KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O Comando Geral da Polícia Militar de Mato Grosso entendeu que não houve culpa dos policiais Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos, na morte do estudante Toni Bernardo da Silva.
Dessa forma, os militares não irão sofrer nenhum tipo de punição administrativa e já podem voltar às ruas, para atuar no patrulhamento.
Eles haviam sido afastados e estavam realizando apenas trabalhos administrativos.
No entendimento da Corregedoria da PM, Higor e Wesley não cometeram crime militar.
O corregedor, coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, avaliou que provas testemunhais, baseadas em uma série de critérios técnicos e morais, não mostraram conduta criminosa por parte dos dois militares.
O relatório foi encaminhado para o comandante-geral da instituição, o coronel Osmar Lino Farias, que acatou as informações e decidiu por não puni-los. O ato deve ser publicado no Diário Oficial, ainda nesta semana.
“Para tomar essa decisão nós ouvimos 13 testemunhas. Todas disseram que havia mais pessoas envolvidas na briga. A situação foi praticamente um linchamento e não achei justo punir apenas os dois, por serem policiais. Não teve embasamento técnico que mostrasse que eles foram responsáveis pela morte do rapaz. Eles ainda continuam respondendo a um processo na Justiça comum. Não cometemos injustiça. Neste ano, vários policiais foram expulsos, mas com provas contundentes contra eles”, disse o coronel Osmar Lino, em entrevista ao MidiaNews.
O caso
Toni Bernardo, que era natural de Guiné-Bissau (África Ocidental), foi morto por espancamento em 22 de setembro de 2011, após uma briga dentro da lanchonete e pizzaria Rola Papo, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá.
Os militares, juntamente com o consultor de telefonia, Sérgio Marcelo Silva da Costa, 27, também envolvido briga, foram denunciados por lesão corporal seguida de morte pelo Ministério Público Estadual.
Testemunhas disseram Toni pediu dinheiro para a esposa de Sérgio, que não teria gostado e começou uma briga com o rapaz.
Os policiais militares também estavam na pizzaria e teriam se unido ao consultor.
Os depoimentos revelam que os policiais imobilizaramm Toni, que continuou sendo espancado por Sérgio.