HUMBERTO FREDERICO
ESPECIAL PARA O MIDIANEWS
Faleceu na manhã desta segunda-feira (25) um dos últimos "coronéis" da política mato-grossense, Osvaldo Botelho, o Nhonhô de Tamarineiro, aos 89 anos, por falência múltipla dos órgãos. O velório será à tarde, a partir de 14h, na Capela Jardins, em Cuiabá.
Conhecido pela sua habilidade na articulação política, Botelho protagonizou episódios memoráveis que hoje fazem parte do folclore político regional. Já foi deputado estadual e prefeito de Nossa Senhora do Livramento. Considerado um homem íntegro e trabalhador, viveu de forma modesta num tempo em que a política não produzia fortunas e o prestígio político se media por outros valores como a honestidade, a fidelidade e mesmo o respeito aos adversários.
Lenda ou não?
Uma das lendas protagonizadas por Nhonhô, e negada também, é a de que havia 600 eleitores na região do Tamarineiro, votando nas duas seções instaladas na escola da fazenda. Dois fiscais do PSD foram fiscalizar a votação no reduto udenista de Nhonhô. Os fiscais teriam bebido alguma coisa que lhes causou uma terrível diarréia e não conseguiram levar a cabo as suas tarefas.
Depois da contagem, as duas urnas mostravam 503 votos para o candidato a senador pela UDN, João Villas Boas, e apenas dois para Filinto Muller, do PSD. Filinto contestou a votação e as umas foram anuladas. Mas um recurso posterior deu validade às urnas e o senador Filinto teve que ceder a vaga ao adversário.
Família
Nhonhô ajudou a eleger dois dos seus filhos, Nereu Botelho de Campos e Venceslau Botelho de Campos, prefeitos de Livramento e de Santo Afonso, respectivamente.
Além dos ex-prefeitos, o patriarca tem outros nove filhos: Elizeth, Mariana, Eleninha, Salim, Ivete, Hermes, Maria Auxiliadora, Pedro Paulo e Elina. Viúvo da saudosa dona Elina desde 1995, Osvaldo tinha 26 netos e 13 bisnetos.