Cuiabá, Segunda-Feira, 7 de Julho de 2025
BRAÇOS CRUZADOS
27.05.2019 | 16h09 Tamanho do texto A- A+

Sindicato faz ato na Seduc e critica política de "terra arrasada"

Representantes da categoria estimam que 90% das escolas do Estado aderiram à paralisação

Alair Ribeiro/MidiaNews

Professores e alunos protestam em frente a Secretaria de Estado de Educação

Professores e alunos protestam em frente a Secretaria de Estado de Educação

CÍNTIA BORGES E VITÓRIA GOMES
DA REDAÇÃO

Centenas de professores e alunos da rede estadual realizam, na tarde desta segunda-feira (27), uma manifestação no Centro Político Administrativo. Conforme a organização, cerca de 2,1 mil pessoas participam do ato, que foi realizado em frente à Secretaria de Estado de Educação e ao Palácio Paiaguás. 

 

A estimativa do Sindicado dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) é de que 90% das unidades escolares do Estado aderiram à paralisação.

 

Hoje é o primeiro dia da paralisação das atividades dos professores. Eles exigem melhoria na infraestrutura das escolas, cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos - e a Revisão Geral Anual (RGA).

 

Conforme o presidente do Sintep, professor Valdeir Pereira, o Governo está usando o argumento de “terra arrasada” para alegar os cortes.

 

O que falta hoje para o governo é ele se posicionar de forma mais enfática em relação às pautas, e saí dessa lógica da 'terra arrasada'

“O que falta hoje para o Governo é ele se posicionar de forma mais enfática em relação às pautas, e saí dessa lógica da 'terra arrasada', que é isso que ele [governador Mauro Mendes] tem apresentado. Ele precisa dizer qual será o comportamento em relação ao artigo 245 da Constituição, que prevê recursos para a Educação entre R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão”, afirmou o sindicalista.

 

O governador não deu perspectiva para o cumprimento, em 2019, da lei que garante a dobra do poder de compra.

 

“Ele trata toda a questão da terra arrasada, mas não trata dessa questão, que seria suficiente para dar melhoria na infraestrutura das unidades escolares, bem como a valorização profissional que essa que está colocada, e o chamamento de novos servidores”, disse.

 

O termo terra arrasada diz respeito aos números apresentados pelo Governo, dando conta da situação crítica das finanças do Estado, a ponto de ter publicado um decreto de calamidade financeira. 

 

Pontos cortados

Alair Ribeiro/MidiaNews

Valdeir Pereira - Sintep

Presidente do Sintep: "Governo vai ficar marcado como aquele que corta o ponto e oprime os trabalhadores por meio de corte de pontos"

Conforme o MidiaNews apurou, o Governo de Mato Grosso pode cortar o ponto dos profissionais de Educação devido à greve.

 

Caso ocorra, o Executivo deve se basear em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2016, que estabeleceu o corte de ponto assim que os servidores se ausentarem do seu expediente em razão de greve.

 

Para o professor Valdeir, se isso acontecer, o Governo será visto como “opressor” à classe de educadores.

 

“Nós já vivenciamos essa realidade em diversos municípios. Se acontecer, o Governo vai ficar marcado como aquele que corta o ponto e oprime os trabalhadores. Então, não é nenhuma novidade, mas a marca que fica disso é irreparável”, afirmou ao MidiaNews.

 

Adesão

 

A previsão do sindicalista é de que a adesão das unidades escolares cresça com o passar dos dias. Isso porque ainda há unidades escolares resistentes à paralisação. Em Cuiabá, das 73 unidades, seis não aderiram ao movimento.

 

“Sempre é normal algumas escolas não iniciarem a greve. Muitas vezes não entram porque cedem à pressão do opressor - que no caso é a Secretaria de Estado de Educação - é um processo natural. Mas a tendência é que vão aderindo a greve conforme o passar dos dias”. 

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Escolas amanhecem vazias no primeiro dia de greve em Cuiabá

 

“Governo não aponta perspectiva de cumprir a lei”, afirma Sintep

 

Governo deve usar decisão do STF para cortar ponto de grevistas

 

 

 

 

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GALERIA DE FOTOS
Alair Ribeiro/MidiaNews

Protesto na Seduc

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Protesto na Seduc

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aloísio  28.05.19 16h44
Hoje existe uma tendência em responsabilizar o professor por todos os problemas e males da educação. A leitura é óbvia: o professor é o culpado. Infelizmente, quem diz isso é o próprio governo, que não olha para si. Faz isso também aqueles que têm dificuldade de fazer uma leitura em torno do que é educação e do papel do professor na educação. Dois problemas básicos da área educacional: primeiro: baixo investimento em políticas públicas de educação; segundo: abandono da sociedade. Infelizmente, a parceria entre Governo – sociedade e professores não tem sido construtiva, assim, penaliza a educação. Depois, o resultado pífio da educação mato-grossense não é de responsabilidade só do professor, mas também de todo o entorno que faz parte do processo: aluno, pais, sociedade, governos. O ponto razoável é: não dá para empurrar uma greve sem que coloque em pauta qualidade na educação e defina as responsabilidades. Qualidade Já!
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Araújo  28.05.19 11h18
Sempre respeitei a classe, mas acho que perderam o sentido das coisas ou estão vivendo em outro mundo que não é o real. Professores olhem em volta, converse com seus alunos, vejam em que mundo seus alunos vivem talvez abram seus olhos.
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Marcos  27.05.19 21h30
Todo respeito aos professores. Porém essa greve é totalmente despropositada, fora de contexto e vai contra a população matogrossense. Antes, eles deveriam conferir o resultado pífio da educação... Depois que corrigirem isso, pensar em aumento de salário.
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