Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
RODOVIAS BLOQUEADAS
25.03.2013 | 11h20 Tamanho do texto A- A+

Sem-terra interditam três trechos das BRs 364 e 070

Manifestantes pedem pelo assentamento de 10 mil famílias no Estado

Varlei Cordova/Agora MT

Congestionamento em alguns pontos já chega a 20 km

Congestionamento em alguns pontos já chega a 20 km

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Manifestantes do Movimento Sem Terra bloquearam três trechos das rodovias federais 364 e 070, desde o começo da manhã desta segunda-feira (25), em protesto contra a situação de aproximadamente dez mil famílias que se encontram acampadas no Estado – algumas, há quase 12 anos.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bloqueios acontecem no km 328 da BR-364, próximo ao Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), na Serra de São Vicente; no km 203 também da BR-364, sobre o viaduto localizado no perímetro urbano de Rondonópolis (210 km de Cuiabá); e no km 726 da BR-070, sobre a ponte que transpõe o Rio Paraguai, em Cáceres (214 km da Capital).

Ainda de acordo com a PRF, há longos congestionamentos em todos os pontos, mas o trânsito se encontra pior na interdição realizada em Rondonópolis, onde a fila de veículos já possui 20 km de extensão.

No local, a situação piora com o congestionamento em filas duplas e até triplas de caminhões de carga que aguardam para descarregar soja no terminal rodoferroviário da empresa América Latina Logística (ALL), que fica entre as cidades de Alto Araguaia e Alto Garças.

Varlei Cordova/Agora MT

Manifestantes querem o assentamento de 10 mil famílias que estão acampadas em MT

Segundo a PRF, durante o final de semana, o congestionamento no local chegou a 60 km e muitas famílias que se encontravam presas na rodovia chegaram a passar mal com a longa espera.
A liberação do tráfego nos três pontos bloqueados pelo MST deve acontecer das 11h às 14h e das 18h às 20h.

Porém, a PRF alerta os motoristas de que os manifestantes já afirmaram que os trechos permanecerão bloqueados até que suas reivindicações sejam atendidas.

Reivindicações


Segundo os manifestantes, Mato Grosso possui mais de dez mil famílias que aguardam por assentamento há 12 anos, vivendo sob a lona durante todo esse período.

A pauta de reivindicações dos manifestantes, divulgada na manhã de hoje, abrange questões territoriais e ambientais, infraestrutura, liberação de crédito, assistência em educação e saúde e ampliação do direito dos pescadores.

Entre os principais pontos – além do assentamento – estão a retomada imediata das terras públicas da União; vistoria de 15 áreas por movimentos sociais e pastorais; desocupação das terras indígenas de Urubu Branco (Confresa), Juruna (São José do Xingú), Jarudori (Poxoréu) e Manoski (Brásnorte); criação de Reserva Indígena para o povo Kanela; demarcação das terras indígenas Myky (Brasnorte), Enawenê Nawê (Juina) e Batelão (Tabaporã), Isolados Kawahiva (Colniza), Chiquitano (Portal do Encantado em Porto Esperidião).

Os manifestantes ainda solicitam abertura de poços artesianos e construção de redes de distribuição de água e de energia elétrica, recuperação, abertura e construção de pontes e estradas; construção de espaços de convivência, comercialização, parques e áreas de lazer nos assentamentos, entre outros.

As famílias pedem também pela desburocratização do acesso aos créditos (principalmente de habitação e reforma); assistência técnica a todas as famílias assentadas no Estado; e liberação de 500 rolos de lona e cestas básicas.

A falta de infraestrutura das escolas do campo e indígenas, bem como a falta de professores, de transporte escolar e de agentes de saúde também são pontos levantados pelos manifestantes. Eles ainda pedem pela criação de Postos de Saúde da Família (PSFs) em todas as áreas de assentamento e aquisição de veículos para atendimentos de saúde.

A garantia do direito à pesca e indenização imediata dos pescadores atingidos pela construção de hidrelétricas fecham a lista de reinvindicações.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

TADEU  26.03.13 08h33
FAZEM MAIS DE DEZ ANOS QUE VEMOS ESTAS INTERDICOES DE RODOVIAS PELOS SEM TERRAS, INDIOS, ESTUDANTES, ETC. E NADA FICA RESOLVIDO E NAO FICARA. EM OUTROS ESTADOS QUANDO SE OUVE FALAR QUE "TENTARAM" BLOQUEAR RODOVIAS , OS SEM TERRA SAO "EDUCADAMENTE" RETIRADOS IMEDIATAMENTE PARA A CONTINUIDADE DO FLUXO DE VEICULOS E PARA QUE SEJA RESPEITADO UM DOS PRINCIPAIS DIREITOS DO CIDADAO: IR E VIR. AQUI AS AUTORIDADES AINDA VAO DAR PROTECAO AOS DITOS MANIFESTANTES, PARA QUE NADA LHES ACONTECA, E OS CAMINHOES E AUTOMOVEIS ........ ESTAMOS EM MATO GROSSO.
2
0
milton juvenal  25.03.13 16h48
nesse país, os índios, os sem terras, os pescadores, etc, podem trancar as rodovias, e o cidadão comum como podem ficar trancado nessas rodovia sem poder se locomover e ninguém faz nada, cade o nosso direito de ir e vir, estão ferindo a nossa constituição, já está na hora dos governantes repensar esse tipo de manifestação
14
3
José Bonifácio  25.03.13 14h03
Esse povo é todo cria do PT. E o PT está no poder há dez anos. Por que o partido que se diz do povão ainda não resolveu a situação desta gente?
14
2
Paulo Andrade  25.03.13 11h56
São nestes momentos já caóticos de escoamente de safra que manifestantes usam o "direito" de revindicar suas pendências junto às constantes incapacidades dos poderes públicos. Por qualquer motivo se bloqueia estradas hoje em dia. Quando teremos luz no fim do túnel para não termos mais nosso também direito de ir e vir cerceados por motivos diversos, atrapalhando outras já sofridas atividades profissionais e aspectos de necessidades diversas e de área da saúde - "basta de buracos", filas de caminhões e incompetência pública.
13
1