Cuiabá, Segunda-Feira, 15 de Dezembro de 2025
SODOMA 5
16.02.2017 | 11h28 Tamanho do texto A- A+

Ex-presidente do Detran pode ter atuado como “laranja”, diz MPE

Nome de Giancarlo Castrillon aparece como dono da empresa BVPX Automotiva Ltda

Marcus Mesquita/MidiaNews

O ex-adjunto da Sinfrar, Valdísio Viriato, que foi detido em Santa Catarina

O ex-adjunto da Sinfrar, Valdísio Viriato, que foi detido em Santa Catarina

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

O Ministério Público Estadual (MPE) suspeita que o ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran), Giancarlo da Silva Lara Castrillon, tenha atuado como “laranja” do ex-secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana, Valdísio Juliano Viriato, um dos alvos da 5ª fase da operação Sodoma.

 

Valdísio foi preso em Balneariú Camburiú (SC) na terça-feira (14) e trazido para Cuiabá nesta quarta (15). A Sodoma 5 investiga um suposto esquema de desvio de R$ 8,1 milhões dos cofres do Estado por meio de fraudes à licitação, corrupção e peculato no Governo Silval Barbosa (PMDB), entre os anos de 2011 a 2014.

 

Conforme a investigação do MPE, durante o período em que exerceu o cargo de secretário-adjunto, Valdísio Viriato se tornou sócio da empresa BVPX Automotiva Ltda., com sede em Balneariú Camburiú. Ela teria sido "constituída apenas com o fito de canalizar os desvios de dinheiro praticados durante toda a administração de Silval".

 

Daí, não é difícil concluir que a parceria entre Viriato e Giancarlo Castrillon tenha como escopo a finalidade de lavagem dos proventos obtidos com atividade ilícita da organização criminosa

A empresa, porém, segundo o Ministério Público, encontra-se no nome de Giancarlo Castrilon, que na época exercia cargo em comissão de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

 

Logo depois, de acordo com a representação, ele passou a exercer a função de secretário de Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa e, em seguida, foi nomeado por Silval Barbosa ao cargo de presidente do Detran.

 

“Daí, não é difícil concluir que a parceria entre Viriato e Giancarlo Castrillon tenha como escopo a finalidade de lavagem dos proventos obtidos com atividade ilícita da organização criminosa”, diz trecho documento.

 

A investigação também narra que Giancarlo Castrillon só foi exonerado do Detran porque foi alvo de busca e apreensão na terceira fase da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal em 12 de novembro de 2013.

 

“Nesta ocasião, por sinal, logrou-se apreender em sua residência a importância de R$ 100 mil”, diz outro trecho do documento.

 

O MPE destaca ainda o fato de Giancarlo ser investigado pela provável participação em um esquema de superfaturamento e contratação de empresa quando chefiava o Detran do Estado.

 

Veja fac-símile de trecho da investigação:

 

giancarlo castrillon

 

 

Sodoma 5

 

Além de Valdísio Juliano Viriato, tiveram  mandado de prisão decretado o  ex-governador do Estado, Silval Barbosa; o ex-secretário de Administração, Francisco Faiad; o ex-secretário adjunto de Administração, José Jesus Nunes Cordeiro; o ex-secretário-adjunto executivo da Secretaria Executiva do Núcleo de Trânsito, Transporte e Cidades, Valdisio Juliano Viriato; e o ex-chefe de gabinete do Silval, Sílvio Cesar Corrêa Araújo.

 

Na ação, 10 pessoas foram conduzidas coercitivamente. São elas: procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o ex-secretário de Estado Marcel Souza de Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, o ex-candidato a prefeito de Cuiabá, Lúdio Frank Mendes Cabral, os empresários Wanderley Fachetti Torres, Rafael Yamada Torres, Diego Pereira Marconi, Valdecir Cardoso de Almeida, Wilson Luiz Soares Pereira e Mário Balbino Lemes Júnior.

 

Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda. e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática  Ltda., nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.

 

Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana  (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).

 

As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.

 

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Carlos  16.02.17 13h43
Ainda vem um ministro querer anular a operação. Só no Brasil mesmo
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