Um ano e meio após o caso que ficou conhecido como a Chacina de Sorriso, um crime que chocou o País, o caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, marido e pai das vítimas, conta como tem sido viver sem a família.
Na noite de 24 de novembro de 2023, o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos invadiu a casa da família Cardoso e assassinou cruelmente Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19, e duas menores de 13 e 10 anos. Exceto a menina de 10 anos, todas elas também foram estupradas.
Regivaldo concedeu entrevista ao jornalista Beto Ribeiro, do Canal de Crime, Comportamento e Mistério, no Youtube. Durante a conversa, ele contou como era a vida em família antes da tragédia e que hoje “vive por viver”, sem nenhum “objetivo de vida”.
Ele fala da falta que a família lhe faz e do sentimento que nutre pelo assassino, que lhe tirou tudo de mais precioso na vida.
“Não sei qual vai ser a minha reação, mas eu quero ver ele pessoalmente. [...] Não sei se eu quero falar, não sei te dizer qual será a minha reação. É uma bagunça que tem na minha mente. Eu tenho vontade de fazer muita coisa com esse cara, mas a gente não pode”, disse.
“Eu sinto ódio dele, eu não vou negar. Eu sinto ódio. Eu sou cristão e isso me abala muito. A Bíblia diz que a gente tem que perdoar, mas nesse sentido é uma coisa difícil, é complicado. É uma coisa que está embaralhando a minha cabeça e está me deixando maluco. Mas Deus sabe de todas as coisas”.
Segundo Regivaldo, é difícil perdoar o homem que destruiu, da noite para o dia, toda a sua família. E, a cada vez que olha alguma foto da família, pensa: “Como é que eu vou perdoar um cara que fez maldade para elas, tirou elas de mim”, disse.
“Lógico, a Justiça está sendo feita, ele está preso, vai ser condenado, nunca mais vai sair da cadeia, se Deus quiser. Mas é difícil, eu nunca encostei o dedo nas minhas filhas, nunca fui de bater para educar. Aí vem um filho do satanás desses e leva elas embora assim”.
“É complicado você falar em perdoar, às vezes eu penso que eu preciso perdoar. Eu perdoo internamente, mas a vontade é de matar também”.
Agora Regivaldo diz torcer pela condenação e esperar que o assassino sofra muito na cadeia.
“Angustiante. Um processo desses já deveria ter sido julgado. [...] Eu quero que ele seja condenado e que ele sofra bastante lá dentro. Matar ele lá dentro é muito rápido. Tem que sofrer muito”.
Regivaldo descreve Cleci como mãe e esposa amorosa e cuidadosa, e as filhas como cheias de vida e sonhos. “Pensavam em constituir família, em ter filhos”.
“Eu não tenho mais nada a perder, eu não sei qual vai ser a minha reação ao ver ele. O que é a minha vida hoje? Tô vivendo por viver. Vivendo um dia de cada vez, sem vontade. Não tenho mais objetivo”.
Durante a entrevista, Regivaldo contou que nunca mais conseguiu passar em frente à casa em que o crime aconteceu e, hoje, apesar de ter se mudado, preserva os pertences da esposa e filhas como se elas ainda estivessem vivas.
Veja o trecho:
Veja o episódio completo:
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1 Comentário(s).
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lucas 09.05.25 07h57 | ||||
Eu assisti, triste demais, esse senhor ainda está vivo pela graça de Deus, pela graça de Deus, até quando teremos que suportar essas dores e esse cidadão viver dessa forma... | ||||
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