Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
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Mundial impulsiona crescimento e valorização do entorno da Arena

Valorização de áreas na região é um dos benefícios, afirmam especialistas

Mary Juruna/MidiaNews

Verdão: construção de Arena impulsiona investimentos na região

Verdão: construção de Arena impulsiona investimentos na região

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A escolha de Cuiabá como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, bem como a decisão de demolir o antigo Estádio “Governador José Fragelli”, o Verdão, e construir a Arena Pantanal para ser palco dos quatro jogos que serão disputados na Capital, fizeram com que o setor econômico e o poder público voltassem novamente os olhos para a região Oeste da cidade.

A valorização da área popularmente conhecida como Verdão vai além do aumento no valor dos terrenos, e implica ainda no crescimento das atividades comerciais e dos eventos realizados na região.
Além disso, aumenta ainda a necessidade de melhorias na infraestrutura viária e de serviços essenciais prestados à região, como saúde, lazer, segurança e educação.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso (Creci-MT), Ruy Pinheiro de Araújo, os valores cobrados por metro quadro de terrenos localizados na região do Verdão subiram significativamente, mas de forma gradual.

Mary Juruna/MidiaNews

"O valor do terreno bruto varia de R$ 500 à R$ 1 mil por metro quadrado", diz presidente do Creci-MT, Ruy Pinheiro

“A valoração da área começou em 2010, mas não foi imediata, foi de forma gradual. Hoje, o valor do terreno bruto varia de R$ 500 a R$ 1 mil por metro quadrado”, disse.

De acordo com Pinheiro, quanto mais próximo da Arena, mais caro é o valor do metro quadrado. Porém, há vários espaços vazios naquela região e é preciso cautela e esperar o final das obras para saber qual será o valor realmente praticado naquela área.

“Mas tem que esperar o final das obras, o fim dessa febre, para saber qual será o valor final praticado naquela região. Ali tem muitas áreas para serem ocupadas”, afirmou.

Investimento


Na avaliação do assessor de Mobilidade Urbana da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), engenheiro Rafael Detoni, ao abrir mão de construir a Arena Pantanal em outro local e optar por demolir e reconstruir o estádio Verdão, o Governo promoveu o resgate da região.

“Novos investimentos surgem a partir daí no Verdão e isso impulsiona o crescimento. Não fica apenas a valoração da área. Naturalmente, vai haver também uma mudança de uso do solo. Hoje, predominantemente, nós temos a atividade residencial. Mas haverá uma alteração desse uso do solo, com outras atividades. Um exemplo é o número de restaurantes que apareceram na Avenida Agrícola Paes de Barros. Ali virou uma rua de gastronomia. O que tinha lá anos atrás? Apenas lojas voltadas à construção civil, de pequeno, médio e grande porte”, disse.

O bairro Verdão, aliás, não existe. Segundo a Lei Municipal de Abairramento, o que hoje é chamado de Verdão faz parte do bairro Cidade Alta.

No entanto, não apenas os 10.244 habitantes de lá serão beneficiados com os investimentos na área, mas todos os 24 bairros da região Oeste, em especial aqueles localizados no entorno ou próximos à Arena Pantanal, como Santa Isabel, Jardim Cuiabá, Cidade Alta e Cidade Verde.

Evolução e resgate


Uma avaliação do mapa da evolução do perímetro urbano de Cuiabá mostra que a área encontra-se estagnada no tempo desde a década de 1980.

"A situação da região do Verdão ficou estagnada desde a década de 80"

Segundo Detoni, isso aconteceu, principalmente, devido à expansão da cidade para as regiões Sul e Norte, acompanhando a criação das avenidas Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA) e Fernando Corrêa da Costa e a incorporação do então anel rodoviário da Capital, hoje conhecida como Avenida Miguel Sutil.

“A construção do Estádio do Verdão, na década de 1970, foi o principal indutor do crescimento, desenvolvimento e ocupação da região Oeste de Cuiabá. A partir da construção desse estádio começam a surgir os bairros Cidade Alta, Cidade Verde, Santa Isabel e por aí vai”, explicou.

De acordo com o engenheiro, no final da década de 1970 é feita a abertura da Avenida Historiador Rubens de Mendonça, com a criação do Centro Político Administrativo e do bairro CPA I, que foi concebido como a habitação dos funcionários que trabalhariam no Centro Político Administrativo, em função da distância. Na sequência, há a abertura da Avenida Fernando Corrêa da Costa.

“Então, a ocupação imobiliária da cidade acontece em função das avenidas Historiador Rubens de Mendonça e Fernando Corrêa, para frente do Coxipó. Então, nós temos uma expansão da regional norte e da regional Sul. E a regional Oeste ficou esquecida”, disse.

“Daí você tem investimentos de toda a natureza – como saúde, educação e lazer – para as demais regionais, e essa região começa a perder valor imobiliário. Economicamente falando, ela acaba sendo desvalorizada em função do crescimento da cidade em outras regiões. A situação da região do Verdão ficou estagnada desde a década de 80”, afirmou.

Mary Juruna/MidiaNews

"Com os investimentos na área, margem do Rio Cuiabá deve ser recuperada", diz engenheiro

Expectativas

Na visão do engenheiro, tudo vai mudar a partir da finalização da construção da Arena Pantanal e das demais obras que estão sendo realizadas – ainda terão início – no entorno da Arena.

“Isso vai trazer novos empreendimentos para essa região. Na Prefeitura de Cuiabá, hoje, já há consulta prévia, por exemplo, para ocupação da área vazia, localizada próximo à vila militar, na entrada do Jardim Cuiabá, para construção de hipermercado e torres de hotel. E há outras consultas para construção de empreendimentos comerciais nessa região”, disse.

Segundo Detoni, mesmo sem considerar qual será o destino final da Arena Pantanal – palco de shows, exposições, eventos ou jogos de futebol –, não há dúvidas de que o poder público também precisará aumentar os investimentos e os serviços prestados à população da região.

“A reconstrução do Verdão, sem contar o destino final que terá a Arena, vai obrigar principalmente a Prefeitura de Cuiabá e Várzea Grande a recuperar e dar um uso para a margem do Rio Cuiabá, por exemplo. Transformar em um parque linear, fazer boulevard, enfim. A reconstrução do Verdão tem um amplo raio de abrangência e vai resultar na reestruturação econômica da região oeste da cidade. Tudo isso passa a ser alvo de investimento”, afirmou.

Obras

Segundo Detoni, as obras que atendem à região Oeste da Cidade são a Arena Pantanal, a pavimentação e recuperação das ruas do entorno da Arena, a construção das trincheiras do Santa Rosa, Verdão e Ciríaco Cândia, a conclusão do Corredor Mário Andreazza e a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que corta a região do Porto.

Apenas as obras do entorno, que visam melhorar a malha viária e a acessibilidade do público ao estádio, receberam R$ 145,9 milhões de investimento do Governo Federal.

Esse montante será aplicado nas obras de duplicação da Estrada da Guarita (incluindo a construção da ponte sobre o Córrego do Pari); trincheira Mário Andreazza; recuperação dos córregos Mané Pinto e Oito de Abril e pavimentação de diversas ruas localizadas no entorno da Arena Pantanal, pertencentes aos bairros Cidade Alta e Jardim Cuiabá (obra licitada em dois lotes).

Fora do escopo da Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura de Cuiabá já confirmou, por meio de assessoria, o projeto de transformar a atual Policlínica do Verdão em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funcionará 24 horas por dia para atendimentos de alta e média complexidade. Hoje a unidade de saúde realiza cerca de seis mil atendimentos por mês.

Segundo o Município, o projeto se encontra no Ministério da Saúde para avaliação e possível aprovação. Se confirmado, a UPA Verdão funcionará diretamente relacionada ao trabalho do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação.

Na visão do engenheiro, tudo vai mudar a partir da finalização da construção da Arena Pantanal e das demais obras que estão sendo realizadas – ainda terão início – no entorno da Arena.“Isso vai trazer novos empreendimentos para essa região. Na Prefeitura de Cuiabá, hoje, já há consulta prévia, por exemplo, para ocupação da área vazia, localizada próximo à vila militar, na entrada do Jardim Cuiabá, para construção de hipermercado e torres de hotel. E há outras consultas para construção de empreendimentos comerciais nessa região”, disse.

Segundo Detoni, mesmo sem considerar qual será o destino final da Arena Pantanal – palco de shows, exposições, eventos ou jogos de futebol –, não há dúvidas de que o poder público também precisará aumentar os investimentos e os serviços prestados à população da região.

“A reconstrução do Verdão, sem contar o destino final que terá a Arena, vai obrigar principalmente a Prefeitura de Cuiabá e Várzea Grande a recuperar e dar um uso para a margem do Rio Cuiabá, por exemplo. Transformar em um parque linear, fazer boulevard, enfim. A reconstrução do Verdão tem um amplo raio de abrangência e vai resultar na reestruturação econômica da região oeste da cidade. Tudo isso passa a ser alvo de investimento”, afirmou.

Segundo Detoni, as obras que atendem à região Oeste da Cidade são a Arena Pantanal, a pavimentação e recuperação das ruas do entorno da Arena, a construção das trincheiras do Santa Rosa, Verdão e Ciríaco Cândia, a conclusão do Corredor Mário Andreazza e a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que corta a região do Porto.Apenas as obras do entorno, que visam melhorar a malha viária e a acessibilidade do público ao estádio, receberam R$ 145,9 milhões de investimento do Governo Federal.

Esse montante será aplicado nas obras de duplicação da Estrada da Guarita (incluindo a construção da ponte sobre o Córrego do Pari); trincheira Mário Andreazza; recuperação dos córregos Mané Pinto e Oito de Abril e pavimentação de diversas ruas localizadas no entorno da Arena Pantanal, pertencentes aos bairros Cidade Alta e Jardim Cuiabá (obra licitada em dois lotes).

Fora do escopo da Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura de Cuiabá já confirmou, por meio de assessoria, o projeto de transformar a atual Policlínica do Verdão em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funcionará 24 horas por dia para atendimentos de alta e média complexidade.

Hoje a unidade de saúde realiza cerca de seis mil atendimentos por mês.Segundo o Município, o projeto se encontra no Ministério da Saúde para avaliação e possível aprovação. Se confirmado, a UPA Verdão funcionará diretamente relacionada ao trabalho do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação.

Confira abaixo as imagens da região do Verdão, feitas pela fotógrafa Mary Juruna, onde pode-se ver a construção da Arena Pantanal e as obras na Rodovia Mário Andreazza:

GALERIA DE FOTOS
mary juruna/MidiaNews

arena pantanal

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Walquir Queiroz  29.04.13 22h04
Tudo muito Bonito, maravilhoso,Hoje vim do PRONTO SOCORRO MUNICIPAL DE CUIABÁ, visto meu pai foi acidentado, o que me fez refletir :"O que andam fazendo com os recursos públicos,impostos " a serem revertido para a SAÚDE ??, é uma calamidade, um DESESPERO TOTAL E UMA FALTA DE HUMANIDADE com o SER HUMANO, alem do espaço fisico, falta de limpeza, equipamentos deteriorados, somente DEUS para mudar essa situação.
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