Cuiabá, Domingo, 23 de Novembro de 2025
SEM AVANÇO
02.08.2019 | 11h29 Tamanho do texto A- A+

“Não ficamos 67 dias parados para aceitar só restituição de ponto”

Henrique Lopes diz que a constituição ainda garante aos trabalhadores o direito à greve

MidiaNews

O secretário de redes municipais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, Henrique Lopes

O secretário de redes municipais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, Henrique Lopes

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O secretário de redes municipais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes, negou ver como “avanço” a proposta do Governo do Estado em pagar o ponto cortado, por conta da greve, até o dia 10 de agosto.

 

A medida foi apresentada pela secretária de Estado de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, nesta semana. Segundo ela, serão pagos até dia 10, em uma folha complementar, os servidores que já retornaram às atividades. Para aqueles servidores que retornarem até dia 5 de agosto, o ponto cortado será pago em folhas complementares nos dias 15 e 30 de agosto.

 

Segundo Henrique Lopes, salário é um direito do servidor e não atende a nenhuma das pautas dos grevistas.

 

Parados desde 27 de maio, os profissionais cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos - e a Revisão Geral Anual (RGA).

 

A constituição do Estado ainda garante aos trabalhadores, no artigo nono, o direito ao exercício de greve

“Com todo respeito à secretária Marioneide, que é uma colega nossa de trabalho: a categoria não ficou 67 dias em greve para considerar como avanço apenas a restituição de ponto, que é referente à questão do salário, que é uma questão de sobrevivência, que é um direito do trabalhador”, disse ele.

 

“Os trabalhadores estão exercendo um direito constitucional, ninguém aqui está cometendo crime em fazer greve. Porque a Constituição garante aos trabalhadores o direito ao exercício de greve”, acrescentou.

 

O Governo também disse que fará o chamamento do cadastro reserva do concurso público de 2017. Serão chamados 681 profissionais para atuarem em várias escolas estaduais, sendo 221 professores, 300 apoios administrativos e 160 técnicos administrativos educacionais.

 

Propôs ainda investimento na melhoria das estruturas das escolas e o pagamento de licença.

 

“Não entendemos avanços nessas questões. Muito menos essas questões que o Estado tem dito que é avanço, como os R$ 100 milhões para pagamento de licença, a liberação para mestrado, porque isso são coisas que já são parte do direito do trabalhador estabelecido nas leis de carreira”, afirmou.

 

“Portanto, não há nenhum avanço. Salário é uma obrigação. Não consideramos avanço, porque o que está em jogo aqui é se o Estado irá ou não cumprir com a lei 510”, completou, referindo-se à legislação que propõe 7,69% de aumento.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Governo diz que pagará ponto dos que voltaram ao trabalho

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COMENTÁRIOS
12 Comentário(s).

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antonio matias castro  06.08.19 17h55
No meu caso, a escola que trabalho não tem a menor possibilidade de se trabalhar Educação Física na prática a quadra feita há mais de 10 anos não tem cobertura fica exposta ao sol e achuva com imensas rachaduras. No período chuvoso é impossivel ter aulas devido a quantidade de goteiras. Por casa das goteiras quase todas as outras coisas se estragam. Livros, mesas, cadeiras, computadores, armarios. enfim tudo que vc imaginar. Sem contar que a merenda é 6 gramas de carne por dia para cada aluno. 50 pães para alimentar 130 alunos. ou seja temos que dividir o pão em tres partes. Se eu for continuar falando os problemas da minha escola somente vendo pra cer. E muitas vezes não temos o direito de exigir uma educação de qualidade. è muito dificil. O governo nega a tal situação. A sociedade muita vezes Apoia as medidas do governo.
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aloísio  02.08.19 16h44
Fica difícil em espaço reduzido como esse discutir a complexidade da greve. Depois, parece um castigo, a maioria faz a leitura, como se fosse apenas conquistas salariais. Há escola que não têm água, banheiros precários, sem segurança, até o óbvio: sem professor, merenda, papel higiênico. Biblioteca, laboratório de informática são luxo. Por favor, gente, pesquisem ao menos o que foi feito na educação desse estado nos últimos 100 anos, estamos lutando pelas mesmas causas básicas. Outros equívocos: comparar trabalhador do setor público com setor privado; são conceito diferentes de ofícios trabalhistas, de organização sindical, de processos de trabalho e legislação. Ah! mas os supersalários? Esse são culpa terrivelmente nossa, que os elegemos e reelegemos. Já viu greve de deputado, de governador por salários? Por melhores condições de trabalho? Por final, a greve não é dos professores, é da escola pública, se o governo, se seu governo cumprisse a lei que ele mesmo fez, os professores não seriam insanos de manterem a greve. No mais, visite a escola pública mais próxima de você!
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Keila Vitória  02.08.19 16h34
Quem não luta pelos seus direitos, não é digno deles!!! Se os alunos precisam estudar, os filhos dos professores precisam comer. E isso só será possível, se receberem um salário dígno pelo árduo trabalho que fazem, pois ouvimos e vemos todos os dias, o que os professores passam no seu dia a dia com alunos que nem os pais dão conta mais...
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Roseli S Correia  02.08.19 16h14
Dorgival e Daniel. Todos vcs são sabedores que a greve é constitucional. Sem desconto de salário. Algum de vcs tiveram os seus cortados? Sempre às aulas foram repostas. Ou não sabem disso TB...
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DANIEL SANTOS  02.08.19 15h15
Salário é direito de quem TRABALHA, Henrique! Fiquei em greve no MPF e não teve essa de ressarcimento, tivemos que trabalhar em dobro até pagar as horas de greve! Seria o CERTO, não?
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