ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
A Câmara Municipal de Cuiabá rejeitou, nesta quinta-feira (12), dois pedidos de abertura de inquérito contra o presidente Júlio Pinheiro (PTB).
Quase todos os vereadores entenderam que a polêmica envolvendo o petebista e sua esposa, Gisely Carolina Lacerda Pinheiro, na madrugada da última sexta-feira (6), não pode resultar em cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar.
(Entenda o caso aqui)As representações foram protocoladas pelo Partido Nacionalista Democrático (PND) e pela União Brasileira de Mulheres (UBM). A Câmara, segundo os vereadores, não tem elementos suficientes para retirar o mandato de Pinheiro, nem para instaurar processos de abertura de inquérito, já que a esposa do vereador não representou contra ele.
Além das duas representações, também entrou em votação, na sessão ordinária de hoje, o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisou notícias veiculadas na imprensa sobre o caso, o Boletim da Ocorrência e o Boletim de Arquivamento do Inquérito Policial. O parecer foi favorável ao presidente do Legislativo.
Grande parte dos vereadores manifestaram-se favoráveis ao arquivamento. Apenas Lúdio Cabral (PT) votou pela investigação de Júlio. Toninho de Souza (PSD), por exemplo, chegou a criticar a presidente da UBM, Janete Carvalho, e disse não ver elementos para que Júlio fosse enquadrado na Lei Maria da Penha.
"A Janete ligou para todos os gabinetes da Casa, hoje de manhã, em uma tentativa de pressionar os vereadores para que aprovassem seu requerimento, pois, caso contrário, teriam seus rostos estampados pela cidade", disse Toninho.
Lueci Ramos (PMDB), única mulher da Câmara, também disse que não há materialidade contra o presidente e que não houve agressão contra a esposa.
No início da manhã de hoje, Gisely protocolou, na Câmara, uma declaração afirmando que não foi agredida e nem teve sua integridade física ameaçada pelo marido.
O presidente do CCJ, Marcus Fabrício (PTB), afirmou não ter encontrado nenhum evidência de que Júlio Pinheiro tenha praticado quebra de decoro.
“Não houve sequer a instalação de inquérito policial e a própria esposa não representou contra ele. A Câmara não tem elementos para retirar o mandado do vereador, nem elementos legais para instaurar processos de pedido de inquérito contra Pinheiro”, declarou.
Os vereadores Adevair Cabral (PDT) e Clovito (PTB), membros da comissão, também acompanharam o voto de Fabrício.