PSDB: Selma é vulnerável e há desconforto em composição

O presidente do PSDB em Mato Grosso, Paulo Borges, reagiu às declarações da pré-candidata ao Senado, juíza Selma Arruda (PSL), que ao MidiaNews disse ser improvável a composição com o governador Pedro Taques (PSDB) em razão de um desconforto com aliados do tucano.

Para Borges, a juíza aposentada também tem seus pontos negativos. Segundo ele, também há pessoas no palanque de Taques que não se sentiriam confortáveis por conta de uma série de acusações que ela tem sofrido nas últimas semanas.

“Ela fez o papel como uma juíza do combate ao crime, mas, por outro lado, temos algumas críticas pontuais que fizeram a ela, como aposentadoria precoce, aos 55 anos, denúncias de recebimento indevido de verba de direitos trabalhistas, entre outros. Como qualquer pessoa, ela tem seu lado vulnerável. O lado positivo, como também o negativo”, afirmou.

Temos algumas críticas pontuais que fizeram a ela, como aposentadoria precoce, denúncias de recebimento indevido de verba trabalhista. Como qualquer pessoa, ela tem seu lado vulnerável

“Não estamos fazendo julgamento dela, mas como têm pessoas que apoiam, têm pessoas que também não gostam da atuação da magistrada. Isso acontece com todos os pré-candidatos, que têm seus lados positivos, como seus percalços, suas pedras que precisam ser superadas”, disse.

Para o tucano, assim que Selma deixou a magistratura e se colocou como pré-candidata, sofreu o mesmo revés que aconteceu com Taques ao deixar o Ministério Público.

“Na verdade, ela atuou sempre no lado do Poder Judiciário, julgando políticos. Hoje, está se tornando uma política. Então, do mesmo modo que o governador Pedro Taques saiu do Ministério Público e entrou para a classe política, ela sofre o revés dos políticos. Deixa de ser magistrada, com uma blindagem do Poder Judiciário, para ser uma pessoa normal, sujeita a críticas e também a elogios”, afirmou.

Encontro com pré-candidatos

Segundo Paulo Borges, o governador Pedro Taques vem se encontrando com diversos pré-candidatos ao Senado. Ele citou que o grupo já tem um nome que irá disputar o pleito, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB). E que ainda há uma vaga sobrando. Neste ano, Mato Grosso possui duas vagas ao Senado.

“Pelo o que o governador nos passou, o encontro com a Selma foi mais uma conversa amigável, de cortesia. Sem nenhuma conotação de composição ou alguma coisa nesse sentido. Ele vai fazer isso com todos os pré-candidatos ao Senado”, explicou.

“Já temos no arco de aliança um pré-candidato a senador, que é Nilson Leitão. E tem mais uma vaga sobrando. Então, é natural que ele tenha uma conversa com os pré-candidatos. Mas, no momento, é mais uma conversa de cortesia, para falar do contexto atual que o Estado está vivendo. Ele tem que conversar com todos para daqui a 30 dias o partido fazer uma avaliação e fecharmos um grupo coeso para que a gente possa estar disputando esse pleito e obter êxito”, completou.

O encontro

O governador Pedro Taques se encontrou com a juíza aposentada Selma Arruda na noite de sexta-feira (1º), em sua casa, no Condomínio Florais, em Cuiabá. Segundo ela, o tucano sugeriu a possibilidade de uma aliança nas eleições deste ano.

“Ele aventou a hipótese de uma coligação. Já tinha tido outra reunião com partidos da Frentinha. Foi nessa mesma linha. Ele aventou a hipótese de uma futura coligação, que, segundo ele, seria vantajosa. Mas a gente só ouviu”, afirmou.

Apesar de não descartar completamente, a juíza afirmou não acreditar que a aliança possa acontecer.

Ela disse que se sentiria “desconfortável” em estar no mesmo palanque que alguns aliados do governador.

“Eu não posso falar pelo Galli, mas eu acredito que não. Não me sentiria confortável. Tem gente ali com quem eu não subiria no palanque”, resumiu, sem citar nomes.

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