Mesmo com críticas, Botelho defende sessão semanal na AL

Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho (União) informou que agendou uma reunião no Colégio de Líderes, na semana que vem, para tratar sobre o número de sessões plenárias realizadas pelo Legislativo de Mato Grosso.

Desde o início da pandemia, as sessões ordinárias são concentradas às quartas-feiras, com possibilidade da participação virtual do parlamentar. Anterior a esse período, as sessões ocorriam as terças à noite, quartas-feiras de manhã e no fim da tarde e nas quintas de manhã.

Com o fim do período pandêmico, parlamentares criticaram o baixo número de sessões. Por isso, Botelho garantiu que colocará o tema em discussão entre os parlamentares.

“Vou fazer um Colégio de Líderes e os deputados vão discutir. Se a maioria entender que temos que fazer mais sessões ou que podemos criar uma sessão de deliberação de projeto e outra sessão de discussão, nós podemos fazer. São inúmeras situações que poderemos discutir na semana que vem com os deputados”, disse o presidente.

Botelho no entanto defendeu a concentração das sessões plenárias em apenas um dia da semana. Segundo ele, as mudanças nos projetos ocorrem dentro das comissões permanentes da Casa, como a de meio ambiente, saúde e segurança, e não no plenário.

“Nós temos as comissões trabalhando muito. Tiramos o foco das sessões e passamos para comissões, em que os debates e as modificações nos projetos realmente acontecem. E a sessão é só a finalização, para dizer se você aprova ou não o projeto. Lá não é o local que faz as modificações. Então, não tem necessidade [de ter mais sessões]”, defendeu.

Ele ainda justificou que a concentração dos trabalhos em apenas em um dia não significa um Legislativo menos produtivo ou ocioso.

“As sessões ocorrem mediante a quantidade de projetos que têm. Hoje, não tem nenhum projeto que está pronto para ser votado, e que não está na [pauta da] sessão de hoje”, disse.

Críticas

O Legislativo de Mato Grosso e o da Paraíba são os únicos no País a concentrarem sessões em apenas um dia da semana.

Por isso, o deputado novato e presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, Júlio Campos (União), criticou o baixo número e disse que isso dificulta o debate na AL.

"Não tem debate mais. Hoje você tem só três minutos para falar, ninguém quer debater mais nada [...] Estamos trabalhando pouco", disse.

O deputado ainda criticou a participação online dos parlamentares. "A grande maioria dos deputados não é de Cuiabá e, agora que inventaram o voto pelo computador, ninguém quer sair de casa. Ninguém quer sair do seu escritório. E você vai debater com o cidadão via computador?", afirmou.

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