Por unanimidade, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) emitiu, nesta segunda-feira (18), parecer prévio favorável à aprovação das contas anuais de Governo referentes ao exercício de 2017, sob o comando do governador Pedro Taques (PSDB).
O parecer prévio irá subsidiar o julgamento em definitivo das contas do governador, a ser realizado pela Assembleia Legislativa ainda neste ano.
O relator foi o conselheiro interino João Camargo, que acolheu o parecer do Ministério Público de Contas pela aprovação. Ao todo, ele encontrou 17 irregularidades consideradas graves ou de moderada gravidade.
Taques apresentou justificativa antes da emissão do parecer. O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, chegou a fazer a defesa do Governo e disse que o principal problema foi a crise nacional e estadual que a atual gestão enfrentou.
Entretanto, o relator das contas manteve as irregularidades e expediu um total de 44 recomendações ao Governo do Estado para as devidas correções.
Entre as falhas, o conselheiro citou a abertura de crédito suplementar por superávit financeiro de pouco mais de R$ 300 milhões sem que houvesse a cobertura financeira para o seu pagamento.
Outra irregularidade foi a efetiva ampliação de incentivos fiscais por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic) em valor superior ao estimado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) daquele ano. Ao todo, segundo o relator, foram pouco mais de R$ 1,4 bilhão em benefícios.

“Nas contas de 2016, o TCE já havia dado recomendação por conta dos gastos com incentivos fiscais. A gestão insistiu nas condutas e em valores semelhantes ao exercício anterior. A administração pública detinha conhecimento do fato e não negou na justificativa. Diante do contido, mantenho o apontamento”, disse João Camargo na leitura de seu voto.
Restos a pagar
Outro problema apontado pelo relator foram os restos a pagar deixados ao final daquele ano. Segundo ele, havia uma insuficiência de R$ 2,8 bilhões para pagamentos de restos processados e não processados em 2017.
Ele afirmou que o aumento da chamada “dívida flutuante” foi de 11% em relação a 2016. Ressaltou que, em seu último ano de mandato, Taques tem impedimentos para os restos a pagar.
“A defesa disse que houve crescimento vultuoso nos restos a pagar, mas não apresentou documento que poderia justificar as razões disso. Se continuar na prática dessa conduta, no seu último ano de mandato, pode incidir na Lei de Responsabilidade Fiscal e resultar em parecer prévio contrário nas contas do próximo ano”, afirmou.
Outras irregularidades
O parecer de João Camargo ainda cita o atraso no pagamento dos duodécimos dos Poderes, situação que perdura desde 2016. Ele pediu que o Executivo apresente o quanto antes um cronograma factível de pagamento dos valores atrasados. O montante chega a quase R$ 200 milhões.
Outra falha citada foi o atraso nos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O caso é alvo de investigação em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa.

Em sua justificativa, o Governo negou desvio de finalidade e citou problemas de caixa.
O conselheiro ainda encontrou a não regularização do ICMS dos municípios.
“Houve um entesouramento do que pertence aos Municípios. Os repasses ocorreram somente no final do exercício e afetaram o adequado planejamento dos respectivos gastos”, disse.
Por fim, o voto do relator citou o não cumprimento de metas fiscais previstas na LDO e ainda o aumento nos gastos com a folha salarial e a situação da Previdência do Estado. Segundo ele, o benefício aos aposentados corre risco de entrar em um colapso.
O conselheiro Luiz Henrique Lima também fez uma série de sugestões ao voto do relator.
Na Assembleia
No voto, o conselheiro ainda pediu que o Legislativo apresente um projeto dando mais tempo ao TCE para apreciação das contas do Governo.
O parecer segue agora para apreciação dos deputados estaduais. Em tese, eles têm até o final deste ano para apreciação do documento. Devem votar antes de encerrar o mandato.
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5 Comentário(s).
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| João Lira 19.06.18 13h08 | ||||
| Algumas instituições neste pais, são pura fachada, verdadeiro balcão de negócio. Podiam ser fechadas e economizar recursos públicos. | ||||
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| FLÁVIO 19.06.18 13h05 | ||||
| Para que serve o TCE/MT então??? E vai ficar por isso mesmo??? Uma vergonha!!! | ||||
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| ANA 19.06.18 07h39 | ||||
| NÃO ENTENDI! DEPOIS DISSO TUDO APROVOU PORQUE? | ||||
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| Janaína Xavier 19.06.18 06h11 | ||||
| Tudo continua como antes... | ||||
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| Luciano 18.06.18 21h12 | ||||
| 17 falhas graves e nada contra o governo. Uma empresa seria ou cidadão que comete um mínimo deslize contra o estado é perseguido notificado julgado sentenciado e não pode fazer mais nada porque seu CPF ou CNPJ está bloqueado. Só os juros de taxas não pagas em dias cobrasse mais de 10% nem agiota faz isso mais ... | ||||
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