O secretário de Fazenda, Seneri Paludo, revelou que há a possibilidade de incluir em “restos a pagar” para 2017 o valor de R$ 280 milhões referentes a duas parcelas atrasadas do duodécimo dos poderes.
Os repasses são obrigatórios e o não pagamento poderá incorrer em penalidades. Entretanto, segundo Seneri, a medida pode ser utilizada pela atual gestão caso não consiga o caixa necessário para quitar o débito.
“Tendo dinheiro em caixa, é dever de o Estado repassar. Mas tem que ter dinheiro em caixa. Se não tem, não há o que fazer. Não é culpa do secretário, do Tesouro. Tem que ocorrer ainda esse ano, mas pode ficar em restos a pagar. Tem uma questão legal”, disse.
Na última terça-feira (16), o governador Pedro Taques (PSDB) anunciou a criação de uma comissão para acompanhar, diariamente, o fluxo de caixa do Estado.
Membros da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público irão compor a comissão.
Os atrasos dos repasses das quartas parcelas do duodécimo, referentes a julho e agosto e utilizadas para o pagamento da folha salarial, foram justificados como desencaixe financeiro causado pelo aumento das despesas e não-pagamento do Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX) e outros repasses por parte do Governo Federal.
“O problema não é a LOA [Lei Orçamentária Anual]. Na Loa a conta fecha. Nosso grande problema é o fluxo de caixa para enfrentar essas despesas. Temos que fazer grandes ajustes, porque o Estado não pode ter déficit, precisa terminar o ano equilibrado”, afirmou Seneri.
“Então, o que está combinado é o atraso de julho e agosto. Até porque os poderes não têm caixa ilimitado. Eles têm um limite e não dá para ficar sempre repassando isso”, disse.
O secretário também acredita que um conjunto de medidas, anunciado esta semana para incrementar a receita e cortar as despesas até dezembro deste ano, deverá ajudar a reverter o cenário.
“Temos que entender que o problema não é só do Executivo, mas que o problema de fluxo de caixa é de Mato Grosso. E como é do Estado, a solução tem que ser dada para todos os poderes. Todos têm que entender isso e fazer sua parcela de doação para conseguir fazer a equalização”, afirmou.
“Temos que fazer esse acompanhamento diário de entrada de fluxo do caixa. O trabalho até o final do ano vai ser hercúleo para ter o equilíbrio das contas”, completou.
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4 Comentário(s).
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Carlos 20.08.16 08h30 | ||||
Ainda bem que tem bela lei dos 49%, se não tivesse atingiria 110%. O executivo poderia cobrar da al e do tce o pagamento dos inativos dos mesmos desde o ano de 2003, em 3 vezes, no dia 10, 20 e 30 do próximo mês. | ||||
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Joao paulo 19.08.16 08h53 | ||||
Fala, fala, fala... da gestão passada mas mal consegue honrar os compromissos mesmo com a arrecadação superando o planejado (Vide calote do RGA e agora dos repasses). E o pior ainda está por vir que é o atraso salarial. Tá mais que provado que o governo não precisa de um jurista e sim de um administrador. | ||||
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Jean Barros 19.08.16 08h27 | ||||
Impressionante o conhecimento técnico da equipe de governo... não conheço nenhuma regra contábil que permita duodécimo em restos a pagar... tecnicamente duodécimo é uma parcela do orçamento destinado a determinado poder ou órgão... ou seja, se arrecadou determinada quantia, DEVE, eu disse deve ser repassado ao destinatário, sob pena de intervenção e configurada a improbidade administrativa. | ||||
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Antônio 19.08.16 08h18 | ||||
Isso é falta de criatividade e GESTÃO !!! Pra propaganda tem dinheiro, novos concursos tem dinheiro. . . Dinheiro pra Viagens, pra palestras, seminários tem.. falta experiência pra equipe e humildade do governador pra aceitar ajuda... afinal ele nao foi ELEITO SOZINHO ! | ||||
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