Oscarlino Alves e Pedro Taques
Após quase um mês de negociação, o governador Pedro Taques (PSDB) e o Fórum Sindical, que representa os servidores estaduais, concluíram as negociações a respeito do pagamento da Revisão Geral Anual (RGA). Em um encontro no Palácio Paiaguás, na tarde desta quarta-feira (28), o tucano conseguiu consenso na última questão em aberto: o pagamento das perdas salariais por conta do parcelamento da reposição entre os anos de 2016 e 2018.
A proposta foi aceita pelos sindicalistas e será levada para votação em assembleias-gerais de cada categoria (leia abaixo).
Na manhã de hoje, em outra reunião, o Executivo havia proposto o pagamento de 1% para março de 2019 e 1% para março de 2020. A proposta não havia sido aceita e a reunião foi suspensa. Agora, Taques propôs 1% em outubro de 2018 e 1% em outubro de 2019, podendo antecipar a última parcela para maio de 2019, a depender do cenário econômico.
Cada ponto percentual dentro do exercício anual significa R$ 108 milhões na folha.
“Aqui não existem vitoriosos ou perdedores. Aqui é a sociedade que está ganhando em razão desse acordo. Já resolvemos a questão da RGA. É lógico que os sindicatos têm que passar o acordo em suas assembleias, isso é legitimo e está dentro da democracia”, afirmou o governador.
“O ótimo é inimigo do bom. Nós todos temos a consciência da crise econômica que o Brasil passa. Quero agradecer a sensibilidade do Fórum Sindical e dos deputados estaduais. Tenho certeza que superaremos essa chuva, esta dificuldade, porque temos pessoas que acordam cedo, trabalham muito e querem o nosso Estado cada dia melhor”, disse.
Taques acredita que, após a aprovação dos servidores, até semana que vem encaminhe à Assembleia Legislativa um substitutivo ao projeto de pagamento da RGA que já está no Legislativo.
Alair Ribeiro/MidiaNews
“É importante destacar que este é um momento impar para nós. O governo abriu o diálogo neste ano e isso é louvável"
Ele disse que irá levar a proposta pessoalmente na Casa de Leis.
“Vão levar a proposta às assembleias. Se trouxerem até sexta-feira, vamos fazer a redação e até terça-feira vamos à Assembleia Legislativa apresentar o substitutivo, para que isso possa ser votado e tenhamos a tranquilidade, paz e segurança jurídica”, afirmou.
O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (PSB), que acompanhou a reunião, disse que a proposta não deverá encontrar dificuldades para aprovação.
“Acredito que vai ser tranquilo. Vamos ter os 24 votos lá, com certeza”, disse.
“Não é o ideal”
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e Meio Ambiente (Sisma-MT), Oscarlino Alves, um dos representantes do Fórum Sindical, disse que a proposta não é o ideal, mas que os sindicalistas entendem o “momento de dificuldade econômica” vivida pelo Estado e que a tendência é ser aceita pelos servidores.
As quase 30 categorias existentes no Estado devem realizar assembleias para deliberar pela aprovação ou não de todas as propostas.
“É importante destacar que este é um momento impar para nós. O governo abriu o diálogo neste ano e isso é louvável. Não é o ideal. O ideal está descrito nas leis e o Governo sabe que a data-base é maio. Mas eles nos apresentaram várias conjunturas, seja econômica, seja no cenário político federal. Vários agravantes”, afirmou.
“Vamos levar para nossas bases esse entendimento que tivemos aqui e a tendência é pela aprovação, justamente por tudo o que nos foi apresentado, mostrando, inclusive, para a população, que o trabalhador, o servidor, é parceiro da população. Estamos fazendo esse sacrifício em prol da sociedade de Mato Grosso”, completou.

Veja como ficou o pagamento da RGA:
O governador Pedro Taques propôs pagar a RGA de 6,58%, referente ao ano de 2016, que pela lei deve ser paga em 2017, em duas parcelas de 2,19% e uma de 2,20%, nos meses de novembro deste ano e em abril e setembro de 2018, respectivamente.
Caso haja um incremento de 10% da receita tributária no segundo semestre de 2017, o Governo antecipará a parcela de abril para março de 2018. Caso o incremento seja de 15%, se compromete a antecipar também a de setembro para maio do próximo ano.
Já a RGA a ser paga em 2018, o Executivo estimou 4,19% de inflação e propôs pagar em duas parcelas: a primeira de 2%, em outubro de 2018, e a segunda de 2,14%, em dezembro.
A equipe ainda garantiu que, caso a inflação seja menor, irá manter a porcentagem de 4,19%, o que poderia representar “ganho real” no salário do funcionalismo público.
Além disso, o Governo irá pagar a primeira parcela do resíduo da RGA do ano passado, de 1,96%, na folha de junho e a segunda, também de 1,96%, em setembro.
Já as perdas salariais por conta do parcelamento da reposição serão pagas em duas parcelas, sendo 1% em outubro de 2018 e 1% em outubro de 2019, podendo antecipar a última parcela para maio de 2019, a depender do cenário econômico.
Leia também:
Governo propõe dividir em duas vezes perdas por parcelamento
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5 Comentário(s).
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| Juquinha do Bambá 29.06.17 15h10 | ||||
| Fórum não tem poder pra aceitar, antes de marcar uma assembleia pra deliberação do item citado. | ||||
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| Cleber 29.06.17 13h39 | ||||
| Foi um acordo razoável, tem que melhorar nas perdas salariais e fechar tudo antes da saída do governo de MT, ou seja , até outubro de 2018. | ||||
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| Carlos 29.06.17 12h54 | ||||
| Taques, vai ser reeleito. | ||||
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| Grazieli 28.06.17 22h34 | ||||
| O governo quer gastar milhões para construir um Centro de Convivência que não foi solicitado pelos servidores públicos e ainda diz não ter condições de pagar a RGA em dia? Muita incoerência.... | ||||
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| Marcos Amaral Mendes 28.06.17 20h35 | ||||
| Março de 2019 e março de 2020 ele não estará mais no governo. Ou alguém acredita que Pedro Taques vai se reeleger? | ||||
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