Cuiabá, Sexta-Feira, 1 de Agosto de 2025
CONTAS PÚBLICAS
05.07.2016 | 16h25 Tamanho do texto A- A+

MT arrecada 3,9% menos; "estouro" da LRF cresce com salários

Os números são baixos, segundo secretários. Estado reclama da redução dos repasses da União

Marcus Mesquita/MidiaNews

Gustavo Oliveira:

Gustavo Oliveira: "Cenário nacional 'contamina' o regional, principalmente no que diz respeito às contas públicas”

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

Os secretários Gustavo de Oliveira (Planejamento) e Seneri Paludo (Fazenda) informaram, nesta terça-feira (5), que o Estado arrecadou 3,9% abaixo do previsto para o período de janeiro a abril deste ano. Ao todo, foram R$ 5,8 bilhões arrecadados, enquanto a previsão era de R$ 6,08 bilhões.

 

Os dados foram revelados durante apresentação do relatório das Metas Fiscais do 1º Quadrimestre de 2016, na Assembleia Legislativa.

 

Segundo os secretários, se comparado com o mesmo período de 2015, o crescimento da receita total foi de 14%. No ano passado, o 1º quadrimestre apresentou uma receita de R$ 5,1 bilhões.

 

A maior receita tributária foi a do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), com uma arrecadação de R$ 2.6 bilhões. O número aponta um crescimento de 2,7% em relação a 2015.

 

Outra fonte de receita do Estado foi o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), com um total de R$ 281,7 milhões.

 

O que podemos acreditar é que alguns sinais amarelos estão acendendo, sim. Como é o caso da LRF e dos gastos com pessoal

Já na questão das transferências correntes, foram R$ 105,6 milhões do Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX), R$ 78,3 milhões do SUS (Sistema Único de Saúde) e R$ 612,9 milhões do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

 

Os números são baixos, segundo os secretários. Eles criticaram, em especial, a diminuição nos repasses feitos pela União.

 

“Embora a economia de Mato Grosso não tenha sinais agudos de depressão, ela cresce ainda que em ritmo pequeno, sem dúvida, o cenário nacional 'contamina' o regional, principalmente no que diz respeito às contas públicas”, disse Gustavo de Oliveira.

 

De acordo com o balanço, Mato Grosso ainda desembolsou R$ 175,6 milhões com a dívida do Estado.

 

Despesa de Pessoal e LRF

 

Outro fator preocupante, de acordo com os secretários Seneri Paludo e Gustavo Oliveira, é o aumento dos gastos com a folha de pagamento.

 

Conforme os dados do 1º quadrimestre, a despesa com pessoal aumentou 22,61%, enquanto a receita tributária cresceu 15,24%.

 

De janeiro a abril deste ano, as despesas foram de R$ 2,7 bilhões.

Marcos Lopes/ALMT

Seneri Paludo

O secretário de Fazenda, Seneri Paludo, durante apresentação de balanço do Governo na Assembleia

 

Com isso, o Governo encerrou o primeiro quadrimestre de 2016 gastando 50,46% de sua receita com folha de pessoal.

 

No 3º quadrimestre de 2015, o "estouro" da LRF era de 49,74%. Desta forma, o aumento foi de 0,72 pontos percentuais entre um quadrimestre e outro.

 

Segundo os secretários, o aumento preocupa, já que o Estado precisa encerrar o 3º quadrimestre deste ano em 49% da LRF, limite máximo de gastos com folha, ou poderá sofrer diversas sanções a partir do próximo ano.

 

“O que podemos acreditar é que alguns sinais amarelos estão acendendo, sim. Como é o caso da LRF e dos gastos com pessoal. Temos o sinal vermelho, passamos do limite máximo, que é 49%. Mas é importante dizer que esse não é um efeito único, somente em Mato Grosso. Todos os outros estados estão passando por algo parecido”, disse Seneri.

 

Já Gustavo de Oliveira disse que ainda não é possível prever se o Estado consegue encerrar o ano dentro da meta da LRF.

 

Na semana passada, o Governo sancionou a lei que prevê o pagamento de 7,54% da Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores, do qual 2% serão pagos em setembro deste ano.

 

“Teremos que fazer ajustes para isso. É o cenário desejável, mas não vou ser leviano de já assumir esse compromisso. Essa é a meta e, para isso, vamos trabalhar muito. Mas dependemos de a receita se comportar bem, porque, havendo mais espaço na receita, esse percentual cai, e um trabalho duro na redução dos gastos com pessoal”, afirmou.

 

Leia também:

 

Folha de pagamento cresceu 14% e receita menos de 3%

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
9 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Clarinha  06.07.16 15h16
O que eu não entendo é a discrepância entre a teoria e a prática do governo. Se existe a urgente necessidade de abaixar o valor gasto com a folha de pagamento, o que explica então as contratações sem necessidade que estão ocorrendo dentro das secretarias? Prova disso é o fato de ainda ontem (05/07/16) aproximadamente 20 contratos foram feitos na SEDUC, sem nem saberem onde vão "enfiar" essas pessoas, uma vez que não se tem nem lugar para elas ficarem. Não estou dizendo que as pessoas contratadas não têm competência para o trabalho, o que digo é que os servidores efetivos podem muito bem dar conta do trabalho, com exceção para algumas poucas áreas, não justificando, no entanto os mais de 300 que já haviam contratados e ainda agora mais esses 20! Não há trabalho/atividade para tanta gente! O mesmo fato pode estar acontecendo também em outras secretarias! Desse jeito, sabe quando o percentual com folha de pagamento vai atingir os 49%? NUNCA
12
0
Lucas  06.07.16 09h35
As carreiras privilegiadas continuam com seus privilégios, vejam o DOE de 05/07/16, algumas progressoes de classe. Como duas leis, com sentidos iguais, uma pode ser considerada inconstitucional e ferir a LRF e outra não. Estado de transformação
17
2
alexandre  06.07.16 08h32
vai contratar mais 2,5 mil PM, o governo faz contabilidade criativa, pois verba indenizatória é complemento de salário,e não entra na LRF, o agronegócio recolhe menos de 1% da renda bruta e teve aumento de isenção para 2,4 bilhoes, o decreto 380 tambem tira receita do Estado mas não pode desagradar FIEMT, a união dá calote no FEX e quem paga a conta é o servidor...
42
2
Jr cesae  06.07.16 06h05
Estão demonizando os servidores, mas está claro que tem projetos pessoais e esperavam que nada ia acontecer. Que teriam vaquinhas de presépio, se enganaram o governo passa, as merdas das gestões ficam para os servidores efetivos arrumarem...sempre foi assim!! Esperávamos e contribuirmos para que agora fosse melhor, mas nos enganamos e com certeza em 2018 será diferente
37
4
Dorileo Mattos  05.07.16 21h39
Do jeito que está os PRIVILÉGIOS do agronegócio podem ser prejudicados. Isso não pode acontecer.
42
2