O último debate entre os candidatos ao Governo de Mato Grosso em 2022 foi marcado por acusações, ataques e tom elevado. O encontro foi exibido na TV Vila Real, afiliada da TV Record, entre a manhã e tarde desta quinta-feira (29).
O governador Mauro Mendes (União), candidato à reeleição, e a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV) protagonizam um dos momentos mais calorosos do debate, no quarto bloco. Participaram do debate também os candidatos o pastor Marcos Ritela (PTB) e o servidor público Moisés Franz (Psol).
No final do quarto bloco, a candidata Márcia disse ter sido “agredida verbalmente” por Mendes, que teria dito que ela é “cara de pau” por ser candidata.
Mendes disse não ter faltado com respeito com ela, mas que citou, sim, em entrevistas que a primeira-dama é alvo de decisões judiciais que a impedem de entrar na Prefeitura de Cuiabá e que, mesmo assim, decidiu se lançar ao Governo.
“A senhora é a única primeira-dama do País que não pode colocar os pés na Prefeitura. Eu disse, então: como alguém que está proibido de entrar na Prefeitura quer entrar no Palácio Paiaguás? A senhora tomou quatro direitos de respostas no seu programa porque mentiu”, disse.
Ela, então, disse que Mendes responde por lavagem de dinheiro, sem dizer de qual processo de trata.
A candidata ainda afirmou que o patrimônio do governador cresceu R$ 3 bilhões nos últimos anos. Conforme dados da Justiça Eleitoral, Mendes tem um patrimônio de R$ 108 milhões. Em 2018, o valor era maior, de R$ 113 milhões.
“Ela só tem feito acusações que são fake news. A senhora tomou quatro direitos de resposta em seu programa. Ontem, ocupei a maior parte do seu tempo para rebater mentiras que você falou”, rebateu Mendes.
Primeira parte
A primeira parte do debate mostrou Mendes como principal alvo dos questionamentos dos adversários em áreas como Saúde, Infraestrutura e Turismo.
Um dos pontos altos foi o embate entre Mendes e Ritela, que trocaram farpas. Mendes questionou Ritela sobre o Prodeic, Proalmat e o Proder. “Qual a sua opinião e qual a importância desses programas?”, questionou o chefe do Executivo, testando o conhecimento do adversário sobre os programas de incentivo fiscal do Estado.
Ritela rebateu: “O senhor fala em planilha e gosta de planilha, mas eu sei o que o povo precisa. Números não curam ninguém”.
Mendes, então, disse que o pastor mostra não conhecer os programas mais importantes do Estado para garantia de empregos.
Testando o conhecimento de plano de Governo de Márcia Pinheiro, Mendes usou o segundo bloco para questionar a candidata sobre sua proposta de construir 50 mil casas populares e perguntou se ela conhecia o valor da construção de uma residência.
Como resposta, Márcia afirmou que não tem conhecimento do custo de uma casa e rebateu: “Se eu perguntar para o senhor quantas colheres de arroz precisa para fazer uma merenda, o senhor também não vai saber responder”.
Outro ponto alto diz respeito ao questionamento de Mendes a Márcia Pinheiro sobre plano de Governo dela para a BR-163.
“Candidata, olhei seu plano de Governo e vi na área de infraestrutura uma proposta muito interessante. A senhora diz que vai criar rotas alternativas para BR-163. Então pergunto: Quais são essas rotas? Por onde vão passar? E onde começa e termina a BR-163 em Mato Grosso?”, questionou.
No entanto, a candidata Márcia não respondeu a pergunta e disse que, junto com o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), irá resolver a situação da rodovia.
Márcia e Mendes ainda foram para o embate sobre a questão das pessoas no Estado com insegurança alimentar.

A candidata questionou-o sobre o programa para dar segurança alimentar aos mato-grossenses. Mendes rebateu apontando que Márcia, em outro debate, disse que mais de 2 milhões de pessoas estão “passando fome” em Mato Grosso, o que não condiz com a realidade.
“Isso mostra um despreparo, no mínimo, da sua assessoria para lhe passar informações corretas. Agora, a senhora diz que tem 600 mil passando fome em Mato Grosso, é outra informação equivocada. Tem pessoas passando necessidade no Estado, sim, mas nós temos o programa Ser Família, que atende mais de 100 mil famílias, e distribuímos mais de um milhão de cestas básicas no Estado”, disse Mendes.
Márcia rebateu dizendo que os 2 milhões de pessoas estão na faixa de insegurança alimentar e 600 mil em situação de extrema pobreza.
Já Moisés questionou Mendes sobre o não pagamento da RGA (Revisão Geral Anual) aos servidores. “Temos um governador que não gosta de nós”, disse.
Mendes garantiu que pagou a RGA em 2022 e também os atrasados, mas que houve uma proibição de legislação federal para o pagamento do benefício nos anos de 2020 e 2021.
“Estamos valorizando e respeitando o servidor, não mentindo para ninguém”, disse Mendes.
Durante o debate houve ao menos dois pedidos de direito de resposta por Mauro por ofensas dos adversários

Chapa da corrupção
Em outro trecho do debate, o candidato do Psol citou as diversas operações de que a Prefeitura de Cuiabá foi alvo. O Município é comandado pelo marido de Márcia, Emanuel Pinheiro (MDB). O candidato disse que em uma dessas operações, Márcia ficou proibida de pisar na sede do Palácio Alencastro. E questionou: "A senhora é investigada por corrupção. A sua chapa é da corrupção?"
Marcia, então, disse não ser investigada e que irá provar que não há nada de errado a seu respeito. Ela ainda sugeriu haver um conchavo de Franz com Mendes.
"Eu não respondo ação. Coloquei sigilo à disposição. Façam o que eu tive coragem de fazer. Mostrem a evolução do seus patrimônios", rebateu ela.
"A candidata está proibida de entrar na Prefeitura. Está sendo investigada por corrupção. Nós iremos fortalecer os órgãos de controle para corrupção para não sumir o dinheiro da saúde e segurança. Vamos atuar fortemente contra corrupção", rebateu o nome do Psol.
Veja como foi o debate:
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