Cuiabá, Sexta-Feira, 4 de Julho de 2025
SODOMA 5
15.03.2017 | 09h05 Tamanho do texto A- A+

MPE faz gráfico da estrutura da "organização criminosa"; veja

Na última terça, 17 pessoas foram denunciadas pela promotora Ana Cristina Bardusco

MidiaNews

Silval, Nadaf e Cursi:

Silval, Nadaf e Cursi: "núcleo duro" do equema, segundo o MPE

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Na denúncia relativa à quinta fase da Operação Sodoma, que investiga crimes de corrupção em Mato Grosso, o Ministério Público Estadual (MPE) elaborou um gráfico detalhando a estrutura da suposta organização criminosa.

 

O quadro mostra a participação de 13 dos 17 denunciados pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco, na última terça-feira (14).

 

Esta fase da operação acusa o grupo criminoso de ter solicitado e recebido propina de R$ 3,05 milhões, entre outubro de 2011 a dezembro de 2014, das empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda e Saga Comércio e Serviços, em troca de contratos com o Estado. O grupo também teria desviado R$ 5,1 milhões por meio da inserção fictícia de consumo de combustível na frota de caminhões do Estado.

 

Novamente o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) é apontado como o “líder da organização criminosa”. O político, que também foi denunciado nas quatro fases anteriores da Sodoma, seria o maior responsável e beneficiário da propina, de acordo com o MPE.

 

Além de Silval, também integrariam o chamado “núcleo duro” do esquema os ex-secretários Marcel de Cursi (Fazenda) e Pedro Nadaf (Casa Civil).

 

Cursi foi apontado pela promotora como o “operador intelectual da organização criminosa”, responsável por elaborar o arcabouço legal que permitia a concretização dos crimes.

 

Três ex-secretários de Administração do governo passado aparecem como “fonte de receita”. São eles: César Zílio, Francisco Faiad e Pedro Elias.

 

Eles seriam, conforme o MPE, os responsáveis por arrecadar a propina e fazer a distribuição para os demais membros do grupo.

 

O ex-secretário adjunto de Administração, José de Jesus Nunes Cordeiro, segundo a promotora de Justiça, além de arrecadar a propina, também era responsável por fraudar as licitações que garantiam a manutenção dos contratos da Marmeleiro e da Saga com o Estado.

 

Outras “fontes de receita”, conforme o gráfico, seriam o ex-secretário de Planejamento, Arnaldo Alves, e o ex-secreetário-adjunto de Transporte e Pavimentação Urbana, Valdísio Juliano Viriato, também apontados como colaboradores dos crimes.

 

“Fiscal de propina”

 

O gráfico detalhou ainda a participação de outros denunciados que também seriam responsáveis pela arrecadação dos valores desviados por meio das fraudes em licitações.

 

O ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Cezar Correia Araújo, seria não só o arrecadador da propina a mando do ex-governador, como também o “fiscal da propina”.

 

Outro que aparece como arrecadador de propina é o filho de Silval, o médico Rodrigo da Cunha Barbosa. As investigações apontaram que ele tinha a função de angariar empresários dispostos a pagar vantagens indevidas em troca de contratos.

 

A ex-funcionária de Pedro Nadaf na Fecomércio, Karla Cecília de Oliveira Cintra, seria a “operadora financeira” do grupo, juntamente com o ex-procurador do Estado, Francisco Andrade Lima Filho.

 

Este último, de acordo com o MPE, atuaria de forma a dar “suporte jurídico” ao esquema criminoso, dando pareceres jurídicos favoráveis que permitiam as fraudes.

 

O gráfico cita ainda que há suspeita de participação de servidores de outras secretarias de Estado na organização.

 

Entre os denunciados, apenas Faiad e Valdísio não constaram nas outras ações penais derivadas da Sodoma.

 

Veja o gráfico do Ministério Público Estadual:

 

 

Denúncia

 

Na representação, o MPE destacou que para o grupo receber R$ 3,05 milhões de propina da Marmeleiro, foram fraudados três pregões presenciais que viabilizaram a permanência da referida empresa na condição de fornecedora de combustível para o abastecimento de toda a frota do Poder Executivo Estadual.

Foram constatados, ainda, desvios de dinheiro público junto a Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana no valor aproximado de R$ 5,1 milhões, no período de fevereiro de 2013 a outubro de 2014, mediante a prática fraudulenta de inserções fictícias de consumo de combustível por meio do sistema eletrônico de gestão de abastecimento que era gerido pela empresa Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda.

 

As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas.

 

A denúncia foi encaminhada à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia