A direção nacional do Partido Social Liberal, legenda da senadora Selma Arruda - e que tem no presidente Jair Bolsonaro sua maior liderança -, ingressou com um pedido para atuar como parte no processo que cassou o mandado da ex-magistrada.
O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso cassou o mandato da congressista e de sua chapa por abuso do poder econômico e caixa 2 na campanha eleitoral de 2018. Ela continua no cargo até que o caso seja julgado em definitivo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O pedido do PSL foi incluído na ação da Justiça Eleitoral nesta semana. A advogada Karina Kuffa, que atua na direção nacional, inclusive, participou da sessão que cassou Selma.
O pedido precisa passar por um juízo de admissibilidade, e, conforme apurou a reportagem, deverá ser aceito pela Corte.
O advogado Narciso Fernandes Barbosa, que faz a defesa da senadora, acredita que logo no início da próxima semana já entrega os recursos contra a decisão do TRE-MT.
Para ingressar com recurso, a defesa aguardava apenas a publicação da decisão do julgamento no Diário da Justiça Eleitoral, o que ocorreu na terça-feira (16).
Neste feriado, a defesa deve se debruçar sobre o acórdão para elaborar os argumentos do recurso no TRE. “Acredito que no início da semana que vem já esteja pronto. Ainda estamos estudando ponto a ponto do acórdão”, disse Narciso ao MidiaNews.
Cassação do mandato
Em julgamento de mais de 8 horas, os sete juízes eleitorais do TRE acataram os argumentos da acusação, que apontaram abuso do poder econômico e caixa 2.
Além da cassação e de nova eleição, os magistrados ainda determinaram a inelegibilidade de Selma e de seu suplente Gilberto Possamai por 8 anos. A medida não se aplica à segunda suplente da chapa, Clerie Fabiana Mendes (PSL), pois, conforme o relator, não ficou comprovada sua participação nas irregularidades.
A ação
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) é movida pelo candidato derrotado nas eleições de 2018 Sebastião Carlos (Rede). O também derrotado na disputa, Carlos Fávaro (PSD), entrou como litisconsorte e, por isso, também figura como coautor no processo.
Nela, Sebastião Carlos afirma que Selma já dizia à imprensa sua intenção de pleitear o cargo de senadora desde quando ainda era juíza.
Segundo ele, durante o período vedado de campanha eleitoral, Selma contratou a Genius Produções e realizou marketing de campanha antes das convenções partidárias, em 5 de agosto de 2018. A contratação da empresa ocorreu em abril.
Os gastos de Selma, segundo o candidato, violam a legislação eleitoral por praticar abuso de poder econômico. Ainda conforme a ação, foram realizados pagamentos para a Genius por meio de quatro cheques pessoais e transferência bancária durante o período vedado que antecedeu as convenções partidárias.
Segundo denúncia, a senadora teria feito publicidade e contraído despesas tipicamente eleitoral no valor de R$ 1,8 milhão, quitadas com “recursos de origem clandestina”, que não transitaram regularmente pela conta bancária oficial.
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3 Comentário(s).
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Sônia 19.04.19 06h36 | ||||
Selma foi eleita pelos cidadãos de bens que não queria os "lixos" da política matogrossense. Espero que essa injustiça seja revista no TSE. Afinal, não queremos os lixos nos representando no Congresso. | ||||
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Roberto 18.04.19 18h37 | ||||
Parabéns ao partido PSL., tem mesmo que dar todo apoio a Senadora juíza Selma Arruda que teve mais 670 mil votos magistrada justa e honesta | ||||
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Carlos 18.04.19 17h57 | ||||
Parabéns pela iniciativa do partido, solidarizar com esta injustiça... | ||||
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