LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Garrafas vazias, restos de construção, pedaços de móveis e lixo, muito lixo. Esse é o retrato atual da Rodoanel Mário Covas, obra que, quando concluída, seria uma nova Avenida Perimetral em Cuiabá.
Em outubro de 2011, a reportagem do
MidiaNews percorreu grande parte da faixa, que começa na Comunidade do Sucuri e cruza a antiga Estrada da Guia, e denunciou o descaso com que a via estava sendo tratada, transformando-se, pouco a pouco, em um grande depósito de lixo.
Nove meses depois, o cenário é o mesmo, com o agravante de que, além de despejar o lixo, as pessoas começaram a colocar fogo nos detritos acumulados. Leia mais
AQUI.
Thiago Bergamasco/MidiaNews
|
 |
Lixo está se acumulando às margens da Rodoanel
|
Quando procurada no ano passado, a Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Mato Grosso afirmou, por meio de sua assessoria, que não tinha conhecimento do destino que estava sendo dado à rodovia.
O órgão disse que promoveria a limpeza de toda a faixa de domínio e tomaria providências para que as pessoas não mais jogassem resíduos no local.
De acordo com a assessoria, nada poderia ser feito no local sem que, antes, seja pedido o aval do DNIT.
O acúmulo de lixo ao longo da Rodoanel cria o ambiente perfeito para a proliferação de doenças que colocam em risco à saúde da população, como é o caso da dengue, que já atingiu quase 10 mil pessoas apenas em Cuiabá, segundo dados recentes divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Antes prevista para custar R$ 42 milhões, dos quais R$ 19 milhões foram liberados e permitiram a construção de apenas 8 km de asfalto - R$ 10 milhões teriam sido desviados -, as obras da Rodoanel de Cuiabá, hoje, custam em torno de R$ 93 milhões.
Desrespeito à lei
Thiago Bergamasco/MidiaNews
|
 |
DNIT afirmou não ter conhecimento da atual situação da rodovia
|
Desde agosto de 2010, está em vigor uma lei federal que obriga a todas as cidades do país a fecharem seus lixões - locais considerados inadequados pelos especialistas - e construírem aterros sanitários para receber o lixo produzido pela população.
A lei previa três anos para todas as cidades do país a obedecerem. No entanto, um ano já se passou e nenhum lixão foi fechado ou aterro foi construído. A informação foi dada pelo próprio Governo Federal.
Agora, a União prevê a construção de 80 centros de tratamento no país, com um orçamento previsto de R$ 2 bilhões, ação que deverá beneficiar 700 cidades.
A meta do país é alcançar 80% da meta de adequação até 2014, quando a Copa do Mundo será sediada pelo Brasil.
Outro ladoNa segunda-feira (16), a reportagem manteve contato coma assessoria do DNIT, mas, até a edição desta matéria, o órgão não se manifestou sobre o abandono a que foi relegada a obra.
A informação é de que o órgão estaria fechando um novo convênio com a Secretaria de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana (Setpu) para conclusão da obra e os valores e projetos anteriores seriam alterados.