favor do povo.
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